A
esperança de vida ao nascer sempre foi baixa na maior parte da história do Homo
sapiens. Durante cerca de 200 mil anos a média de vida das pessoas estava
abaixo de 30 anos. Com os avanços no padrão alimentar, as melhorias no
saneamento e na higiene e com os avanços da medicina a esperança de vida
começou a subir no século XIX e chegou a 32 anos no mundo em 1900.
Mas o
grande salto ocorreu nos anos 1900, quando a vida média dos habitantes do
Planeta mais que dobrou em um século, chegando a 66,3 anos no ano 2000. Isto
nunca tinha ocorrido no passado e nunca vai ocorrer no futuro, pois existe um
limite natural na longevidade e, provavelmente, a esperança de vida ao nascer
da população mundial, mesmo nos cenários mais otimistas, nunca será superior a
100 anos (embora algumas poucas pessoas possam ultrapassar este limite). No ano
de 2019, a esperança de vida ao nascer do mundo chegou a 72,6 anos.
Portanto,
o aumento da esperança de vida ao nascer da população mundial cresceu
continuamente no século XX, conforme mostra o gráfico abaixo. Na primeira
metade do século XX a esperança de vida passou de 32 anos em 1900 para 34,1
anos em 1913 e deu um salto para 45,7 anos em 1950. Não existe dados para saber
os reais efeitos da 1ª Guerra Mundial, a pandemia de Gripe Espanhola, a
recessão dos anos 1930 e a 2ª Guerra Mundial. Provavelmente, a esperança de
vida mundial tenha caído durante estes eventos, mas se recuperou e avançou até
1950. Por exemplo, a descoberta e a produção da penicilina a partir dos anos 1940
salvaram muitas vidas de doenças como pneumonia, sífilis, difteria, meningite,
bronquite, dentre outras.
O Japão
tinha uma esperança de vida de 38,6 anos em 1900, bem acima da média mundial e
chegou a 48,2 anos em 1935. Porém, com a derrota na 2ª Guerra (além das duas
bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki) a esperança de vida caiu para 30,5
anos em 1945 (bem abaixo da média mundial e dos números do Brasil). Todavia,
com a recuperação econômica e social do país do Sol Nascente a esperança de
vida bateu todos os recordes e chegou a 84,6 anos em 2019 (a maior do mudo,
empatada com Hong Kong). A Rússia tem sido o país com as maiores variações na
esperança de vida. Em 1900, a esperança de vida dos russos estava em torno de
30 anos, mas caiu para somente 20,5 anos em 1920 após a 1ª Guerra e após a Revolução
Bolchevique. Mas houve uma grande recuperação nos anos seguintes, chegando a 46
anos em 1946 e dando um salto para 68,6 anos em 1968. Ficou neste nível até
1990 e sofreu uma grande queda depois do fim da URSS. No ano 2000 a Rússia
tinha uma esperança de vida de 65 anos (abaixo da média mundial) e em 2019 a
esperança de vida da população russa está em 72,6 anos, abaixo dos números do
Brasil e o mesmo valor da média mundial.
De modo
geral, o gráfico acima mostra que houve uma melhoria muito grande da esperança
de vida ao nascer de 1900 a 2019. Contudo, a pandemia da covid-19 deve provocar
uma redução da esperança de vida mundial e da esperança de vida do Brasil (que
deve perder entre 1 a 2 anos em média). No caso da China, o país deve
apresentar ganhos na média de vida da sua população também em 2020 mesmo com o
novo coronavírus, embora o mundo deva ter uma queda ou estagnação e diversos
países devem registrar queda da esperança de vida.
Pode
ser que os efeitos da pandemia da covid-19 sejam localizados em 2020 e 2021 e
que a esperança de vida volte a subir a partir de 2022. Talvez os efeitos da
emergência sanitária sejam superados rapidamente. Mas também pode ser que os
efeitos da emergência climática e ambiental tenham impacto na redução da
esperança de vida mundial.
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