domingo, 31 de janeiro de 2021

Aquecimento antropogênico aumenta a frequência de eventos de calor extremo

O aquecimento global é um tema debatido há anos, esse fenômeno não é nada mais que o aumento contínuo das temperaturas na atmosfera e na superfície da Terra. Os cientistas têm 90% de certeza de que o processo continuará a acontecer e que afetará a todas as regiões do planeta. Esse inevitável fenômeno tem duas causas básicas: uma natural e outra artificial, de acordo com grande parte dos estudiosos que se concentram nos estudos sob a ótica ambientalista ou antiambientalista.

O fluxo de calor antropogênico, ou de origem humana, na atmosfera próxima à superfície mudou os ambientes térmicos urbanos.

Grande parte dessa flutuação foi observada com o rápido desenvolvimento da economia global e da urbanização desde a virada do século 21. Enquanto isso, o número de eventos de temperatura extrema na primeira década do século 21 cresceu mais rápido do que nos últimos 10 anos do século 20. Durante este período, os eventos de calor extremo urbano tornaram-se mais frequentes, quebrando recordes de temperatura com mais frequência.

“Encontramos as relações entre o fluxo de calor antropogênico e eventos de temperatura extrema...” disse o Prof. XIE Zhenghui, cientista do Instituto de Física Atmosférica da Academia Chinesa de Ciências. “… incluindo eventos extremos de frio e calor, com base em sete índices de temperatura extremas, conduzindo o modelo avançado”.

O fluxo de calor antropogênico reduz os eventos de frio extremo e aumenta os eventos de calor extremo.

Muitos pesquisadores estudaram eventos de temperaturas extremas urbanas, incluindo o efeito do calor do fluxo de calor antropogênico de diferentes escalas de tempo, o efeito da ilha de calor urbana e as interações sinérgicas entre a ilha de calor urbana e as ondas de calor. As relações entre o fluxo de calor antropogênico e eventos de temperatura extrema foram menos estudadas.

“O calor antropogênico aumentou a frequência e a tendência dos eventos de calor extremo, enquanto os eventos de frio extremo foram opostos”, disse o Prof. XIE. Junto com o Dr. LIU Bin, o XIE desenvolveu um estudo de caso em Pequim, China, analisando dados de calor antropogênico com base no consumo de energia. Usando a versão Advanced Research (ARW) do modelo Weather Research and Forecasting (WRF), eles implementaram um esquema de representação dinâmica da liberação de calor antropogênica urbana. Sua pesquisa completa foi publicada em Advances in Atmospheric Sciences.

Ao analisar o processo dinâmico da camada limite da atmosfera, a equipe também encontrou diferenças na eficiência do aquecimento sazonal. Esta pesquisa pode ajudar a mitigar o impacto de eventos de temperaturas extremas em diferentes estações.

Um novo estudo aponta que combinações potencialmente fatais de umidade e calor estão surgindo em todo o mundo.

Pesquisadores de mudanças climáticas alertam a algum tempo que a Terra testemunhará temperaturas que tornarão regiões "quase inabitáveis" até 2070.

Cientistas alertaram sobre calor extremo daqui a 50 anos, mas há locais onde isso já é realidade. (ecodebate)

Temperatura na superfície dos oceanos atingiu recorde em 2020

Segundo estudo, esse aumento pode atingir outros biomas do planeta, tendo como consequências a intensificação de tempestades, incêndios florestais e furacões, por exemplo.
Fumaça no mar do Ártico é resultado do aquecimento global.

Mesmo com a queda nas emissões globais de carbono pela pandemia, as temperaturas dos oceanos continuaram a subir em 2020, batendo inclusive recorde. Um novo estudo, coordenado por 20 cientistas de 13 institutos ao redor do mundo, relata as mais altas temperaturas na superfície dos mares do planeta desde 1955.

