Para que o aquecimento do planeta
não gere mudanças irreversíveis, restam apenas três anos para que essas
emissões se estabilizem e depois comecem a cair, acrescentou o IPCC.
E, se não forem desenvolvidas
técnicas de captura de carbono, o carvão deve ser abandonado totalmente, com
uma redução de pelo menos 60% no uso de petróleo, e de 70%, o do gás, até 2050,
na comparação com os níveis de 2019.
"Quase toda produção mundial
de eletricidade deve ser procedente de fontes com zero, ou baixa emissão de
carbono", insiste o IPCC.
Apenas 10% da eletricidade produzida no mundo em 2021 provêm da energia solar, ou eólica, calculam especialistas do setor independentes.
Ainda conforme o relatório, os lares que representam os 10% com maior renda do mundo acumulam 45% das emissões de gases de efeito estufa. Dois terços desses 10% vivem nos países desenvolvidos.
As emissões das classes médias e
desfavorecidas dos países desenvolvidos representam, por sua vez, entre 5 e 50
vezes mais do que suas homólogas nos países em desenvolvimento, completa o
IPCC.
Debatido ao longo de duas
semanas, o texto propõe mudanças radicais no estilo de vida da Humanidade, que
hoje enfrenta a disparada do preço da energia, devido à guerra na Ucrânia.
"Ter políticas públicas,
infraestruturas e tecnologia para poder mudar nosso estilo de vida e nossos
comportamentos" é essencial para atingir esses objetivos, explica o grupo
de especialistas.
"Alguns governos e líderes empresariais dizem uma coisa, mas fazem outra. Para ser sincero, eles mentem. E os resultados serão catastróficos", declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres, em uma mensagem de vídeo após a divulgação do relatório.
Termelétrica a carvão na Austrália; tecnologia que precisa ser abandonada logo, segundo IPCC.
Planeta só tem três
anos para começar a derrubar emissões de CO2, diz IPCC.
Sem redução rápida, mundo praticamente perde a chance de aquecer menos que 1,5°C, meta mais ambiciosa do Acordo de Paris. (em)
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