quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Brasil tem 47 GW em solar evitando emissão de 57 milhões de toneladas de CO2

Com 47 GW instalados no Brasil, solar já evitou a emissão de 57 milhões de toneladas de CO2 no país.

De acordo com a Absolar, setor fotovoltaico acumula mais de R$ 217,8 bilhões em investimentos e gerou mais de 1,4 milhão de empregos verdes no país. Atualmente, são 32 GW instalados em sistemas de geração distribuída, com até 5 MW cada, e 15 GW na geração centralizada de grandes usinas que atendem consumidores livres e as distribuidoras de energia.
Em meio a crise climática no Brasil, a fonte solar chegou a 47 GW de potência instalada e, com isso, já evitou a emissão de 57 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade, de acordo com mapeamento da Associação Brasileira de Energia fotovoltaica (Absolar)

Segundo a entidade, o setor fotovoltaico, incluindo a geração própria de pequenos sistemas e as usinas de grande porte, já atraiu mais de R$ 217,8 bilhões em novos investimentos e gerou mais de 1,4 milhão de empregos verdes no país, desde 2012. Adicionalmente, os negócios no setor garantiram mais de R$ 67,1 bilhões em arrecadação aos cofres públicos. A fonte equivale hoje a 19,8% da matriz elétrica brasileira.

Na avaliação da entidade, a crise climática no Brasil, que já acumula impactos bilionários à sociedade, com alagamentos, secas históricas, queimadas e mais gastos com saúde pública, trouxe um novo capítulo no setor elétrico: aumento na conta de luz com a bandeira vermelha, resultado da falta de chuvas e do uso de usinas emergenciais.

“Esta situação adversa poderia ser ainda pior, se não fosse o alívio à demanda e aos recursos hídricos promovidos pelas fontes renováveis não-hídricas na matriz, como solar, eólica, biogás e biomassa. Sem elas, as tarifas estariam ainda mais altas, o risco ao abastecimento seria maior e o ar poderia carregar ainda mais poluição pela queima de mais combustíveis”, aponta o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia.

Diante deste cenário climático, cada vez mais frequente e extremo, o executivo aponta que é fundamental ampliar a diversificação da matriz elétrica. “Com mais geração renovável, será possível poupar recursos hídricos. Mais água armazenada nos reservatórios fortalece a segurança ao setor elétrico, para enfrentar os períodos de secas extremas e reduzir o uso de termelétricas fósseis emergenciais”, explica o presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk.

Atualmente, são 32 GW instalados em sistemas de geração distribuída, com até 5 MW cada, e 15 GW na geração centralizada de grandes usinas que atendem consumidores livres e as distribuidoras de energia. (pv-magazine-brasil)

Empresas se antecipam para aproveitar oportunidades do Hidrogênio Verde

Como as empresas podem se antecipar para aproveitar oportunidades do Hidrogênio Verde?

Com previsão de incentivos de até R$ 18,3 bilhões, empresas de energia podem se beneficiar com tecnologia contábil para o processo concorrencial.
O Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC) foi aprovado pelo Senado Federal. Segundo o texto, o Governo Federal ficará autorizado a conceder crédito fiscal na comercialização de hidrogênio de baixa emissão de carbono e seus derivados produzidos no território nacional entre 2028 e 2032. A previsão é de R$ 18,3 bilhões para estimular a produção de hidrogênio verde no Brasil.

O programa prevê concessão do crédito fiscal para projetos de produção que serão beneficiados ou de compradores que contarão com o crédito para amortizar até 100% da diferença de preço entre o hidrogênio e outras fontes de combustível. Os benefícios somente serão concedidos mediante um processo concorrencial, e serão aplicados sobre a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), tributo que incide sobre o lucro das empresas.

Potencial do mercado brasileiro

Atualmente, o hidrogênio verde é um dos combustíveis em que os países europeus estão apostando para reduzir as emissões de carbono em setores de difícil descarbonização, e o Brasil é um dos principais candidatos para suprir esta demanda a partir do uso de fontes renováveis. Com isso, empresas do setor de energia voltadas ao hidrogênio verde, mas também usinas hidrelétricas, produtores de biocombustíveis e energia renovável podem se beneficiar com a medida.

