Os três pilares da sustentabilidade e o dilema dentro
da área de negócios.
O Trilema da Sustentabilidade
Embora
a palavra sustentabilidade signifique coisas diferentes para pessoas
diferentes, aqui é utilizada com base na definição oferecida pelo Our Common
Future, acima citada, que deu origem ao chamado Triple Bottom Line (TBL),
conceito proposto pelo guru da sustentabilidade John Elkington, que adotou uma
série de indicadores de gestão e ferramentas de responsabilidade social para
explicar (num sentido da contábil) os custos e benefícios de prática
sustentável.
O
TBL ou os três “pilares” da sustentabilidade (ambiental, econômica e social)
alcançou proeminência em muitos campos, mas o “social” (ou sustentabilidade
social) tem sido negligenciado e subdesenvolvido ou usado de forma simplista e
não teorizada. Afirma-se que até mesmo dentro da área de negócios e corporativa
há dúvidas sobre a utilidade do 3TBL” (MELLES, et al 2011).
No
passado, vários discursos foram promovidos e a marca de sustentabilidade, a
exemplo da primeira onda do ‘verde’ na década de 80 e da segunda onda de ‘eco’
na década de 90, especialmente após a Reunião de Cúpula da Terra no Rio de
Janeiro, Brasil, em 1992.
Seguindo
o relatório da Comissão Brundtland tentativas foram feitas para utilizar o
esquema triple bottom line, como é feito pela Global Report Iniciative (GRI) e
várias empresas de consultoria. Como resultado, a pressão está agora em todas
as organizações (sejam elas privadas, públicas ou não governamentais) para
incorporar uma visão de sustentabilidade como parte de seu núcleo de negócio.
Apesar
de atrair considerável atenção de empresas e acadêmicos de todo o mundo, há uma
literatura mais recente que critica a abordagem TBL. Os críticos argumentam que
a comunicação em um nível organizacional não faz sentido, visto que
sustentabilidade é um conceito global. Além disso, afirma-se que a TBL implica
que o importante é apenas o que pode ser medido e encoraja que o ambiente,
economia e a sociedade sejam considerados como três contas separadas, em vez de
uma.
Argumenta-se
que é quase impossível conciliar a tensão entre os esforços para melhorar a
sustentabilidade e a necessidade de manter uma linha de lucro no setor
corporativo. Apesar de manter negócios como de costume, as corporações e o TBL
tentam lidar com um objetivo puramente orientado para o mercado, em vez de
questões sociais. “Nós também estamos questionando a eficácia de se engajar organizações
nos esforços para aumentar a sustentabilidade, acreditando que os atuais
esforços organizacionais para monitorar e reportar seu desempenho de
sustentabilidade é improvável que resulte em mudança significativa” (MITCHELL
et al, 2012).
Em
suma, afirma-se que as interpretações sociais da sustentabilidade social são
fracas, devido à “falta de um enquadramento adequado para que se operacionalize
o conceito de sustentabilidade social” (PARTRIDGE, 2013). Como resultado disso,
desde o seu início, “o debate sobre o desenvolvimento sustentável foi dominado
por questões ambientais e econômicas” (PARTRIDGE, 2013), sem uma resposta às
injustiças sociais e os desafios que devem ser abordados, a fim de alcançar o
desenvolvimento sustentável (WCED, 1987).
Sustentabilidade
econômica e ambiental: por que elas devem seguir juntas?
Ela
está na pauta de incontáveis debates, é assunto de inúmeros veículos de
comunicação e tema presente em diversas conferências de renome ao redor do
planeta. Devido principalmente às sérias e preocupantes previsões no que se
refere à escassez dos bens naturais e aos impactos ambientais, de fato, muito
se tem discutido sobre essa que virou uma palavra-chave dos nossos tempos:
sustentabilidade. (ecodebate)
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