A Organização Meteorológica
Mundial (OMM) alertou para o fato de que 2022 foi o décimo ano consecutivo em
que as temperaturas globais atingiram pelo menos 1°C acima dos níveis
pré-industriais. A agência da ONU destaca que os últimos oito anos podem se
converter nos mais quentes já registrados.
Para 2023, a previsão é que a
temperatura global fique entre 1,08°C e 1,32°C, acima da média do período
pré-industrial. A probabilidade de, temporariamente, quebrar o limite de 1,5°C
do Acordo de Paris está aumentando com o tempo.
Em 2022, desastres climáticos destruíram vidas, infraestruturas e meios de subsistência. A taxa de aumento do nível do mar dobrou desde 1993, aumentando quase 10 milímetros desde janeiro de 2020, atingindo um novo recorde este ano.
Este ano, os impactos da mudança climática se intensificaram. Desastres como inundações extremas, calor e seca afetaram milhões de pessoas e custaram bilhões de dólares.
Segundo a Organização
Meteorológica Mundial (OMM), esses fenômenos mostram claramente a necessidade
de se fazer muito mais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, além
de fortalecer a adaptação às mudanças climáticas, por meio do acesso universal
a alertas precoces.
A agência da ONU destaca que os
últimos oito anos podem se converter nos mais quentes já registrados. Os
números da temperatura global em 2022 serão divulgados em meados de janeiro.
Devido ao La Niña, agora em seu
terceiro ano, 2022 não será o mais quente. Mas esse impacto de resfriamento
será de curta duração e não reverterá a tendência de aquecimento de longo prazo
causada por níveis recordes de gases de efeito estufa que retêm o calor na
atmosfera.
Este será o décimo ano
consecutivo em que as temperaturas atingiram pelo menos 1°C acima dos níveis
pré-industriais. A probabilidade de, temporariamente, quebrar o limite de 1,5°C
do Acordo de Paris está aumentando com o tempo.
Para 2023, a previsão é que a
temperatura global fique entre 1,08°C e 1,32°C, acima da média do período
pré-industrial.
Prioridades- O secretário-geral
da OMM, Petteri Taalas, fez uma declaração sobre o assunto lembrando os
desastres climáticos deste ano que destruíram vidas, infraestruturas e meios de
subsistência como a inundação do Paquistão, as ondas de calor recorde na China,
Europa, América do Norte e América do Sul, e a longa seca no Chifre da África
que corre o risco de virar uma catástrofe humanitária.
Taalas ressaltou a necessidade
de aumentar a preparação para esses eventos extremos e alcançar a meta da ONU
de alertas prévios para todos nos próximos cinco anos.
Além dos alertas, entre as prioridades para 2023, há um aumento do investimento no sistema básico de observação global e construção de resiliência a climas extremos.
A OMM também vai promover uma nova maneira de monitorar fontes de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso. Isso permite uma melhor compreensão do comportamento dos principais gases de efeito estufa na atmosfera.
Água- Os níveis recordes dos
gases de efeito estufa são apenas um dos indicadores climáticos. Nível do mar,
conteúdo de calor oceânico e acidificação também estão na lista. A taxa de
aumento do nível do mar dobrou desde 1993, aumentando quase 10 milímetros desde
janeiro de 2020, atingindo um novo recorde este ano.
Os últimos dois anos e meio
representam 10% do aumento geral do nível do mar desde que as medições por
satélite começaram há quase três décadas.
E 2022 teve um impacto
excepcionalmente pesado nas geleiras dos Alpes europeus, com indicações
iniciais de derretimento recorde. A camada de gelo da Groenlândia perdeu massa
pelo 26º ano consecutivo e choveu, em vez de nevar, no cume pela primeira vez
em setembro.
Ártico- A OMM também divulgou um estudo anual sobre a situação do Ártico, com dados compilados pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês). A pesquisa envolveu 147 especialistas de 11 nações e fornece um panorama importante da rápida mudança na região e o impacto que ela tem no meio ambiente, ecossistemas, economia e nas comunidades locais.
O relatório revela que de outubro/2022 a setembro deste ano, as temperaturas anuais no Ártico foram a sexta mais quente desde 1900, o que seguiu uma tendência de décadas, na qual as temperaturas do ar ficaram mais quentes que aquelas da média global.
Seco e quente – Embora 2022 não
tenha quebrado recordes globais de temperatura, houve vários recordes nacionais
de calor em muitas partes do mundo.
Grandes partes do Hemisfério
Norte estavam excepcionalmente quentes e secas. A Índia e o Paquistão
registraram calor recorde em março e abril. A China teve a onda de calor mais
extensa e duradoura desde o início dos registros nacionais e o segundo verão
mais seco já registrado.
Grandes partes da Europa
tiveram repetidos episódios de calor extremo. O Reino Unido notificou um novo
recorde nacional em 19 de julho, quando a temperatura ultrapassou os 40°C pela
primeira vez. Isso foi acompanhado por secas e incêndios florestais
persistentes e prejudiciais. Portugal foi um dos países afetados, especialmente
no norte.
Chuvas fora do normal – Na
África Oriental, a precipitação tem estado abaixo da média em quatro estações
chuvosas consecutivas, a mais longa em 40 anos, desencadeando uma grande crise
humanitária que afeta milhões de pessoas, devastando a agricultura e matando o
gado, especialmente na Etiópia, no Quênia e na Somália.
A chuva recorde em julho e
agosto levou a grandes inundações no Paquistão. Houve pelo menos 1,7 mil mortes
e 33 milhões de pessoas afetadas. 7,9 milhões de pessoas foram deslocadas.
A inundação ocorreu logo após
uma onda de calor extrema em março e abril na Índia e no Paquistão.
Uma grande área na parte centro-norte da Argentina, e também no sul da Bolívia, no centro do Chile e na maior parte do Paraguai e Uruguai, experimentou temperaturas recordes durante duas ondas de calor consecutivas no final de novembro e início de dezembro de 2022.
Número de desastres classificados nos tipos Climáticos, Hidrológicos e Meteorológicos nos últimos 40 anos e número de cidades afetadas. Eventos climáticos são aqueles ligados à escassez de água e incêndios florestais; eventos hidrológicos englobam enchentes, inundações e enxurradas e eventos meteorológicos abrangem tempestades e ventos intensos.
Eventos climáticos extremos são
cada vez mais parte da realidade mundial.
Dados históricos sobre desastres ambientais no Brasil mostram um aumento em extensão territorial, intensidade e números de pessoas atingidas por fenômenos incomuns. Mas há solução. (ecodebate)
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