De olho nas oportunidades, a multinacional alemã SAP firmou uma parceria com a Agência de Desenvolvimento Alemã (GIZ) para facilitar a emissão de certificações de sustentabilidade para a produção de hidrogênio verde no Brasil e ajudar as empresas brasileiras a exportarem. A certificação será feita por meio do GreenToken, solução da SAP que usa tecnologia blockchain para coletar informações sobre matérias-primas.

Buscando oportunidades

Para aproveitar as oportunidades, Renato Halt, sócio e cofundador da b2finance, empresa especializada em Terceirização de Processos de Negócios (BPO) e parceira SAP no ecossistema SAP Business One no Brasil, explica que é o momento para aplicar a tecnologia e potencializar a atuação das companhias do setor de energia. Sobretudo, com a automação de processos contábeis, fiscais e financeiros.

“Aumentar a eficiência das empresas de energia neste momento é um diferencial do qual não se pode abrir mão, principalmente no que se refere à contabilidade e tributação. Nesse sentido, os softwares de gestão empresarial são a ferramenta mais adequada, especialmente quando implementados por empresas que possuem expertise em BPO e nos desafios e particularidades do setor de energia, como é o caso da b2finance”, destaca.

Brasil largou atrás, mas tem potencial para ser líder em hidrogênio verde

Hidrogênio verde é a grande aposta do mundo para substituir os combustíveis fósseis e reduzir as emissões de carbono do planeta. O mercado é promissor para o Brasil, que pode oferecer um dos hidrogênios mais competitivos do mundo. O potencial é alto, com promessa de empregos e investimentos, interesse estrangeiro, e os projetos ligados ao hidrogênio verde têm tudo para sair do papel. Mas ainda não saíram.

Países correm para fazer a produção de hidrogênio verde deslanchar. (pv-magazine-brasil)

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Brasil pede à UE que adie implementação de lei contra desmatamento

Brasil pede à UE (União Europeia) que adie implementação de lei contra desmatamento.

Segundo o governo, exigências ambientais mais duras contra produtos brasileiros podem causar impacto de US$ 15 bilhões nas exportações brasileiras para a Europa. Lei deve entrar em vigor em dezembro.
O documento foi assinado pelos ministros Carlos Fávaro e Mauro Vieira, e entregue a representantes da Comissão Europeia.

O governo brasileiro formalizou pedido à União Europeia para que adie a implantação de sua nova lei contra o desmatamento, que está prevista para o fim de dezembro. A medida preocupa o agronegócio brasileiro, e pode impactar nas exportações para o mercado europeu.

O documento foi entregue em 11/09/24 e assinado pelos ministros Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária, e Mauro Vieira, das Relações Exteriores. Fávaro entregou a carta pessoalmente ao comissário europeu para Agricultura e Desenvolvimento Rural, Janusz Wojciechowski, em reunião na Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso. O encontro ocorreu paralelamente ao grupo de trabalho do G20 Agro, que se reúne na cidade.

Brasil pede à UE que adie implementação da lei antidesmatamento

Acordo entre Mercosul e União Europeia

Segundo a lei europeia, produtores brasileiros de soja, carne, couro, madeira, borracha, café, cacau e óleo de palma terão que atender a procedimentos complexos para comprovar que seu produto cumpre a legislação brasileira e não tem origem em áreas de desmatamento, seja legal ou ilegal. O governo estima que a mudança pode ter um impacto negativo de US$ 15 bilhões na balança comercial.

No documento, os ministros pedem que a lei não seja implementada em dezembro, e que a União Europeia “reavalie urgentemente a sua abordagem sobre o tema”. Eles argumentam ainda que a medida é unilateral e punitiva.

Brasil pede adiamento de lei ante desmatamento na Europa

O pedido ocorre em meio a negociações entre o Mercosul e a União Europeia para um acordo comercial. Um dos temas mais sensíveis envolve justamente as duras exigências ambientais que o bloco europeu quer impor a países sul-americanos. (biodieselbr)

Brasil reclamou e Alemanha pede que lei antidesmatamento seja adiada

Depois do Brasil reclamar, Alemanha pede que lei antidesmatamento seja adiada.

Dois dias depois de o Brasil pedir à União Europeia (UE) o adiamento de lei editada pelo bloco para barrar a importação de produtos oriundos de áreas desmatadas, a Alemanha anunciou em 13/09/24 ter encaminhado um pedido nesse mesmo sentido à Comissão Europeia.
A movimentação vem num contexto de negociações do acordo de livre comércio entre Mercosul e UE, que tem sido defendido pela Alemanha.

