Recursos naturais finitos e alta da temperatura do
planeta mostram que se não mudarmos teremos o mesmo fim que os dinossauros.
Humanidade
caminha para a extinção se modelo econômico não mudar.
O
economista e filósofo francês Serge Latouche disse que aquele que acredita em
crescimento infinito num planeta finito só pode ser um louco ou um economista.
E os estudos das últimas décadas confirmam que os recursos naturais estão
sofrendo alterações perigosas após a Revolução Industrial.
O
mais recente relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA) mostra que o planeta deve ter um aumento médio de temperatura entre
2,9°C a 3,4°C neste século, mesmo com os compromissos do Acordo de Paris, no
ano passado.
O
relatório também estima que as emissões em 2030 devam atingir de 54 a 56
gigatoneladas de dióxido de carbono, pelo menos 12 gigatoneladas acima do
necessário para tentar limitar o aquecimento global a 2°C neste século, uma
meta considerada importante pelos cientistas para reduzir a probabilidade de
impactos climáticos severos como tempestades intensas, secas longas, aumento do
nível do mar, entre outros.
Para
o economista Hugo Penteado, autor do livro Eco-Economia, Uma Nova Abordagem
(Editora Lazuli), o atual sistema econômico é insustentável por ser linear
(extrai/produz/consome/descarta), degenerativo, com a introdução de materiais
que a natureza não tem como lidar (agrotóxicos, inseticidas, queima de combustíveis
fósseis, químicos, plásticos, etc.) e infinito, por visar um crescimento
desenfreado.
Já a
Terra é o oposto, ela tem um sistema circular, que reaproveita tudo,
regenerativo, com a purificação da água e regulagem do clima através de seus
elementos, dos seres vivos e da atmosfera, e finito.
“Sustentabilidade
significa imitar a natureza. Precisamos criar uma economia finita, regenerativa
e circular. O sistema tradicional vem promovendo a maior extinção da vida dos
últimos 65 milhões de anos. Se não for estancado imediatamente, a humanidade
irá desaparecer em algumas décadas”, diz Hugo.
Para
ele, os cientistas demoraram a aceitar o cenário crítico no qual vive a
humanidade. Ela pode chegar à extinção através do fim da água, que é um
subproduto da mudança climática já em ritmo acelerado e da comida, associada à
destruição dos ecossistemas e pressionada pela demanda de pessoas e do sistema
produtivo que cresce exponencialmente sobre um planeta finito.
Hugo
também critica o termo economia verde que mantém o mito de separação do ser
humano com o planeta, reforçando a teoria econômica tradicional. Além disso,
muitas empresas transformaram o conceito em uma farsa ligada a áreas de
marketing e comunicação para promoção da marca.
Outro
grande erro apontado pelo especialista é a utilização do Produto Interno Bruto
(PIB) como principal forma de medir o sucesso das economias com a justificativa
de que o crescimento é o único caminho para a erradicação da pobreza. “A
humanidade atingiu um nível de concentração de renda jamais visto e estudos
mostram que parcelas mínimas da riqueza produzida chegam para os mais pobres”,
diz.
“Só
haverá salvação social se houver salvação ambiental. E só haverá salvação
ambiental se houver salvação social. Enquanto mantivermos a maior parcela da
sociedade alheia a qualquer participação e decisão sobre o futuro da Terra, com
um sistema educacional que só os ensina a consumir e ajudar as empresas a
vender bens de consumo, se tudo isso não mudar radicalmente, a extinção seguirá
como o cenário mais provável”, conclui Hugo. (yahoo)
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