Poluição causa 12,6 milhões de mortes por ano, alerta
relatório da agência ambiental da ONU.
É o que revela um novo relatório da agência ambiental das Nações
Unidas, a ONU Meio Ambiente. Publicado em 16/11/2017, o documento aponta que
ninguém está imune à degradação ambiental. Em 80% das cidades, a qualidade do
ar não atinge parâmetros de saúde adequados. 80% do esgoto produzido no mundo é
despejado na natureza sem tratamento.
Poluição do ar mata 6,5
milhões de pessoas por ano.
A poluição
da natureza é responsável anualmente por quase um quarto – ou 12,6 milhões – de
todas as mortes de seres humanos. É o que revela um novo relatório da agência
ambiental das Nações Unidas, a ONU Meio Ambiente. Publicado em 16/11/2017, o documento
é a publicação mais ampla já produzida pelo organismo sobre o tema. Relatório
traça panorama do problema e elenca 50 políticas para combater a degradação dos
ecossistemas.
“Nenhum de
nós agora está a salvo. Logo, todos nós temos de agir”, alertou o
diretor-executivo da ONU Meio Ambiente, Erik Solheim, por ocasião do lançamento
da pesquisa. A análise conclui categoricamente que ninguém no planeta está
imune à poluição provocada pelo homem.
Atualmente,
a poluição do ar mata 6,5 milhões de pessoas por ano e, em 80% dos centros
urbanos, a qualidade do ar não atinge os parâmetros de saúde estipulados pela
ONU. Mesmo que um indivíduo não viva em uma dessas cidades, são grandes as
chances de que ele faça parte do grupo de 3,5 bilhões de pessoas que dependem
de mares poluídos para se alimentar ou da parcela da população mundial que não
tem acesso a banheiros adequados – 2 bilhões de pessoas.
Os 50
maiores lixões do planeta trazem riscos à vida para outros 64 milhões de
indivíduos. Por ano, 600 mil crianças sofrem danos cerebrais devido à presença
de chumbo em tintas.
O relatório
chama atenção para os riscos enfrentados pelos mais vulneráveis. Meninos e
meninas podem ter seu desenvolvimento físico e mental atrofiado por conta da
exposição à poluição durante os primeiros mil dias de vida. Já os segmentos
mais pobres dependem de ecossistemas saudáveis, cujo equilíbrio é afetado pela
poluição, ou de empregos nas ocupações mais insalubres do mundo.
O impacto
ambiental da poluição também é devastador. Hoje, os oceanos possuem 500 “zonas
mortas”, cuja concentração de oxigênio é tão pequena que torna inviável a
presença de vida marinha. Mais de 80% do esgoto mundial é despejado no meio
ambiente sem tratamento, poluindo os solos usados na agropecuária e os lagos e
rios que são fonte de água para 300 milhões de pessoas. Depósitos de
substâncias químicas ameaçam poluir ainda mais a natureza e colocar a vida de
mais pessoas em risco.
Soluções: consumo e produção
sustentáveis
Embora
algumas formas de poluição tenham diminuído em anos recentes, a ONU Meio
Ambiente alerta que as conquistas são frágeis, sobretudo porque o consumo e a
produção não sustentáveis podem levar a retrocessos. Para enfrentar esse
cenário, a agência das Nações Unidas definiu 50 políticas para mitigar a
destruição da natureza. Medidas giram em torno de cinco eixos principais:
# Liderança
política e parcerias em todos os níveis, mobilizando os setores industrial e
financeiro;
# Ações
contra os piores poluentes e uma aplicação mais eficaz das leis ambientais;
#
Abordagens renovadas para gerenciar as economias, através da eficiência no uso
de recursos, mudanças nos estilos de vida e uma gestão de resíduos aprimorada;
# Investimentos novos,
massivos e redirecionados para tecnologia limpa e de baixo carbono, para
soluções baseadas nos ecossistemas, bem como para pesquisa, monitoramento e
infraestrutura para controlar a poluição;
# E
conscientização para informar e inspirar as pessoas em todo o mundo.
“O
desenvolvimento sustentável é agora a única forma de desenvolvimento que faz
algum sentido”, defendeu Solheim. De acordo com a ONU Meio Ambiente, se a
comunidade internacional ignorar o problema da poluição, os países não
conseguirão cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações
Unidas, os ODS.
Ligia
Noronha, uma das coordenadoras do relatório, enfatizou que a produção e o
consumo sustentáveis são cruciais para reduzir a poluição. “A única resposta à
pergunta de como podemos todos sobreviver neste único planeta com nossa saúde e
dignidade intactas é mudar radicalmente o modo como produzimos, consumimos e
vivemos nossas vidas”, afirmou.
Outra
recomendação da ONU Meio Ambiente é o fortalecimento da governança ambiental,
com a consolidação de marcos internacionais e acordos multilaterais que
englobem tanto compromissos formais, quanto engajamentos voluntários de cada
ator envolvido.
A
degradação do meio ambiente estará na pauta das atividades da terceira
Assembleia Ambiental das Nações Unidas, que acontece do dia 4 a 6 de dezembro
em Nairóbi, no Quênia. O encontro, promovido pela ONU Meio Ambiente, é a
instância decisória mais elevada para deliberações sobre questões ambientais. O
evento reunirá lideranças de países, do setor privado, da sociedade civil e da
academia. (ecodebate)
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