Alegando falta de clareza sobre pontos-chave do dispositivo, Berlim pediu para que ele passe a valer só em 1º/07/2025, 6 meses depois do prazo atualmente previsto –a norma foi aprovada em junho do ano passado e, pelo calendário atual, entra em vigor em 30/12/24.

"As empresas precisam de tempo suficiente para se prepararem", argumentou o ministro alemão da Nutrição e Agricultura, Cem Özdemir, do partido verde.

Özdemir alegou que a entrada em vigor da lei já no final do ano pode levar ao colapso das cadeias de suprimento, prejudicando as economias alemã e europeia, pequenos produtores de fora do bloco e consumidores.

Um dia antes, o chanceler federal Olaf Scholz já havia dito a jornalistas que defendeu a suspensão da lei em conversa com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, até que alguns pontos sejam "esclarecidos".

Críticos do dispositivo se queixam de "requerimentos impraticáveis" e "fardos burocráticos" sobre produtores e empresas.

A maior bancada do Parlamento Europeu, o conservador Partido Popular Europeu (PPE), do qual von der Leyen faz parte,chamou a lei de "monstro burocrático".

Outros partidos europeus afirmam que o bloco ainda tem que esclarecer como as regras vão funcionar na prática.

O que diz a lei antidesmatamento

Elogiada por ambientalistas, a lei europeia institui uma espécie de marco temporal do desmatamento, barrando produtos como café, cacau, soja, madeira, óleo de palma, carne bovina, papel, borracha e derivados, como couro ou móveis, produzidos em florestas destruídas após dezembro de 2020.

O bloco é, depois da China, o maior mercado para esses produtos e responde, segundo a ONG ambientalista WWF, por 16% do desmatamento global.

O texto prevê que empresas importadoras na UE serão responsáveis por rastrear suas cadeias de suprimento, a partir de dados de satélite e de geolocalização, para provar que não adquiriram commodities de áreas desmatadas.

Países exportadores considerados de alto risco teriam ao menos 9% de seus produtos inspecionados, com esse percentual caindo em países onde o risco de desmatamento é considerado menor –essa categorização, porém, foi deixada de lado por ora em meio a críticas de países que veem nela um "instrumento político" que permitiria ao bloco escolher quem teria acesso "especial" ao mercado europeu.

Pela normativa, a Comissão Europeia também "pode" levar em consideração a "existência, conformidade ou efetiva aplicação de leis que protejam os direitos humanos, os direitos dos povos indígenas, das comunidades locais e de outros detentores de direitos de posse tradicionais."

À agência de notícias AFP, um diplomata disse que a UE ainda não apresentou regras de compliance nem um sistema claro para categorizar os países segundo escalas de risco.

Outra crítica da lei, a chefe da Organização Mundial do Comércio, Ngozi Okonjo-Iweala, fez queixa semelhante em entrevista ao Financial Times, dizendo que a falta de regras claras de compliance provoca incertezas para exportadores que não saberiam se teriam seus produtos barrados.

O que diz o Brasil

O governo brasileiro teme que a lei possa ser usada para reduzir a cota de commodities que o país exporta para a UE e quer alguma forma de compensação caso ela seja implementada. Também afirma que ela eleva os custos de produção e exportação, principalmente para pequenos produtores.

Segundo carta assinada pelos ministros Mauro Vieira (Itamaraty) e Carlos Fávaro (Agricultura) e enviada à Comissão Europeia, 30% das exportações ao bloco são de produtos afetados pela normativa, ou o equivalente a US$ 15 bilhões (R$ 83,5 bilhões).

Vieira e Fávaro afirmam que o regulamento gera "séria preocupação para diversos setores exportadores brasileiros e para o governo", e pedem à UE que não a implemente no prazo previsto e "reavalie urgentemente a sua abordagem sobre o tema". Alegam ainda que a lei é um "instrumento unilateral e punitivo, que ignora as leis nacionais sobre combate ao desmatamento" e contraria o "princípio da soberania" brasileira.

No passado, outros países latino-americanos e africanos fizeram objeções semelhantes à lei, assim como os Estados Unidos.

Como nasceu a lei antidesmatamento

A Amazônia, que cobre quase 40% da América do Sul, perdeu cerca de 20% de sua cobertura ao longo do último século por causa do avanço do agronegócio, da mineração, da exploração de madeira e da ocupação urbana.

