O Homo
sapiens nasceu na África e começou a emigração para o resto do mundo, há cerca
de 80 mil anos, exatamente pelo Estreito de Bab-al-Mandeb, que separa o Iêmen,
no sul da Península Arábica, de Djibuti, no nordeste da África. Naquela época o
Iêmen era uma área fértil e rica, tendo sido o primeiro local fora da África a
receber o Homo Sapiens, que a partir dali se espalhou pelo resto do Planeta.
O Iêmen tem
uma das mais antigas civilizações do mundo. A população do Iêmen era de 4,4
milhões de habitantes em 1950, chegou a 17,9 milhões no ano 2000 e a 28,3
milhões em 2017. Em 67 anos a população foi multiplicada por 6,4 vezes. As
projeções da ONU indicam que a população do Iêmen pode chegar a 44,4 milhões de
habitantes por volta de 2040. Portanto, poderá decuplicar em 90 anos.
A densidade
demográfica que estava em 8,3 habitantes por km2 em 1950, chegou a 54 hab/km2
em 2017 e deve atingir 81 hab/km2 em 2040 (lembrando que a maior
parte do território do país é constituída por desertos).
Contudo,
este acelerado crescimento demográfico pode ser interrompido pela tríade:
“fome, guerras e epidemias”, tal como caracterizado pelo que se costumou chamar
de “choque malthusiano”. A situação atual do Iêmen é dramática, sendo que a
pressão demográfica é agravada pela crise ambiental, econômica e política.
Uma
coalizão liderada pela Arábia Saudita fechou as fronteiras do Iêmen e suspendeu
as entregas de ajuda humanitária em resposta a um ataque com mísseis dos
rebeldes huthis que foi interceptado perto do aeroporto de Riad. Segundo a ONU
o Iêmen vive a maior fome em massa do mundo, agravando a situação que já era
catastrófica no país.
Cerca de 17
milhões de iemenitas têm uma necessidade desesperada de alimentos e sete
milhões correm o risco de passar fome e contrair cólera. Carregamentos da Cruz
Vermelha tem sido bloqueados. A coalizão militar árabe liderada pela Arábia
Saudita interveio no Iêmen em março de 2015 para apoiar o presidente Abedrabbo
Mansour Hadi depois que os huthis o obrigaram a se exiliar.
Em dezembro de 2017, o ex-presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, foi morto após ser alvo de ataque. Ele era aliado há três anos dos houthis, insurgentes que controlam a capital do país, mas teve a sua sentença de morte confirmada após anunciar a ruptura com o grupo. Saleh, que abandonou a presidência do país em 2012, ficou contra uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita e terminou sendo mais uma vítima da guerra civil iemenita, que sofre com a rivalidade entre os poderes sauditas e iranianos. Os gráficos abaixo mostram que o Iêmen estava avançando no processo da transição demográfica, com redução das taxas de mortalidade infantil, aumento da esperança de vida e queda das taxas de fecundidade.
Em dezembro de 2017, o ex-presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, foi morto após ser alvo de ataque. Ele era aliado há três anos dos houthis, insurgentes que controlam a capital do país, mas teve a sua sentença de morte confirmada após anunciar a ruptura com o grupo. Saleh, que abandonou a presidência do país em 2012, ficou contra uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita e terminou sendo mais uma vítima da guerra civil iemenita, que sofre com a rivalidade entre os poderes sauditas e iranianos. Os gráficos abaixo mostram que o Iêmen estava avançando no processo da transição demográfica, com redução das taxas de mortalidade infantil, aumento da esperança de vida e queda das taxas de fecundidade.
A TFT que
estava em 8,8 filhos por mulher na década de 1980 caiu para pouco menos de 4
filhos no quinquênio 2015-20. Porém, a guerra, a fome e as epidemias podem
fazer voltar a subir a mortalidade ou até mesmo a fecundidade.
O gráfico
abaixo mostra as projeções populacionais do Iêmen até 2100. Se olharmos pelo
lado da fecundidade a população vai continuar crescendo. Contudo, o choque pode
vir pelo lado da mortalidade, estabelecendo freios não desejados e não
planejados. A tríade “miséria, epidemias e guerras” pode provocar um colapso
social.
O Iêmen
enfrenta a pior guerra de sua história e a maior crise de fome dos tempos
modernos. O país importa mais de 85% de toda a sua necessidade alimentar e de
remédios. A Secretaria geral de assuntos humanitários da ONU, alertou que a
menos que voltem a abrir as fronteiras para os envios de ajuda, o Iêmen viverá
a maior fome que o mundo já viu em muitas décadas, com milhões de vítimas. Pode
ocorrer um “choque malthusiano” com aumento das taxas de mortalidade.
A
comunidade internacional precisa ajudar o país a resolver seus problemas e
garantir a continuidade da transição demográfica e a sobrevivência do seu povo.
O Iêmen sofre ao continuar sendo um joguete na disputa geoestratégica entre a
Arábia Saudita e o Irã. São milhões de vidas que precisam de esperança em um
futuro melhor e problemas demográficas, econômicos e sociais que precisam ser
resolvidos. (ecodebate)
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