Relatório publicado em 13/01/2021 na revista Advances in Atmospheric Sciences, reitera que águas mais quente podem causar danos a todo o planeta. "Mais de 90% do excesso de calor devido ao aquecimento global é absorvido pelos oceanos, então o aquecimento dos mares é um indicador direto do aquecimento global de longo prazo", diz Lijing Cheng, principal autor do artigo, em nota. "As tendências de mudança do oceano persistirão pelo menos por várias décadas, então as sociedades precisam se adaptar às consequências agora inevitáveis do aquecimento inabalável. Mas ainda há tempo para agir e reduzir nossas emissões de gases de efeito estufa".

Para realizar o estudo, os pesquisadores calcularam a temperatura dos oceanos e sua salinidade até 2 mil metros de profundidade com base em dados de todas as observações disponíveis do Banco de Dados Mundial dos Oceanos. Assim descobriram que, em 2020, as águas na superfície dos mares absorveram 20 zettajoules a mais de calor do que em 2019. Para ter ideia, essa quantidade seria suficiente para ferver 1,3 bilhão de chaleiras, cada uma contendo 1,5 litros de água.

Os pesquisadores relataram ainda outros efeitos prejudiciais aos ecossistemas oceânicos, como a amplificação do padrão de salinidade e maior estratificação (formação de camadas horizontais de água com diferentes densidades) devido ao aquecimento mais rápido das camadas superiores em relação às mais profundas. "O fresco fica mais fresco e o salgado fica mais salgado", explica Cheng.

"O oceano absorve uma grande quantidade de calor, amortecendo o aquecimento global. No entanto, as mudanças oceânicas associadas também representam um grave risco para os humanos e a própria natureza", alerta o pesquisador.

Mares mais quentes, acompanhados de uma atmosfera com temperaturas mais elevadas, promovem chuvas mais intensas e, especialmente, furacões. “Incêndios extremos como os testemunhados em 2020 se tornarão ainda mais comuns no futuro", avisa Cheng. (revistagalileu)

Frear desmatamento para reduzir surgimento de doenças como a COVID-19

WWF: é preciso frear desmatamento para reduzir surgimento de doenças como a COVID-19.
Além das mudanças climáticas e da redução da biodiversidade, o desmatamento tem como consequência para a humanidade o surgimento de novas zoonoses. A reconstrução pós-COVID-19 e o medo de outra pandemia podem inspirar um novo paradigma ambiental, segundo defendem cientistas.

O WWF-Internacional divulgou um relatório no qual o Brasil aparece como um dos campeões de desmatamento e de fragmentação de florestas e outros ecossistemas entre 2000 e 2018. Além da perda de biodiversidade e das implicações climáticas, o fato de o país ter duas frentes simultâneas de destruição, a Amazônia e o Cerrado, chama a atenção também para as possibilidades de sermos local de origem de novas zoonoses. É o que aponta o relatório "Frentes de desmatamento: vetores e respostas em um mundo em evolução", fruto de uma extensa pesquisa realizada em 29 países, divulgado em 13/01/2021.

Segundo a organização, o desmatamento e a degradação florestal estão entre os principais fatores para o surgimento de doenças como HIV/AIDS, Ebola, SARS, Febre do Vale Rift e, mais recentemente, a COVID-19. Mudanças no uso da terra contribuíram para quase metade das doenças zoonóticas que afetaram humanos entre 1940 e 2005. E o surgimento de novas zoonoses é elevado em regiões tropicais, biodiversas e historicamente cobertas por florestas e savanas que estão passando por grandes mudanças provocadas pelo homem, como vem acontecendo no Brasil.

"As mudanças no uso da terra, como o desmatamento, são os principais vetores de zoonoses emergentes porque, com a mudança no uso da terra, você tem o aumento do contato entre as pessoas e a vida selvagem e os seus patógenos, como vírus e bactérias", explica, em entrevista à Sputnik Brasil, Mariana Napolitano, gerente de Ciências e Conservação do WWF-Brasil.