Isso é um problema porque as florestas absorvem carbono e são cruciais para o enfrentamento das mudanças climáticas e o equilíbrio de ecossistemas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comprometeu a zerar o desmatamento ilegal da Amazônia até 2030, tarefa que pressupõe contrariar interesses já bem consolidados na região.

"O Brasil acha que a regulação antidesmatamento é problemática porque cobre um terço de suas exportações ligadas ao desmatamento. Cabe ao Brasil banir o desmatamento, não à UE mudar suas regras", afirmou via X o eurodeputado Pascal Canfim, da bancada centrista Renovar a Europa.

"Sabíamos desde o início que essa é uma batalha que afeta interesses econômicos muito grandes", disse Canfim à agência de notícias AFP.

Segundo ele, a UE importa €$ 15 bilhões/ano (R$ 92,5 bilhões) em commodities associadas ao desmatamento– especialmente a soja. "É precisamente esse problema que queremos resolver."

Representantes do bloco sinalizaram que a Comissão Europeia avalia de fato adiar a implementação da lei, ou simplificá-la. Mas isso demandaria a reabertura da legislação, o que poderia criar uma briga política ainda maior– ainda mais dado que a Comissão Europeia terá nova (e mais conservadora) composição a partir da semana que vem, como resultado das últimas eleições europeias.

Essas conversas preocupam grupos ambientalistas.

"No ano passado, o mundo perdeu uma área de floresta do tamanho da Suíça", disse Nicole Polsterer, da ONG Fern. "O debate sobre adiar a lei traz o sério risco de abandoná-la completamente, como alguns estão determinados a fazer".

Outros grupos afirmam que muitas empresas e países já se prepararam para cumprir a lei e estão bem avançados. (biodieselbr)

domingo, 13 de outubro de 2024

Litoral de SP enfrentou calor severo e sensação térmica cruel

Nos próximos dias passados, litoral de SP enfrentou calor severo e sensação térmica cruel.

O litoral de São Paulo viveu dias seguidos de calor intenso e sensação térmica absurda graças à onda de calor que está "fritando" o país desde o começo do mês.

Há muita preocupação com essa onda de calor fora de época que está castigando muitas regiões do Brasil.
Litoral de SP deve registrar sensação térmica de 45º C nesta semana

O litoral de São Paulo viverá dois dias seguidos de calor intenso e sensação térmica absurda graças à onda de calor que está "fritando" o país desde o começo do mês. As informações são do The Weather Channel, Climatempo, Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC).

Em 11/09/24 foi de temperaturas muito elevadas e sensação térmica ainda maior. Máximas no litoral de SP chegaram aos 35ºC e a sensação de 38º C. Não choveu.

Em 12/09/24 foi um dos dias mais quentes do ano registrado na Região. As máximas, no termômetro, chegaram aos 40ºC, e a sensação térmica alcançaram os inacreditáveis 45ºC. Também não choveu.

Mantenha-se bem informado.

Em 13/09/24 as temperaturas diminuíram um pouco, para 33ºC, com sensação térmica de 35ºC. Não choveu.

Nestes dias muito quentes e secos é importante se hidratar mesmo sem sede, principalmente com água ou sucos naturais, e evitar comidas "pesadas", como carne de porco, frituras e demais gorduras.

Com chegada de nova onda de calor, semana deve ser escaldante no litoral de SP. (diariodolitoral)

Descarte incorreto de eletrônicos impacta a saúde e o meio ambiente

Como o descarte incorreto de eletrônicos impacta a saúde e o meio ambiente.
Descartar E-lixos de forma errada prejudica a saúde pública e o meio ambiente. Isso ocorre devido a metais pesados presentes nesses dispositivos, como mercúrio e chumbo, que podem causar danos à saúde e contaminar o ambiente.
Descarte consciente, GreenEletron, Lixo Eletrônico, Logística Reversa, Reciclagem

Como o descarte incorreto de eletrônicos impacta a saúde e o meio ambiente

Você já parou para pensar nos inúmeros problemas causados pelo descarte incorreto de eletrônicos? A edição de 2024 da pesquisa The Global E-Waste Monitor apontou que, só em 2022, a produção de lixo eletrônico chegou a impressionantes 62 bilhões de quilos, um número assustador!

