terça-feira, 7 de maio de 2024

Poluição plástica pode matar embriões de animais oceânicos

Oceanos em 2050 vão ter mais plástico do que peixes, alerta Fórum de Davos.

Altos níveis de poluição plástica podem matar os embriões de uma ampla gama de animais oceânicos, mostra uma nova pesquisa.

A crescente preocupação com a poluição plástica alcançou um novo patamar com a recente pesquisa conduzida por cientistas da Stazione Zoologica Anton Dohrn e da Universidade de Exeter.

O estudo revelou que altos níveis de pellets de PVC, os grânulos utilizados como matéria-prima na fabricação de inúmeros produtos plásticos, têm o potencial de interromper o desenvolvimento embrionário de uma vasta gama de espécies marinhas. Este impacto devastador na morfogênese, o processo pelo qual os organismos desenvolvem sua forma característica, sugere que a poluição plástica pode ser ainda mais prejudicial do que se pensava anteriormente.

As sete espécies estudadas, representando os principais grupos de animais marinhos, mostraram uma incapacidade de desenvolver estruturas vitais, como conchas e notocordas, sob a influência de altas concentrações de pellets de PVC. Além disso, a pesquisa destacou que mesmo espécies capazes de reprodução assexuada por regeneração foram adversamente afetadas, desafiando a noção de que tais organismos poderiam ser mais resistentes a tais condições ambientais adversas.

A União Europeia, reconhecendo a gravidade deste problema, está em processo de discussão sobre novas legislações para mitigar a liberação desses materiais nocivos no ambiente. Enquanto isso, o estudo também aponta para os perigos dos resíduos plásticos já presentes nas praias, que, embora não tão perigosos quanto os pellets de PVC novos, ainda apresentam riscos significativos para o desenvolvimento de moluscos e outros invertebrados marinhos.

Este relatório serve como um alarme para a necessidade urgente de ações globais coordenadas para combater a poluição plástica.

As costas e os rios, já identificados como pontos críticos de acúmulo de resíduos plásticos, são habitats essenciais para as espécies estudadas, e a contaminação severa nessas áreas pode ter consequências desastrosas para a biodiversidade marinha.

A pesquisa sublinha a importância de abordar a questão da poluição plástica não apenas como uma ameaça ambiental, mas também como uma crise que afeta diretamente a saúde e a viabilidade dos ecossistemas oceânicos.

Explicando como os plásticos causam anormalidades no desenvolvimento, Jimenez-Guri disse que os plásticos contêm uma variedade complexa de componentes potencialmente prejudiciais, incluindo zinco, neste caso – que são lentamente liberados quando o plástico está na água. (ecodebate)

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