Dados oficiais mostram que março/2020 teve 30% de aumento no desmatamento em relação ao mesmo mês em 2019, período de seca ainda não havia começado na região.

De acordo com a especialista, esse problema está relacionado a mais de 30% das novas doenças humanas notificadas desde 1960. E essas mudanças causam também um desequilíbrio na composição das espécies animais, aumentando também o número de vetores e hospedeiros que são capazes de se adaptar a ambientes alterados, como roedores e morcegos.

"Além disso, o desmatamento aumenta a fragmentação e o efeito de borda, aumentando não só a presença das pessoas, mas também de animais domésticos em ambientes naturais que já estão desequilibrados, o que vai aumentar, então, o risco de um patógeno — um vírus, por exemplo — de um animal selvagem pular para o ser humano ou para os animais domésticos".

Apesar das crescentes evidências dos impactos negativos da degradação ambiental para a humanidade, em algumas partes do planeta, como no Brasil, o desmatamento segue em alta, com números cada vez mais alarmantes.

Em parte, isso pode ser atribuído, segundo Napolitano, à persistência do falso paradigma de que o desenvolvimento econômico e social e a conservação do meio ambiente são mutuamente excludentes. Ou pode estar relacionado também a governos com visões econômicas de curtíssimo prazo, para os quais compensaria, financeiramente, todo o prejuízo causado pelo desmatamento.

Os dados mostram que tanto essa crença como essa escolha imediatista têm conseguido atrair apoiadores mesmo com a proliferação de estudos apontando para a necessidade de se buscar outros caminhos. Até agora.

Para o WWF, os problemas desencadeados pelo novo coronavírus e o processo de recuperação da pandemia podem proporcionar uma oportunidade significativa para que essa mudança de paradigmas, tão defendida pelos cientistas ao longo das últimas décadas, consiga finalmente prevalecer.

A preservação do Meio Ambiente poderá evitar o surgimento de outras doenças como a Covid-19.

"Nós vamos voltar para o mesmo ponto em que nós estávamos ou nós vamos fazer uma reconstrução que nos coloque em um lugar melhor? Como demonstra aí o relatório, nós precisamos de ações coletivas para implementar soluções personalizadas e integradas que vão beneficiar tanto a natureza mas também as populações humanas", afirma Mariana Napolitano. "E a gente está vendo que, cada vez mais, a gente não vai fazer isso pela biodiversidade. A gente vai fazer isso pela nossa saúde, pela nossa economia e pelo nosso bem-estar". (sputniknews)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Evidências da presença de microplástico na placenta humana

Estudo encontra evidências da presença de microplástico na placenta humana.
No último século, a produção global de plástico chegou à marca de 320 milhões de toneladas por ano.

Agora, um estudo inédito realizado por pesquisadores de diferentes instituições médicas e acadêmicas da Itália encontrou as primeiras evidências da presença de microplástico na placenta humana.

Para a médica Jordanna Leão, que tem mais de 10 anos de experiência com acompanhamento fetal, o resultado é alarmante e reforça a importância de mudar a concepção que se tem do papel da gestante ao longo da gravidez.

De acordo com pesquisa italiana, 12 fragmentos foram encontrados nas placentas de 4 das 6 gestantes que forneceram material para o estudo. O microplástico é uma partícula com menos de cinco milímetros originada da degradação do plástico presente no ambiente.

Risco no excesso de cosméticos

Embora sejam necessárias mais evidências para definir o impacto desse material na gestação, acredita-se que ele possa ter influência no desenvolvimento do feto, em sua reação imunológica e na preparação da mãe. Segundo Jordanna Leão, alguns números em torno da gravidez são preocupantes e podem estar relacionados a essa descoberta.