Especialmente porque sabemos que a maior parte, uma quantidade enorme de itens, provavelmente foi descartada no lugar errado. Isso não só prejudica o meio ambiente, mas também nossa saúde. É um perigo duplo. Vamos entender por que?

De um único aparelho eletroeletrônico é possível retirar plástico, vidro, cobre, metais (como ouro e prata) e muitos outros insumos. E são esses materiais que podem afetar a forma que vivemos.

O impacto dos resíduos eletrônicos no meio ambiente fica neutralizado se todos fazerem o descarte correto.

Problemas para o meio ambiente

Contaminação do solo:

Já pensou no que acontece quando esses metais pesados penetram no solo?

Esses elementos podem prejudicar as plantas e os microrganismos que mantêm a terra saudável. Sem eles, o ecossistema fica desequilibrado, dificultando o crescimento das plantas e afetando os animais que se alimentam delas.

Poluição da água:

Essas substâncias também podem afetar a qualidade da água, e colocam a vida aquática (mares e rios) em risco.

Um exemplo disso é uma pesquisa recente da Environmental Pollution, que identificou grandes quantidades de contaminantes (usados normalmente em equipamentos como celulares e carros elétricos) em tubarões-tigre na costa sul do Brasil.

Gases de efeito estufa:

Em julho de 2024, o planeta viveu seus quatro dias mais quentes, todos em uma só semana, segundo o grupo Climate Central. O descarte incorreto de eletrônicos contribui para isso, já que não permite a logística reversa e, assim, a mineração urbana (reciclagem) não acontece.

E em algumas regiões, os resíduos são incinerados, liberando ainda mais gases nocivos. O resultado? Nosso planeta continua a aquecer.

Problemas para a saúde humana

Exposição a substâncias tóxicas

Os sintomas desses materiais perigosos, quando em contato com o nosso corpo, podem aparecer de várias formas, dependendo de como e por quanto tempo você esteve exposto. Reunimos alguns exemplos:

Chumbo

Entrar em contato com o chumbo (por inalação de poeira ou ingestão de partículas contaminadas), em níveis altos por pouco tempo ou em doses menores, mas por um longo período, pode causar desde vômitos e diarreia até convulsões. Em casos extremos, pode ser fatal.

Mercúrio

Se você já ouviu falar sobre o perigo de comer peixes contaminados, sabe o que o mercúrio pode fazer. A contaminação ocorre quando você respira vapores em indústrias ou consome alimentos contaminados. Exposições baixas e repetidas podem causar danos neurológicos, enquanto uma exposição alta e rápida pode ser fatal.

Cádmio

Em ambientes industriais ou alimentos de solos contaminados, o cádmio pode causar danos sérios, causando desde fraqueza e febre até dores de cabeça constantes. Como os demais, tudo depende de quanto e por quanto tempo você foi exposto.

Cloreto de Polivinila (PVC)

Quando o PVC é queimado ou aquecido, ele libera vapores que, se inalados repetidamente, podem causar problemas respiratórios. Isso é especialmente perigoso se você estiver em um ambiente onde o PVC é manipulado regularmente.

Agora que você já sabe dos perigos, que tal fazer a sua parte? O descarte correto dos eletrônicos é fundamental. Ajude também a aumentar a conscientização sobre o tema, apoiando e compartilhando com amigos e familiares campanhas e projetos de reciclagem (como o movimento Eletrônico não é Lixo).

Ao levar seus aparelhos antigos a algum Ponto de Entrega Voluntária (PEV), você não só protege o meio ambiente e a nossa saúde, mas também ajuda a transformar esses materiais em novos recursos, apoiando a economia circular.

Descarte correto de eletrônicos não impacta a saúde e ao meio ambiente

Para encontrar o mais próximo de você, basta acessar o localizador (eletroeletrônicos, pilhas e baterias).

Assista ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=zE3IiDFaJlk (greeneletron)

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Mundo pode não ter mais volta e isso me apavora

Crise climática: mundo pode não ter mais volta e isso me apavora.
Fim da Amazônia, extinção dos recifes de corais: o futuro do Brasil superaquecido

A ciência climática do mundo inteiro não previa uma aceleração tão intensa das mudanças climáticas como temos visto recentemente. No começo de 2023, os cientistas previram um El Niño de grande intensidade, com temperaturas chegando a 1,3°C acima dos níveis pré-industriais. Mas ninguém esperava que as temperaturas globais fossem explodir e ficar 1,5°C mais quentes.

