A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais – Abrelpe divulgou o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil em 2016, obtidos com a soma das projeções de cada região do país e que descreve a produção e destino final dos resíduos sólidos urbanos – RSU, resíduos de saúde – RSS, resíduos de construções e demolições – RCD e os previstos nos acordos de logística reversa. Este conteúdo está descrito nos meus artigos anteriores publicados no Portal EcoDebate.
Nos próximos artigos e com base neste panorama da Abrelpe, estão
as informações específicas sobre os aspectos regionais da geração de resíduos e
sua destinação final no Brasil no ano de 2016. Iniciamos a série com as informações
referentes à Região Sul com três Estados – Rio Grande do Sul, Santa Catarina e
Paraná – e 1.191 municípios.
Em relação aos resíduos sólidos urbanos – RSU, a Região Sul
produziu 22.581 toneladas/dia com 10,7% do total do país e queda de 2% em comparação
com o panorama anterior de 2015. A produção per capita/habitante/dia foi de
0,752 Kg com queda de 2,7%. Os recursos financeiros aplicados pelos municípios
da Região Sul foram de R$ 3,61 por habitante/mês na coleta dos RSU e 4,23 nos
demais serviços de limpeza urbana, com total de R$ 7,84 por habitante/mês. Os
serviços de limpeza urbana movimentaram 3,2 bilhões com queda de 0,8% em
relação ao ano anterior.
Ano
|
Toneladas/dia
|
Kg/habitante/dia
|
2015
|
22.586
|
0,773
|
2016
|
22.127
(-2%)
|
0,752
(-2,7%)
|
Tabela – Geração diária total e
individual de RSU na Região Sul do Brasil em 2016.
Quanto à coleta dos RSU, 95% foram recolhidos, mas houve queda de
1,5% no total e de 2,2% per capita e 29,4% correspondentes a 6.163
toneladas/dia foram destinados para lixões e aterros controlados sem
tratamentos adequados.
Ano
|
Toneladas/dia
|
Kg/habitante/dia
|
2015
|
21.316
|
0,729
|
2016
|
20.987
(-1,5%)
|
0,713
(-2,2%)
|
Tabela 2 – Quantidade de RSU coletados
na Região Sul do Brasil em 2016.
Em relação à coleta seletiva, 1070 dos 1191 municípios da Região
Sul declaram que possuem iniciativas, mas não há informações sobre os números
desta atividade. Na maioria destes municípios é provável que sejam iniciativas
de pequeno porte que não tem uma influência significativa no conjunto da gestão
dos RSU. A disposição final sem tratamentos em aterros controlados e lixões
teve um pequeno aumento em relação ao panorama anterior.
Ano
|
Aterro sanitário (ton./dia)
|
Aterros controlados
(ton./dia)
|
Lixões (ton./dia)
|
2015
|
15.105
= 70,9%
|
3.899
= 18,3%
|
2.312
= 10,8%
|
2016
|
14.824
= 70,6%
|
3.859
= 18,4%
|
2.304
= 11%
|
Tabela 3 – Disposição final dos RSU na
Região Sul do Brasil em 2016.
Resíduos de construções e demolições –
RCD – coletaram-se 16.718
toneladas/dia com geração per capita de 0,568 Kg/habitante/dia. Houve aumento
no total coletado, mas também uma pequena queda na geração individual dos RCD.
Ano
|
Toneladas/dia
|
Kg/habitante/dia
|
2015
|
16.662
|
0,570
|
2016
|
16.718
|
0,568
|
Tabela 4 – Coleta de RCD na Região Sul
do Brasil em 2016.
Resíduos sólidos de saúde – RSS – Foram produzidos 13.632
toneladas de RSS na Região Sul em 2016, com geração per capita média de 0,510
Kg/habitante. Os tratamentos utilizados foram autoclave em 52%, incineração em
43,6% e micro-ondas em 2,6%, com 1,8% tendo outros destinos, provavelmente com disposição
inadequada em lixões, aterros e valas sanitárias.
Estado
|
2015 (Ton/ano –
Kg/habitante/ano)
|
2016 (Ton/ano –
Kg/habitante/ano)
|
Paraná
|
2.912
– 0,261
|
2.814
– 0,250
|
Rio Grande do Sul
|
5.217
– 0,464
|
5.061
– 0,448
|
Santa Catarina
|
5.794
– 0,850
|
5.757
– 0,833
|
Total
|
13.923
– 0,525
|
13.632
– 0,510
|
Tabela 5 – Geração de RSS na Região Sul
do Brasil em 2016.
Não há no documento da Abrelpe informações específicas sobre a
reciclagem e a logística reversa na Região Sul. (ecodebate)
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