Hoje uma em cada quatro mulheres entra em depressão pós-parto no Brasil e menos de 40% consegue amamentar exclusivamente. Se pensarmos bem, a depressão pós-parto é a não transformação da mente da mulher. Como mamíferos, nossa mente precisa se transformar para que nosso corpo acompanhe essa mudança, mas isso não acontece quando a gente não tem tudo que precisa ou quando somos bombardeados de substâncias e informações”, argumenta.

Para a médica, isso tem relação com o uso excessivo de produtos cosméticos, mesmo durante a gestação. Os dados da pesquisa italiana reforçam que o material encontrado nas placentas analisadas também é bastante presente em itens como cremes para o corpo, unhas em gel, esmaltes, entre outros.

No mesmo sentido, Jordanna reforça que o número de gestantes que ela observa em seu consultório fazendo uso excessivo desses produtos é alto. “Muitas vezes, recebo pacientes no consultório que têm dificuldade de realizar o exame de oximetria porque estão com unhas em gel tão grandes que não cabem no aparelho”, relata.

Importância de mudar o comportamento

Diante da experiência acumulada em mais de uma década de acompanhamento fetal, a médica afirma que o comportamento das gestantes em relação ao papel que desempenham na gravidez precisa ser revisto.

Ela explica que é comum que a mãe ache que seus hábitos se resumem a garantir que o feto não corra risco de morte, mas destaca que isso não é suficiente. Diante dos impactos causados pelos microplásticos, Jordanna aconselha que o uso seja drasticamente reduzido, tanto pelo risco de contaminação como pelo efeito causado na própria gestante.

Ela enche seu corpo de cremes e produtos repletos de plástico, parabenos e outras substâncias que causam disrupção endócrina. Isso acontece porque esses cosméticos fingem ser um tipo de hormônio, mas não fazem a função hormonal”, explica.

Indo além, a médica argumenta que, embora sejam necessários novos estudos, é possível que o material que chegou à placenta também esteja presente em outros tecidos da gestante, causando efeitos nocivos ao seu desenvolvimento para a maternidade que podem ser determinantes para a saúde do bebê e para a relação da mãe.

O que vamos começar a ver é que o mundo moderno mudou bastante. É preciso entender a importância dos cuidados, de não usar qualquer creme, de evitar as unhas em gel, enfim, de ser o mais natural possível”, completa. (ecodebate)

Mudanças climáticas dobram número de pessoas que sofrem com secas extremas

Mudanças climáticas podem dobrar o número de pessoas que sofrem com secas extremas.
A Michigan State University está liderando um esforço de pesquisa global para oferecer a primeira visão mundial de como a mudança climática pode afetar a disponibilidade de água e a severidade da seca nas próximas décadas.

No final do século 21, a área global de terras e a população que enfrenta secas extremas poderiam mais do que dobrar – aumentando de 3% durante 1976-2005 para 7% -8%, de acordo com Yadu Pokhrel, professor associado de engenharia civil e ambiental do MSU’s College of Engineering, e principal autor da pesquisa publicada na Nature Climate Change.

“Mais e mais pessoas sofrerão com secas extremas se um nível médio ao alto de aquecimento global continuar e a gestão da água for mantida em seu estado atual”, disse Pokhrel. “As áreas do hemisfério sul, onde a escassez de água já é um problema, serão afetadas de forma desproporcional. Prevemos que este aumento na escassez de água afetará a segurança alimentar e aumentará a migração humana e os conflitos”.

A equipe de pesquisa, incluindo o pesquisador de pós-doutorado da MSU Farshid Felfelani, e mais de 20 autores contribuintes da Europa, China e Japão, estão projetando uma grande redução no armazenamento natural de água terrestre em dois terços do mundo, também causada pelas mudanças climáticas.

Após anos consecutivos de seca, Nordeste fica à beira do colapso.

Armazenamento de água em terra, tecnicamente conhecido como armazenamento de água terrestre/TWS, é o acúmulo de água na neve e no gelo, rios, lagos e reservatórios, pântanos, solo e água subterrânea – todos componentes críticos do abastecimento mundial de água e energia. O TWS modula o fluxo de água dentro do ciclo hidrológico e determina a disponibilidade de água, bem como a seca.