Com exceção de julho de 2024, estamos desde junho de 2023 vivendo temperaturas acima de 1,5°C. O último mês de agosto foi o mais quente já registrado. A Terra só viu algo parecido no último período do interglacial, 120 mil anos atrás.

A consequência desses 14 meses de temperatura alta, incluindo os recordes de temperatura dos oceanos, é o aumento dos eventos climáticos extremos. Mas eles não cresceram devagarzinho ou de uma forma linear. Eles cresceram exponencialmente, como a ciência previu. E é isso que está acontecendo no Brasil e no mundo inteiro, com ondas de calor, seca, chuvas intensas e incêndios florestais.

Tarde demais

A ciência climática do mundo inteiro não previa uma aceleração tão intensa das mudanças climáticas como temos visto recentemente.

O Acordo de Paris e as COPs estabeleceram metas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa de 28% a 42% até 2030, o que já é um enorme desafio. Mas as emissões continuam aumentando. Tudo isso foi definido para não passarmos de 1,5°C em 2050. Mas se no ano que vem continuarmos com temperaturas 1,5°C acima do período pré-industrial, serão três anos com temperaturas acima da meta do Acordo de Paris. Pode ser tarde demais e isso me apavora.

Estou apavorado porque, com 2,5°C, nós vamos criar uma mudança climática nunca vista. Com 2,5°C, os eventos extremos vão aumentar muito exponencialmente e o mais preocupante é que atingiremos os chamados pontos de não retorno.

Se passarmos de 2°C, todos os recifes de coral do mundo serão extintos. Se passarmos de 2,5°C, vamos perder de 50% a 70% da Amazônia e grande quantidade do solo congelado da Sibéria, do Canadá e do Alasca, o chamado permafrost, será descongelado. Com isso, vamos jogar uma gigantesca quantidade de gases de efeito estufa que estão ali aprisionados.

Na semana passada, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o Brasil pode perder o pantanal por completo até o fim deste século se o mundo não for capaz de reverter o cenário de aquecimento global.

Derretimento de geleiras flutuantes da Groenlândia pode elevar nível do mar em 2,1 metros: 'Dramático'.

Como isso aconteceria?

Grande parte da água que abastece o pantanal vem da bacia amazônica e do cerrado. Se ultrapassarmos 2,5°C de aquecimento, a Amazônia será devastada, o que reduzirá significativamente as chuvas na região do pantanal. Sem essa umidade, o bioma pode se transformar em uma caatinga. E isso já vem acontecendo. O prolongamento das estações secas já resultou em 35% do pantanal deixando de ficar coberto por água nos últimos 40 anos.

Quando analisamos alguns países, especialmente na Ásia e em partes da Europa, vemos que eles estão adotando medidas eficazes para lidar com as mudanças climáticas. Um exemplo notável é Singapura, que implementou o conceito de “esponja urbana”, que envolve a restauração florestal nas áreas urbanas e periféricas, que reduz a temperatura e ajuda a mitigar desastres climáticos. O Brasil também tem potencial para implementar essas medidas.

Em São Paulo, por exemplo, a área urbana, com muito concreto e asfalto, pode ser de 6°C a 10,5°C mais quente do que áreas cobertas pela mata atlântica próximas, como o Parque Zoológico.

Caminhos para a Destruição: A Inexorável Degradação do Planeta Terra em nome do consumo. Até quando o planeta aguenta?

Vamos desvendar os impactos humanos e a urgência de ação global para a sustentabilidade

Estudos da USP mostram que a restauração da vegetação urbana pode reduzir as temperaturas em até 5° C, reter água no solo, diminuir enxurradas e remover de 20% a 30% dos poluentes. Além disso, melhora o microclima e, consequentemente, a saúde, já que ondas de calor são um dos maiores riscos climáticos.

No entanto, se falharmos em reduzir drasticamente as emissões, poderemos enfrentar um cenário extremo. Se a temperatura global aumentar em 4°C até 2100, grande parte do planeta, incluindo o Brasil, pode se tornar inabitável, especialmente as regiões tropicais e equatoriais. Isso incluiria vastas regiões do Brasil, especialmente as áreas tropicais e equatoriais. No Sudeste, os verões seriam tão extremos que viver ali seria insustentável.

