Produção agrícola responde por pelo menos 20% das emissões
de gases do efeito estufa
Em
pronunciamento na 23ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP23, o
diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a
Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, alertou que as transformações do
clima poderão arrastar milhões de pessoas para um ciclo vicioso de pobreza e má
nutrição. Dirigente cobrou adoção de padrões mais sustentáveis na produção agrícola.
Pecuária é segmento da produção
de alimentos que mais emite gases do efeito estufa. Foto: Departamento dos
Estados Unidos para Agricultura.
Em
pronunciamento na 23ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP23, o
diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a
Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, alertou que as transformações do
clima poderão arrastar milhões de pessoas para um ciclo vicioso de miséria e má
nutrição. Até 2050, quedas na produção agrícola associadas às mudanças
climáticas poderão elevar em 20% o risco de fome no mundo.
“Não
estamos fazendo o suficiente para enfrentar essa grave ameaça”, criticou o
dirigente da agência da ONU, lembrando que os países insulares e as nações
menos desenvolvidas são “especialmente vulneráveis” às mudanças climáticas.
A produção
agrícola ocupa um lugar paradoxal na dinâmica climática – é afetada por suas
oscilações, mas é também uma das maiores responsáveis pelas mudanças
climáticas. “Pelo menos um quinto das emissões totais de gases do efeito estufa
pode ser atribuído ao setor agrícola”, afirmou Graziano.
Apesar
dos desafios, Graziano afirmou que ainda há tempo para agir. Segundo ele, a
comunidade internacional tem capacidade para erradicar a fome em todas as suas
formas até 2030, tal como previsto pelos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável das Nações Unidas (ODS).
O segmento
da produção de alimentos que mais emite gases do efeito estufa é a pecuária.
Todavia, “é possível uma pecuária de baixo carbono”, enfatizou o chefe da FAO.
A agência estima que técnicas de criação de gado aprimoradas, de fácil
implementação, podem reduzir de 20 a 30% as emissões.
“Não basta transformar apenas a forma como
produzimos alimentos. A mitigação e a adaptação às mudanças climáticas devem
ser integradas em todo o sistema alimentar, desde a produção até o transporte,
desde o processamento até o consumo dos alimentos, tanto nas zonas rurais, como
nas zonas urbanas”, enfatizou o dirigente.
“Reduzir o desmatamento, recuperar terras e florestas degradadas, acabar com as perdas e o desperdício de alimentos, melhorar o ‘sequestro de carbono’ pelo solo, (promover) a pecuária com baixas emissões, essas são apenas algumas das soluções conhecidas para abordar, ao mesmo tempo, a fome, a pobreza e a sustentabilidade.”
“Reduzir o desmatamento, recuperar terras e florestas degradadas, acabar com as perdas e o desperdício de alimentos, melhorar o ‘sequestro de carbono’ pelo solo, (promover) a pecuária com baixas emissões, essas são apenas algumas das soluções conhecidas para abordar, ao mesmo tempo, a fome, a pobreza e a sustentabilidade.”
Por ocasião
da COP23, a FAO lançou uma nova publicação – Acompanhando a adaptação nos setores agrícolas –
que oferece um marco e uma metodologia para apoiar países na implementação de
medidas de adaptação às mudanças climáticas. Acesse o documento clicando aqui (em inglês). (ecodebate)
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