“Nossas descobertas são uma preocupação”, disse Pokhrel. “Até o momento, nenhum estudo examinou como as mudanças climáticas impactariam o armazenamento de água terrestre globalmente. Nosso estudo apresenta o primeiro quadro abrangente de como o aquecimento global e as mudanças socioeconômicas afetarão o armazenamento de água no solo e o que isso significará para as secas até o final do século”.

Felfelani disse que o estudo deu à equipe internacional uma importante oportunidade de previsão.

“Avanços recentes na modelagem hidrológica baseada em processos, combinados com projeções futuras de modelos climáticos globais em cenários abrangentes de mudanças socioeconômicas, forneceram uma base única para uma análise abrangente da disponibilidade de água e secas futuras”, disse Felfelani. “Temos grande confiança em nossos resultados porque usamos dezenas de modelos e eles concordam com as mudanças projetadas.”

A pesquisa é baseada em um conjunto de 27 simulações de modelos hidrológicos e climáticos globais abrangendo 125 anos e foi conduzida em um projeto de modelagem global denominado Projeto Intercomparação Modelo de Impacto Intersetorial. Pokhrel é um membro ativo do projeto.

A injustiça global da crise climática.

“Nossas descobertas destacam por que precisamos da mitigação das mudanças climáticas para evitar os impactos adversos no abastecimento de água global e o aumento das secas que conhecemos agora”, disse Pokhrel. “Precisamos nos comprometer com uma melhor gestão e adaptação dos recursos hídricos para evitar consequências socioeconômicas potencialmente catastróficas da escassez de água em todo o mundo”. (ecodebate)

Eventos climáticos extremos custaram US$ 22 bi aos EUA em 2020

Eventos climáticos extremos custaram 22 bilhões de dólares aos EUA em 2020.
Foi um ano extraordinário para eventos meteorológicos e climáticos nos Estados Unidos: a nação sofreu desastres sem precedentes de 22 bilhões de dólares em 2020.

Um número recorde de tempestades tropicais nomeadas se formou no Atlântico, com um recorde de 12 aterrissando. O país também teve seu ano mais ativo de incêndios florestais já registrados, devido às condições muito secas no oeste e às temperaturas excepcionalmente altas que atingiram grande parte do país.

Aqui está uma recapitulação do clima e dos eventos climáticos extremos nos EUA em 2020, de acordo com cientistas dos Centros Nacionais de Informações Ambientais da NOAA.

Clima pelos números

Desastres de bilhões de dólares em 2020

No ano passado, os  EUA experimentaram um recorde de 22 desastres climáticos  que mataram pelo menos 262 pessoas e feriram mais dezenas:

1 evento de incêndio florestal (incêndios florestais ocidentais com foco na Califórnia, Colorado, Oregon e Washington);

1 evento de seca e onda de calor (verão / outono no oeste e centro dos EUA);

3 surtos de tornado (incluindo o tornado de Nashville e o surto de Páscoa);

7 ciclones tropicais (Hanna, Isaias, Laura, Sally, Delta, Zeta e Eta); e

10 eventos climáticos severos (incluindo o derecho do meio-oeste e tempestades de granizo no Texas)

Danos causados ​​pelos desastres ultrapassaram US $ 1 bilhão cada e totalizaram aproximadamente US $ 95 bilhões em todos os 22 eventos.

Um mapa dos Estados Unidos traçado com os locais e datas para o tempo recorde de US$ 22 bilhões e desastres climáticos que afetaram o país em 2020. (Veja o texto do artigo e o link do relatório da NCEI para obter detalhes sobre cada evento.) (NOAA NCEI )

Os US$ 7 bilhões ciclones tropicais foram os mais em um ano desde NOAA começou a manter o controle de desastres de bilhões de dólares em 1980. O extremamente ativo 2020 Atlântico temporada de furacões produzidos um número sem precedentes de 30 tempestades nomeadas, com 12 tornando a terra firme nos EUA continental  O combinado O custo dos sete sistemas tropicais foi de aproximadamente US$ 40,1 bilhões, mais de 42% do preço total do desastre de US$ 1 bilhão em 2020.