A situação seria tão drástica que, no século 21, as únicas áreas habitáveis no mundo seriam regiões como o Ártico, a Antártica e as grandes cadeias montanhosas, como os Alpes e o Himalaia. Esse cenário nos mostra a gravidade da crise climática e o quanto é urgente zerar as emissões de carbono rapidamente, para evitar esse futuro quase inacreditável.

Ações mais rigorosas para combater as mudanças climáticas são urgentes. Sem medidas imediatas e eficazes, estamos caminhando para um futuro em que vastas regiões do planeta poderão se tornar inabitáveis, com impactos profundos para a vida. Não podemos em hipótese alguma aceitar passar de 2°C e chegar a 2,5°C. As metas de redução das emissões têm que ser muito mais rigorosas e abrangentes. Não podemos esperar até 2050.

A ameaça à destruição do Planeta TERRA não se restringe a um setor, um recurso, ou a uma área.

Inicialmente a inconsciência, hoje a insensatez dos homens – porque não há mais como afirmar o desconhecimento do que está ocorrendo e de suas consequências, leva a ameaça à destruição da Terra até os limites onde quer que tenha chegado sua presença, o que é paradoxal, sendo o homem, a consciência da Terra ou do Universo, como várias vezes foi afirmado. (conjur)

Mudanças climáticas setembro de 2024

As novas projeções indicam uma probabilidade de 55% de transição das atuais condições neutras para o La Niña durante setembro e novembro de 2024; essa probabilidade aumenta para 60% no período de outubro de 2024 a fevereiro de 2025.
La Niña pode atrasar e ocorrer apenas em 2025, alerta ONU.
Novas projeções indicam uma possibilidade mais baixa para o La Niña ocorrer no Pacífico Central ainda em 2024; calor global pode persistir nos próximos meses.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) revisou suas previsões de longo prazo e indicou uma maior probabilidade do fenômeno La Niña ocorrer a partir do final de 2024 ou do começo de 2025. As novas projeções indicam uma probabilidade de 55% de transição das atuais condições neutras para o La Niña durante setembro e novembro de 2024; essa probabilidade aumenta para 60% no período de outubro de 2024 a fevereiro de 2025.

O La Niña descreve o resfriamento em larga escala das temperaturas da superfície do Pacífico equatorial central e oriental, juntamente com mudanças na circulação atmosférica tropical. Os efeitos de cada La Niña variam dependendo de sua intensidade, mas eles costumam diminuir (ou, no contexto da crise climática, limitar o crescimento) a temperatura média global.

As projeções anteriores indicavam uma probabilidade maior do La Niña ocorrer ainda no 3o trimestre de 2024, mas os novos cálculos indicam que o fenômeno deve ocorrer mais tarde. Enquanto isso, as temperaturas médias globais seguem batendo recordes, como observado neste verão no Hemisfério Norte, o mais quente já registrado.

“Desde junho de 2023, temos visto uma longa sequência de temperaturas globais excepcionais da superfície terrestre e marítima. Mesmo que um evento de resfriamento de curto prazo do La Niña ocorra, ele não mudará a trajetória de longo prazo de aumento das temperaturas globais devido aos gases de efeito estufa que se acumulam na atmosfera”, observou a secretária-geral da OMM, Celeste Paulo.

Outra projeção, apresentada pelo Centro de Predição Climática da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), ainda mantém uma expectativa maior de ocorrência do La Niña em 2024. De acordo com o órgão, o fenômeno tem probabilidade maior de ocorrer (71% de chance) entre setembro e novembro deste ano e deve persistir até janeiro e março de 2025, o que indica um La Niña mais fraco e de curta duração. (climainfo)

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Organização Meteorológica Mundial alerta para La Niña no final de 2024

O cenário climático global pode sofrer uma importante mudança nos próximos meses. Segundo previsões da Organização Meteorológica Mundial (WMO), há 55% de chance de transição para condições de La Niña entre setembro e novembro de 2024.

Probabilidade do fenômeno entre setembro e novembro de 2024 é de 55%, podendo chegar a 60% até fevereiro de 2025.
O cenário climático global pode sofrer uma importante mudança nos próximos meses. Segundo previsões da Organização Meteorológica Mundial (WMO), há 55% de chance de transição para condições de La Niña entre setembro e novembro de 2024. Essa probabilidade aumenta para 60% no período entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025. O retorno de um evento El Niño durante este intervalo é considerado improvável.

