Terras Indígenas na Amazônia
são as Áreas de Proteção que mais sofrem pressão por desmatamento, revela
Imazon.
Desmatamento – Relatório
mostra que a TI Yanomami foi a mais pressionada entre fevereiro e abril deste
ano.
A Terra Indígena é uma das
mais vulneráveis para a Covid-19.
De acordo com o Imazon*, das
dez Áreas Protegidas que mais sofreram pressão por desmatamento, cinco são
Terras Indígenas. A TI Yanomami (RR/AM) foi o maior alvo dos criminosos
responsáveis pela destruição ilegal da floresta. As TIs Alto Rio Negro (AM),
Raposa Serra do Sol (RR), Uaçá I e II (AP) e Kayapó (PA) também registraram
ocorrências de devastação no interior da área protegida. O avanço do
desmatamento, além de trazer prejuízos ambientais para essas áreas, pode
resultar ainda em riscos à saúde dessas comunidades tradicionais.
A Terra Indígena Yanomami, a
primeira no ranking das APs mais pressionadas, está no ranking das TIs mais
vulneráveis para a Covid-19, segundo levantamento feito pelo Instituto
Socioambiental em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais. As TIs
Raposa Serra do Sol e Alto Rio Negro também estão na lista das mais suscetíveis
a ter surtos da doença. Na última semana, a TI Kayapó perdeu uma de suas
maiores lideranças para o coronavírus: Paulinho Payakan. “É preciso gente para
desmatar e há muita invasão justamente nas Unidades de Conservação e nas Terras
Indígenas. Essas pessoas podem levar o coronavírus para esses territórios”,
explica o pesquisador do Imazon Carlos Souza Jr.
O estudo apresenta ainda as
Áreas de Proteção mais ameaçadas: APA do Tapajós (PA) e Parna Mapinguari
(AM/RO). Somente o estado de Rondônia tem cinco das dez APs mais ameaçadas de
fevereiro a abril deste ano. Já no ranking das APs mais pressionadas durante
esse período, aparecem ainda a APA Triunfo do Xingu (PA), APA do Tapajós (PA) e
a Florex Rio Preto-Jacundá (RO).
Ameaça e Pressão – O
Instituto classifica ameaça como a medida do risco iminente de ocorrer
desmatamento no interior de uma área protegida. É utilizada uma distância de 10
km para indicar a zona de vizinhança de uma AP, onde a ocorrência de
desmatamento indica ameaça. Já o termo pressão é definido como a ocorrência do
desmatamento no interior da área protegida, que pode levar à perdas ambientais
e até mesmo redução ou redefinição de limites da AP.
De fevereiro a abril deste
ano, o Sistema de Alerta de Desmatamento do Imazon detectou um total de 885 km²
de desmatamento na Amazônia. 53% das células de desmatamento indicam ameaça e
47% mostraram a pressão em APs. O número de células com ocorrência de
desmatamento de fevereiro a abril de 2020 é 216% superior ao registrado de
fevereiro a abril de 2019.
Estudo – O relatório do
índices de ameaça e pressão de desmatamento em Áreas Protegidas é divulgado
trimestralmente pelo Imazon. O estudo é produzido com base em dados de alertas
de desmatamento do SAD, Sistema de Monitoramento desenvolvido pelo Instituto.
São utilizados apenas os indicadores de desmatamento para determinar ameaça e
pressão em uma unidade de conservação, entretanto, outros fatores também
oferecem risco para a área, como extração madeireira, atividades de garimpo e
hidrelétricas. Para ver o relatório completo, clique aqui.
* Imazon – O Imazon é um
Instituto nacional de pesquisa, sem fins lucrativos, composto por pesquisadores
brasileiros, fundado em Belém há anos. Através do sofisticado Sistema de Alerta
do Desmatamento (SAD), a organização realiza, há mais de uma década, o trabalho
de monitoramento e divulgação de dados sobre o desmatamento e degradação da
Amazônia Legal, fornecendo mensalmente alertas independentes e transparentes
para orientar mudanças de comportamento que resultem em reduções significativas
da destruição das florestas em prol de um desenvolvimento sustentável.
(ecodebate)
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