O ano passado também foi o ano de incêndio florestal mais ativo já registrado no Ocidente. Os três maiores incêndios florestais da história do Colorado ocorreram em 2020, com a Califórnia registrando cinco dos seis maiores incêndios florestais de sua história. Em todos os EUA, os incêndios florestais queimaram quase 10,3 milhões de acres durante 2020, excedendo a média de 2000-2010 em 51%. Esta foi a maior área plantada consumida nos Estados Unidos desde pelo menos 2000.

Desde 1980, os EUA sofreram 285 desastres climáticos e climáticos de bilhões de dólares que ultrapassaram US $ 1,875 trilhão em danos totais até o momento.

Um mapa dos Estados Unidos plotado com eventos climáticos significativos que ocorreram em 2020. Consulte o texto do artigo abaixo, bem como os destaques do relatório completo do clima em http://bit.ly/USClimate202012.

Ano inteiro de 2020

A temperatura média nos EUA contíguos em 2020 era de 54,4°F (2,4 graus acima da média do século 20), tornando 2020 o 5º ano mais quente já registrado. Todos os 5 anos mais quentes nos EUA ocorreram desde 2012, de acordo com cientistas da NOAA dos Centros Nacionais de Informações Ambientais da NOAA .

Dez estados nas regiões sudoeste, sudeste e costa leste tiveram seu segundo ano mais quente já registrado. Não houve áreas com temperaturas anuais abaixo da média observadas nos 48 estados do Baixo durante 2020. No Alasca, apesar das temperaturas de 1,5°F acima da média de longo prazo, o estado viu seu ano mais frio desde 2012.

A precipitação nos EUA contíguos totalizou 30,28 polegadas (0,34 polegada acima da média), o que colocou 2020 no terço intermediário do recorde climático de 126 anos.

Nevada e Utah foram os mais secos já registrados, com o Arizona e o Colorado em segundo lugar. Por outro lado, a Carolina do Norte registrou seu 2º ano mais chuvoso, com a Virgínia tendo o 3º ano mais chuvoso.

Catástrofes naturais, incêndios na Califórnia e terremotos no México destruíram casas, infraestruturas e custaram muitas vidas.

Furacões farão seguradoras pagarem valores recorde.

De acordo com o Monitor de Secas dos EUA, 2020 terminou com condições de seca extremas e excepcionais envolvendo cerca de 22% da área contígua dos EUA – a maior extensão desde agosto de 2012. (ecodebate)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

INPE/2020 revela o 2º pior ano de desmatamento apurado pelo sistema

Deter/INPE 2020 revela o segundo pior ano de desmatamento apurado pelo sistema.
Deter/INPE 2020 revela o segundo pior ano de desmatamento apurado pelo sistema.

Índice de desmatamento só perde para o recorde histórico no primeiro ano do governo Bolsonaro.

Os alertas de desmatamento atingiram 216 km2 em dezembro do ano passado, segundo divulgou em 08/01/2021, o Instituto Nacional de Estudos Espaciais (INPE). A área é 14% maior do que a verificada no mesmo mês de 2019 e fecha o ano civil de 2020 (jan-dez) com um total de 8.426 km2, a segunda pior marca anual do sistema de monitoramento Deter, iniciado em 2015.

Índice de 2020 ficou abaixo apenas do recorde histórico de 2019, com 9.178 km2 desmatados. Os dois anos do governo Bolsonaro consolidam o pior cenário de alertas detectado pelo sistema na região amazônica. A média dos três anos anteriores a sua posse (2016 a 2018) foi de 4.845 km2. Já nos 24 meses de gestão Bolsonaro, a média anual foi de 8.802 km2, um aumento de mais de 81%.

