Nosso
planeta está passando por uma série de processos de transformação muito fortes
e rápidos, com o potencial de dificuldades importantes para as gerações futuras
em termos de viabilidade como sociedade sustentável.
Certamente
estamos caminhando neste início de Antropoceno
a um planeta com clima mais instável e violento, além da evidente escassez de
recursos naturais. E somos nós que estamos promovendo tais mudanças, muitas das
quais sequer nos demos conta.
Nosso
planeta Terra tem uma história longa, de cerca de 4,5 bilhões de anos. O homem
moderno só apareceu muito recentemente (200 mil anos atrás), e a civilização
tal qual a conhecemos hoje existe há apenas 6 mil anos, minúsculo intervalo na
vida de nosso planeta.
Foi,
contudo, nesse último milênio, que o nosso planeta passou por mudanças
significativas, estando hoje muito diferente do que era àquela época.
Mudanças
no uso do solo em larga escala tiveram início no desenvolvimento da
agricultura, inicialmente em pequena escala, mas que hoje tomaram proporções
planetárias.
A
partir do século 19, o homem descobriu que queimar carvão, petróleo ou gás
natural poderia produzir trabalho mecânico, e com esta descoberta na Inglaterra
teve início a revolução industrial, que tantos progressos trouxe à humanidade.
Porém,
com o progresso vieram também os problemas, e um deles é o uso excessivo de
recursos naturais como água, minerais, combustíveis fósseis e outros, que são
finitos.
Com
uma crescente população de 7 bilhões de pessoas em 2016, cuja estimativa é que
tenhamos cerca de 10 bilhões de pessoas em algumas décadas, é fundamental
pensarmos na sustentabilidade do planeta a longo prazo.
“Certamente
estamos caminhando neste início de Antropoceno a um planeta com clima mais
instável e violento, além da evidente escassez de recursos naturais”.
Entre as 9 milhões de espécies biológicas em nosso planeta, somos uma única, controlando a biosfera da Terra, a tal ponto que estamos alterando a composição da atmosfera e o clima de nosso planeta, com fortes consequências para todas as 9 milhões de espécies.
Entre as 9 milhões de espécies biológicas em nosso planeta, somos uma única, controlando a biosfera da Terra, a tal ponto que estamos alterando a composição da atmosfera e o clima de nosso planeta, com fortes consequências para todas as 9 milhões de espécies.
Áreas
enormes das Américas, Europa e Ásia que eram florestas, há alguns séculos, hoje
são áreas cultivadas ou com estradas e áreas urbanas, o que significa forte
mudança no uso do solo, com reflexos em várias propriedades que regulam o clima
do planeta, tais como o balanço radioativo.
Hoje,
temos cerca de 1,3 bilhão de automóveis circulando na Terra; estima-se que
podemos ter 2 bilhões de automóveis em algumas décadas. Parece claro que não se
pode continuar dessa forma, pois estamos esgotando rapidamente os finitos
recursos naturais de nosso planeta.
Para
estudar essa questão, um grupo de cientistas mundiais fundou uma atividade
chamada em inglês de Future Earth, ou “Terra Futura” (site: http://www.futureearth.org/).
Essa iniciativa visa a entender como o desenvolvimento de nosso planeta pode se
tornar sustentável em longo prazo.
O
objetivo do Future Earth é produzir o conhecimento científico
necessário para minimizar os riscos das mudanças climáticas globais e realizar
a transição para a sustentabilidade global, se é que isso pode ser possível.
Garantir
a sustentabilidade de nossa sociedade vai envolver fortes mudanças de atitude
de e para todos nós. A enorme desigualdade na distribuição das riquezas de
nosso planeta traz instabilidade política, econômica e social, e é preciso
minimizá-la para evitar conflitos ainda mais sérios.
Com
estas preocupações em mente, as Nações Unidas estruturaram os chamados
“Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, que consistem em um conjunto
de metas acordadas pelos 193 países membros da ONU, visando ao desenvolvimento
sustentável de nosso planeta em longo prazo.
Hoje,
temos cerca de 1,3 bilhão de automóveis circulando na Terra; estima-se que
podemos ter 2 bilhões de automóveis em algumas décadas”
Este
é um dos resultados da Rio+20, e entraram em vigor em 1 de janeiro de 2016, com
um prazo de realização até 31/12/2030. Para cada ODS, são estruturados 169
metas e indicadores globais de acompanhamento da implementação dos ODS. Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são:
1. Acabar
com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares
2. Acabar
com a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição
3. Assegurar
uma vida saudável e promover o bem-estar para todos
4. Garantir
educação inclusiva, equitativa e de qualidade
5. Alcançar
a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas
6. Garantir
disponibilidade e manejo sustentável da água
7. Garantir
acesso à energia barata, confiável, sustentável
8. Promover
o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável
9. Construir
infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva
10. Reduzir a
desigualdade entre os países e dentro deles
11. Tornar as
cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes
12. Assegurar
padrões de consumo e produção sustentáveis
13. Tomar
medidas urgentes para combater a mudança do clima
14. Conservar
e promover o uso sustentável dos oceanos
15. Proteger,
recuperar e promover o uso sustentável das florestas
16. Promover
sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável
17. Fortalecer
os mecanismos de implementação e revitalizar a parceria global
A figura abaixo ilustra de modo pictórico estes ODS, que são abrangentes
e visam a construir uma nova sociedade em nosso planeta.
Estes objetivos fazem parte da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, estruturado pela ONU, onde desenvolvimento sustentável é definido como o desenvolvimento que procura satisfazer às necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazerem as suas próprias necessidades.
“Garantir
a sustentabilidade de nossa sociedade vai envolver fortes mudanças de atitude
de e para todos nós”Estes objetivos fazem parte da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, estruturado pela ONU, onde desenvolvimento sustentável é definido como o desenvolvimento que procura satisfazer às necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazerem as suas próprias necessidades.
Desenvolvimento
sustentável demanda um esforço conjunto para a construção de um futuro
inclusivo, resiliente e sustentável para todas as pessoas e todo o planeta.
A
questão das mudanças climáticas é um ponto central, onde se observa que a
mudança do clima já impacta a saúde pública, segurança alimentar e hídrica,
migração, paz e segurança.
A
mudança do clima, se não for controlada, reduzirá os ganhos de desenvolvimento
alcançados nas últimas décadas e impedirá possíveis ganhos futuros. As ações
relacionadas à mudança do clima darão impulso ao desenvolvimento sustentável.
Se
conseguirmos atingir a maior parte destes ODS, teremos um planeta mais
igualitário, justo e sustentável. Os ODS, embora de natureza global e
universalmente aplicáveis, dialogam com as políticas e ações nos âmbitos
regional e local.
Na
disseminação e no alcance das metas estabelecidas pelos ODS, é preciso promover
a atuação dos governantes e gestores locais como protagonistas da
conscientização e mobilização em torno dessa agenda global.
O
Brasil ao longo dos últimos dez anos trabalhou em políticas de inclusão que
tiraram milhões de pessoas da pobreza extrema. Este esforço deve continuar, com
a intensificação de políticas sociais visando à integração de milhões de brasileiros
na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, trazendo
desenvolvimento sustentável e justiça social. Essa é uma tarefa de todos os
brasileiros. (ecodebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário