O
índice de preço dos alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura
e Alimentação, FAO (Food and Agriculture Organization) atingiu um máximo da
série, no valor de 240,1 pontos, em fevereiro de 2011 e caiu para algo em torno
de 149 pontos em janeiro e fevereiro de 2016 (considerando 100 = a média de
2002-2004). Agora em agosto de 2016 o índice subiu um pouco e chegou a 165,6
pontos em agosto de 2016. Mesmo assim, muito abaixo da média do ano de 2011.
Qual
é o principal fator de flutuação do preço dos alimentos?
Não
há dúvida de que o preço da comida varia com o aumento do preço da energia.
Existe uma alta correlação entre o preço do petróleo e o preço dos alimentos.
Quando o preço da energia sobe, em geral, aumenta também o preço dos alimentos
e, quando cai, puxa o preço dos alimentos para baixo.
Ao
longo do século XX o preço dos combustíveis fósseis caiu e rebaixou o preço
médio da comida. Houve alguns momentos de inflação da energia e dos alimentos,
como na década de 1970 (devido a guerra do Yom Kippur) e início dos anos de
1980 devido à guerra Irã-Iraque. Mas no final da década de 1990 os preços das
commodities fósseis estavam em seus níveis mais baixos do século, assim como o
índice de preços da FAO. Por exemplo, em janeiro de 2002, o preço nominal do
barril do petróleo estava em US$ 19,6 e o índice de preços da FAO estava em 90
pontos.
Tudo
mudou nos anos seguintes. Os preços do petróleo subiram e puxaram para cima o
preço dos alimentos. O ano de 2008 foi de aumento generalizado dos combustíveis
fósseis e da comida. A crise econômica de 2009 jogou os preços para baixo. A
retomada de 2010 e 2011 voltou a jogar os preços para cima. O índice da FAO
variou entre 240 pontos em fevereiro de 2011 e 217 pontos em abril de 2013. Mas
desde então o preço dos alimentos caiu acompanhando a queda do preço do
petróleo.
Um
relatório do NECSI (New England Complex Systems Institute) publicado em 2011,
mostra que há uma correlação importante entre o aumento do preço dos alimentos,
calculados pela FAO (agência da ONU para a agricultura) e a ocorrência de protestos
em todo o mundo. Sempre que o índice da FAO sobe, ocorrem mais manifestações.
Agora
em 2016, o preço do petróleo subiu entre janeiro e agosto de 2016, puxando o
preço dos alimentos para cima. Mas, no geral, o preço dos combustíveis fósseis
e dos alimentos encontram-se em patamares baixos.
Contudo,
esta trégua não deve durar para sempre. O mais provável é que o preço do
petróleo e dos alimentos volte a subir. E como mostra o relatório do NECSI,
preços altos de energia e de comida levam à ocorrência de manifestações
populares e períodos revolucionários. (ecodebate)
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