Dezembro foi o 7° mês da Operação Verde Brasil 2, na qual o Exército foi enviado à Amazônia, em tese, para combater as queimadas e crimes ambientais. Porém, mesmo com a presença os militares na região, o desmatamento continua apresentando números alarmantes e os focos de calor fecharam o ano com alta de 15%.

“Bolsonaro tem dois anos de mandato e os dois piores anos de Deter ocorreram na gestão dele. As queimadas, tanto na Amazônia quanto no Pantanal, também cresceram por dois anos consecutivos. Não é coincidência, mas sim o resultado das políticas de destruição ambiental implementadas pelo atual governo”, avalia Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.

O Deter foi criado para monitorar e emitir alertas sobre o desmatamento, orientando a fiscalização. Seus números apresentam estimativas confiáveis sobre o ritmo de derrubada da floresta. Contudo, os alertas não são o índice oficial de desmatamento do país, o que é calculado pelo sistema Prodes, também do INPE.

Sobre o Observatório do Clima: rede formada em 2002, composta por 56 organizações da sociedade civil. Atua para o progresso do diálogo, das políticas públicas e dos processos de tomada de decisão sobre mudanças climáticas no país e globalmente. Site: www.oc.eco.br. (ecodebate)

Desmatamento no Bioma Cerrado em 2020 foi de 7.340 km²

Desmatamento no Bioma Cerrado no ano de 2020 foi de 7.340 km.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) divulga os dados de desmatamento no bioma Cerrado para o ano de 2020, que totalizou 7.340 km2 correspondente ao período de agosto/2019 a julho/2020. Esse valor representa um aumento de 13% em relação ao ano de 2019, último período divulgado.

Esse resultado é proveniente do projeto PRODES Cerrado, desenvolvido e operado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) com apoio dos ministérios do MMA e do MCTI, sendo financiado pelo Programa de Investimento Florestal (FIP) do Banco Mundial. Para o mapeamento, o projeto utiliza 118 imagens do satélite Landsat ou similar para identificar, mapear e quantificar as áreas maiores que 1 hectare onde a vegetação nativa foi suprimida, independente da utilização subsequente dessas regiões.

Tabela 1 mostra a área de vegetação nativa suprimida no Bioma Cerrado em 2020 em cada estado. Maranhão foi quem apresentou a maior área de vegetação nativa suprimida com 1.836,14 km2, seguido pelo Tocantins (1.565,88 km2) e Bahia (919,17 km2).

Tabela 1 – Área de vegetação nativa suprimida no Bioma Cerrado em 2020 em cada estado.

Estado

PRODES 2020 (km2)

Contribuição (%)

Bahia

919,17

12,52

Distrito Federal

4,78

0,07

Goiás

724,56

9,87

Maranhão

1.836,14

25,01

Mato Grosso

727,20

9,91

Mato Grosso do Sul

309,79

4,22

Minas Gerais

637,91

8,69

Paraná

1,26

0,02

Piauí

605,94

8,25

Rondônia

0,06

0,00

São Paulo

8,26

0,11

Tocantins

1.565,88

21,33

TOTAL

7.340,94

100,00

A Tabela 2 apresenta a variação da área de vegetação nativa suprimida entre os anos de 2019 e 2020. No total essa variação foi de 13%, que representa um aumento de 856,65 km2 na remoção da cobertura natural em relação a 2019.

Tabela 2 – Valores absolutos e variação percentual para cada estado em km2.

