Das jovens fora da escola, em 2016, 26% alegam cuidar da
casa, de crianças ou idosos.
IBGE
Uma em cada
quatro mulheres jovens de 14 a 29 que não estudavam, em 2016, alegaram como
motivo a necessidade de realizar afazeres domésticos e cuidar de crianças ou
idosos. O percentual de mulheres nessa faixa que mencionaram essa razão (26,1%)
era 30 vezes superior ao dos homens (0,8%). Foi o que revelou o módulo de
Educação da Pnad Contínua, divulgado ontem pelo IBGE, que traz um retrato
atualizado do setor no país.
Segundo a analista da Coordenação
de Trabalho e Rendimento do IBGE, Marina Aguas, a Pnad Educação mostra que a
necessidade de cuidar de afazeres domésticos ou de crianças – pessoas em geral
– é muito mais comum para as mulheres do que para os homens. “É o segundo
motivo declarado como principal entre as mulheres. Nas regiões Norte e
Nordeste, ele supera o motivo de trabalho. Entre os homens, esse percentual é
ínfimo, mostrando realmente que as mulheres ainda dedicam muito de seu tempo
aos afazeres domésticos, que é aquele trabalho invisível, e que compete em
grande parte a elas”.
A pesquisa
mostrou que 24,8 milhões de adolescentes e jovens de 14 a 29 anos de idade, de
ambos os sexos, não frequentavam escola, nem cursos de pré-vestibular, técnico
de nível médio ou qualificação profissional. Nesse grupo, 41% das pessoas
estavam fora da escola porque trabalhavam, estavam procurando trabalho ou
conseguiram trabalho que iriam começar em breve. Outros 19,7% disseram que não
tinham interesse em estudar e 12,8% tinham que cuidar de afazeres domésticos ou
de criança, adolescente, idosos ou pessoa com necessidades especiais.
Além
disso, 8,0% declararam já terem concluído o nível de estudo que desejavam e
7,8% disseram que faltava dinheiro para pagar as despesas. Em relação à
dificuldade de acesso, 2,6% não frequentavam a escola porque não existia vaga
ou escola na localidade ou próxima.
Inversão de
papéis.
A pesquisadora alertou para as consequências da interrupção do estudo: “Tanto para a mulher quanto para o homem, deixar de estudar é reduzir o capital humano. A questão é que os homens deixam de estudar para se dedicar ao mercado de trabalho, que é uma fonte de renda para a família. Entre as mulheres, um maior número alega que precisa se dedicar às atividades de cuidados e afazeres domésticos, que é um trabalho não remunerado. Com isso, a remuneração delas tende a ser menor que a dos homens”, conclui a pesquisadora. (ecodebate)
A pesquisadora alertou para as consequências da interrupção do estudo: “Tanto para a mulher quanto para o homem, deixar de estudar é reduzir o capital humano. A questão é que os homens deixam de estudar para se dedicar ao mercado de trabalho, que é uma fonte de renda para a família. Entre as mulheres, um maior número alega que precisa se dedicar às atividades de cuidados e afazeres domésticos, que é um trabalho não remunerado. Com isso, a remuneração delas tende a ser menor que a dos homens”, conclui a pesquisadora. (ecodebate)
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