Conhece o Dia Mundial da
Conscientização sobre Tsunamis?
Pois é, a data existe e foi criada pela ONU para
incentivar a cooperação internacional e aumentar a sensibilização das pessoas.
Saiba quando ela é celebrada.
Dia Mundial da Conscientização sobre Tsunamis: ‘quando
o mar ataca, é hora de correr’
O Dia Mundial da Conscientização
sobre Tsunamis foi realizado pela primeira vez em 5 de novembro. Essas
catástrofes naturais não conhecem fronteiras, então a ONU criou uma data para
incentivar a cooperação internacional e aumentar os esforços de prevenção e
sensibilização do público.
Tsunami no Japão
Tsunamis continuam sendo raros,
mas já custaram muitas vidas. No século passado, mais de 260.000 pessoas foram
mortas em 58 Tsunamis. Os tsunamis devastadores de 2004 e 2011 mostraram ao
mundo o quão mortais esses perigos naturais podem ser, mas também mostraram que
muitos não sabem como agir em um momento perigoso como esse.
O Dia Mundial da Conscientização sobre
Tsunamis visa melhorar nosso conhecimento do fenômeno e melhorar nossa reação à
ele.
O risco de tsunami
Tsunamis são ondas enormes que
quebram nas costas, causadas pela movimentação de terra no fundo do oceano,
comumente associada a terremotos ou deslizamentos de terra. Como todas as
catástrofes naturais, essa também é muito difícil de se prever, embora regiões
sismicamente ativas estejam em maior risco.
Os cientistas já estudaram o fundo
do mar durante maremotos e identificaram regiões nas quais eles são
recorrentes. De acordo com os dados disponíveis, eles investigaram o quão longe
a água já foi e quão altas podem ser as ondas. Essas informações podem aumentar
nossa compreensão sobre tsunamis históricos e nos alertar sobre os locais que
estão mais em risco.
Tsunami, 3 de março de 2011
No entanto, os esforços dos
pesquisadores foram dificultados por um mapeamento incompleto do fundo do mar.
“Intensificar os esforços internacionais para mapear os oceanos é muito
necessário. Caso possamos fazer isso, descobriremos mais sobre as zonas
sísmicas mais arriscadas e áreas com potencial para deslizamentos de terra. Na
teoria, nós já mapeamos completamente o fundo do oceano, mas esses mapas não
são totalmente precisos”, disse Dr. Philippe Blondel, perito em tsunamis, do
Departamento de Física da University
of Bath, ao IBTimes UK.
“Hoje, temos as técnicas
necessárias para fazer um mapeamento mais preciso, mas não há cooperação
suficiente entre os governos, que querem mapear apenas as áreas que lhes
interessam. O resto fica a cargo dos cientistas, com um financiamento muito
limitado”.
Educando a população
O que torna um Tsunami mortal não
é necessariamente o tamanho do fenômeno, mas também a topografia das costas,
sua densidade demográfica e as medidas preventivas que são tomadas para
conscientizar e proteger as pessoas.
Para os habitantes de regiões
costeiras, o sinal mais visível de que um tsunami está prestes a ocorrer é a
agitação repentina do mar. “Quando as ondas ficam mais e mais próximas da
terra, é hora de correr. Em 1881, um terremoto em Nova Guiné terminou
tragicamente porque as pessoas correram até a praia para pegar os peixes que
foram lançados para fora do mar quando as ondas recuaram. Não houve tempo para
escapar da enorme onda que voltou muito rapidamente na direção deles”,
salientou Blondel.
O tempo que as pessoas têm para
fugir de um Tsunami varia. A velocidade desse fenômeno está relacionada à
profundidade da água. Quanto menor a profundidade da água, maior a altura da
onda e menor é a sua velocidade. O tempo de reação para fugir do perigo varia
de horas a minutos.
Japan tsunami
A prevenção e conscientização
precisam ensinar as pessoas a reagir tão rápido quanto possível, mas também a
saber os melhores lugares para onde fugir. Nesse caso, o objetivo é sair de
perto da costa e procurar lugares altos. Em algumas praias da costa oeste dos
Estados Unidos, painéis indicam quais locais são seguros em caso de tsunamis.
O problema é que mesmo que as
pessoas saibam sobre os tsunamis, podem não ser evacuadas a tempo. “Nós sabemos
quando um tsunami está prestes a ocorrer, mas não necessariamente como passar
essa informação adiante em tempo hábil. As estradas, tão necessárias para a
evacuação, podem estar lotadas”, diz Blondel.
Morando em regiões costeiras
Apesar desses desafios,
conscientizar as pessoas pode ser a coisa mais simples de se fazer. “Dizer que
as pessoas precisam correr para um local seguro é simples, mesmo que elas achem
difícil acreditar que um tsunami esteja vindo. É mais difícil escapar da nossa
inércia cultural atual, que faz as pessoas continuarem morando em regiões
arriscadas”, disse Patrick Edward Corcoran, da Oregon State University, que educa as pessoas sobre os perigos
das regiões costeiras.
“Não podemos nos livrar dos
tsunamis criando estruturas mais resistentes. Precisamos mudar nossos
comportamentos. O primeiro princípio da resiliência é não colocar pessoas e
objetos valiosos nas principais zonas de inundação”.
Japan tsunami
Edifícios e inovações técnicas
podem ajudar as pessoas a ganharem algum tempo contra os tsunamis, mas não são
capazes de protegê-las completamente. Durante o tsunami de 2011, os centros de
evacuação na cidade japonesa de Minamisanriku, construídos 20 metros acima do
nível do mar, foram inundados e as pessoas foram arrastadas.
“Individualmente, a prevenção é
importante. Isso inclui conscientizar os cidadãos sobre o risco. Pessoas que
moram em áreas de risco precisam saber como reagir. Mas a nível comunitário,
precisamos fazer escolhas mais sábias. Construir estruturas para resistir aos
fenômenos naturais é inteligente, mas não é sábio. Precisamos sair das áreas em
risco de inundação ou mesmo de grandes aumentos no nível do mar”, conclui
Corcoran. (yahoo)
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