Estado

PRODES/2019

PRODES/2020

Diferença

Variação (%)

Bahia

832,42

919,17

86,75

10,42

Distrito Federal

2,51

4,78

2,27

90,39

Goiás

651,36

724,56

73,20

11,24

Maranhão

1.309,50

1.836,14

526,64

40,22

Mato Grosso

931,07

727,20

– 203,87

-21,90

Mato Grosso do Sul

294,35

309,79

15,44

5,24

Minas Gerais

496,71

637,91

141,20

28,43

Paraná

0,68

1,26

0,58

85,31

Piauí

463,77

605,94

142,17

30,66

Rondônia

0,24

0,06

– 0,18

-74,04

São Paulo

6,11

8,26

2,15

35,23

Tocantins

1.495,69

1.565,88

70,19

4,69

TOTAL

6.484,29

7.340,94

856,65

13,21

A Tabela 3 apresenta a extensão da área de vegetação nativa suprimida no Bioma Cerrado por ano, desde 2001 a 2020, toda a série histórica gerada pelo INPE. Para os biênios 2001-2002, 2003-2004, 2005-2006, 2007-2008, 2009-2010 e 2011-2012, foi feito um mapeamento, e atribuiu-se a cada um dos anos a metade do incremento do respectivo biênio. Para o período compreendido entre 2013 e 2020 o mapeamento é anual.

Tabela 3 – Incremento anual da área de vegetação nativa suprimida por estado (km2).

ANO

BA

DF

GO

MA

MT

MS

MG

PR

PI

RO

SP

TO

2001

2.285

13

6.621

2.304

5.317

2.829

6.458

29

480

2

183

2.904

2002

2.285

13

6.621

2.304

5.317

2.829

6.458

29

480

2

183

2.904

2003

2.700

82

6.173

2.846

6.630

2.349

4.729

16

1.119

6

210

3.079

2004

2.700

82

6.173

2.846

6.630

2.349

4.729

16

1.119

6

210

3.079

2005

1.800

27

2.460

2.376

2.732

1.581

2.791

26

976

0

214

2.629

2006

1.800

27

2.460

2.376

2.732

1.581

2.791

26

976

0

214

2.629

2007

2.010

10

1.504

2.833

1.989

789

2.152

3

638

1

56

1.798

2008

2.010

10

1.504

2.833

1.989

789

2.152

3

638

1

56

1.798

2009

1.209

12

1.460

1.694

1.000

517

1.357

21

832

0

72

1.820

2010

1.209

12

1.460

1.694

1.000

517

1.357

21

832

0

72

1.820

2011

1.524

6

973

1.432

1.033

394

1.472

2

939

0

24

1.741

2012

1.524

6

973

1.432

1.033

394

1.472

2

939

0

24

1.741

2013

1.562

11

1.502

1.591

1.757

495

1.953

3

1.326

1

43

2.817

2014

1.079

20

1.182

1.834

1.010

279

1.948

8

1.172

0

50

2.243

2015

1.335

5

1.218

1.656

1.696

625

1.198

7

847

0

25

3.063

2016

782

3

647

1.229

1.165

342

329

3

701

0

3

1.587

2017

783

5

842

1.481

1.104

285

512

2

599

0

4

1.693

2018

697

8

713

1.470

988

258

471

1

483

0

15

1.530

2019

832

2

651

1.309

931

294

496

1

463

0

6

1495

2020

919

5

725

1.836

727

310

638

1

606

0

8

1.566

Total

31.045

359

45.862

39.376

46.780

19.806

45.463

220

16.165

19

1.672

43.936

A Figura 1 mostra uma comparação gráfica entre a extensão da área de vegetação nativa suprimida no período de 2001 a 2020.

Figura 1 – Gráfico do desmatamento no Bioma Cerrado por ano.

Além das tabelas que consolidam os valores de área de vegetação natural suprimida apresentadas nessa nota, o INPE também disponibiliza os dados especializados, que podem ser visualizados através de portal internet no endereço http://terrabrasilis.dpi.inpe.br.

Esse portal também apresenta um ambiente de consultas prontas sobre esses dados, para serem consumidas no ambiente da internet, permitindo ainda o download dos mapas e dos dados tabulares. (ecodebate)

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