A taxa consolidada de desmatamento por corte raso
para os nove estados da Amazônia Legal em 2019 é de 10.129 km2
O
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulga a taxa consolidada de
desmatamento para os nove estados da Amazônia Legal Brasileira (ALB). Essa taxa
é baseada nos dados gerados pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na
Amazônia Legal por Satélite (PRODES). O mapeamento utilizou imagens do satélite
Landsat ou similares, para registrar e quantificar as áreas desmatadas maiores
que 6,25 hectares. O PRODES considera como desmatamento a remoção completa da
cobertura florestal primária por corte raso, independentemente da futura
utilização destas áreas.
A
taxa foi calculada a partir da análise das 229 imagens que compõem a ALB e o
valor estimado foi de 10.129 km2 de corte
raso no período de agosto de 2018 a julho de 2019.
A
Tabela 1 apresenta a distribuição da taxa de desmatamento para o ano de 2019
nos estados da ALB. Os estados do Pará, Mato Grosso, Amazonas e Rondônia
correspondem a 84,56% de todo desmatamento observado na ALB. Isso fica espacialmente
explícito na Figura 1, que apresenta o mapa de calor para ocorrências de
desmatamento.
Figura 1 – Mapa de calor das
ocorrências de desmatamento identificadas no PRODES 2019, nas 229 cenas que
compõem a Amazônia Legal Brasileira.
A
Tabela 2 apresenta as variações da taxa para cada estado entre os anos de 2018
e 2019. A análise desta tabela mostra um crescimento do desmatamento nos
estados com maior contribuição. Com exceção do estado de Rondônia, que tem uma
expressiva taxa de desmatamento e mostrou uma pequena diminuição no
desmatamento entre 2018 e 2019.
A
taxa consolidada de desmatamento tem um valor 3,76% acima da taxa estimada pelo
PRODES em novembro de 2019, que foi de 9.762 km². A variação entre valores
estimado e consolidado por estado da ALB é apresentada na Tabela 3. A
estimativa da taxa, nessa época, usou um subconjunto de 99 cenas prioritárias
do sensor OLI/Landsat-8 do total de 229 que recobrem a Amazônia Legal. As 99
cenas selecionadas como prioritárias atenderam a três critérios:
1)
cobrir a região onde foram registrados pelo menos 90% do desmatamento no
período anterior do PRODES (agosto/2017 a julho/2018);
2)
cobrir regiões onde foram registrados pelo menos 90% dos avisos de desmatamento
do DETER 2018/2019;
3)
cobrir os 39 municípios prioritários para fiscalização referidos no Decreto
Federal 6.321/2007 e atualizado em 2018 pela Portaria No. 428 do Ministério do
Meio Ambiente (MMA). As 99 cenas Landsat/OLI usadas para estimar a taxa de
desmatamento do PRODES 2019 cobriram 95,5% das áreas desmatadas no PRODES 2018.
As
Figuras 2 e 3 mostram respectivamente a série histórica do PRODES para a
Amazônia Legal em km2, considerando em 2019 o valor
consolidado apresentado nessa nota, e a variação percentual de um ano para o
outro, em toda a série de taxas do PRODES. A Figura 4 apresenta as taxas
consolidadas anuais por estado da Amazônia Legal Brasileira.
Figura 2 – Taxas consolidadas anuais
de desmatamento do PRODES (em km2) desde 1988 na Amazônia Legal
Brasileira.
Figura 3 – Variação relativa
anual das taxas consolidadas do PRODES na Amazônia Legal.
Figura
4 – Taxas consolidadas de desmatamento anual por estado da Amazônia Legal
Brasileira na série histórica do PRODES (em km²).
Por
meio do PRODES, o INPE realiza o mapeamento sistemático da Amazônia Legal e
produz, desde 1988, as taxas anuais de desmatamento na região. Essa série
histórica é usada pelo governo brasileiro para avaliação e estabelecimento de
políticas públicas relativas ao controle do desmatamento e ações voltadas a
temática de REDD+.
Além
do uso governamental, os dados do PRODES embasam iniciativas bem-sucedidas no
setor privado que conjugam produção e sustentabilidade, como a Moratória da
Soja e o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) da cadeia produtiva de carne bovina,
entre outras. A série histórica do PRODES é ainda usada em milhares de
trabalhos científicos, o que denota a sua importância na área ambiental para
toda a sociedade brasileira. (ecodebate)
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