La Niña é caracterizada pelo resfriamento das temperaturas da superfície do oceano no Pacífico equatorial central e oriental. Isso gera mudanças na circulação atmosférica tropical, afetando ventos, pressão e padrões de chuvas. Em geral, seus impactos climáticos são opostos aos do fenômeno El Niño, com efeitos que variam conforme a intensidade, duração e a época do ano.

No entanto, esses fenômenos climáticos naturais ocorrem em um contexto de mudanças climáticas induzidas pelo ser humano. O aumento das temperaturas globais e a intensificação de eventos climáticos extremos são influenciados pelo acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera. A secretária-geral da WMO, Celeste Saulo, afirmou que, mesmo com a possível ocorrência de uma La Niña de curto prazo, o aquecimento global continuará sua trajetória ascendente.

Nos últimos nove anos, os recordes de temperatura global foram quebrados, apesar da influência de uma La Niña prolongada de 2020 a 2023. O evento El Niño de 2023-2024 começou a se formar em junho de 2023 e atingiu seu pico entre novembro de 2023 e janeiro de 2024, sendo classificado como um dos cinco mais intensos já registrados. Mesmo após o enfraquecimento do El Niño, seus efeitos ainda foram sentidos em diversas regiões.

Brasil tem nova onda de calor em setembro/24 com possíveis recordes e temperatura para além de 40ºC

Durante os últimos três meses, o mundo experimentou condições climáticas neutras, sem a presença de El Niño ou La Niña. No entanto, o planeta foi impactado por extremos climáticos, como calor intenso e chuvas devastadoras. Esse cenário ressalta a importância de iniciativas como o programa "Early Warnings for All", da WMO, que busca fornecer alertas climáticos antecipados para evitar tragédias.

Além do El Niño e da La Niña, outros fatores influenciam o sistema climático global, como a Oscilação do Atlântico Norte, a Oscilação Ártica e o Dipolo do Oceano Índico. Esses elementos são levados em conta nas atualizações climáticas sazonais globais emitidas pela WMO, que oferecem previsões mais abrangentes sobre as condições futuras.

De acordo com a última atualização, espera-se que temperaturas acima da média prevaleçam em quase todas as áreas terrestres, devido ao aquecimento dos oceanos, exceto na região equatorial oriental do Pacífico, onde a La Niña pode se desenvolver. Em termos de precipitação, é previsto aumento nas chuvas em partes da América do Sul, América Central, Caribe, Chifre da África e partes do sudeste da Ásia.

As atualizações da WMO são baseadas em previsões de Centros Globais de Previsão de Longo Prazo e visam fornecer subsídios a governos, tomadores de decisão e organizações em setores sensíveis ao clima, protegendo vidas e meios de subsistência. A organização também destaca que os Centros Regionais de Clima e os Serviços Meteorológicos e Hidrológicos Nacionais continuarão monitorando as mudanças nas condições do ENSO nos próximos meses.

(revistacultivar)

Nos próximos dias, litoral de SP enfrentará calor severo

Nos próximos dias, litoral de SP enfrentará calor severo e sensação térmica cruel.

Há muita preocupação com essa onda de calor fora de época que está castigando muitas regiões do Brasil.
Litoral de SP deve registrar sensação térmica de 45ºC nesta semana.

O litoral de São Paulo viverá dois dias seguidos de calor intenso e sensação térmica absurda graças à onda de calor que está "fritando" o país desde o começo do mês. As informações são do The Weather Channel, Climatempo, Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC).

Em 11/09/24 será de temperaturas muito elevadas e sensação térmica ainda maior. As máximas no litoral de SP devem chegar aos 35ºC e a sensação deve ser de 38ºC. Não chove.

Em 12/09/24 deve ser um dos dias mais quentes do ano registrado na Região. As máximas, no termômetro, devem chegar aos 40ºC, e a sensação térmica deve alcançar os inacreditáveis 45ºC. Também não chove.

Em 13/09/24 as temperaturas diminuem um pouco, para 33ºC, com sensação térmica de 35ºC. Não chove.

Litoral de SP viverá dois dias seguidos de calor intenso

Nestes dias muito quentes e secos é importante se hidratar mesmo sem sede, principalmente com água ou sucos naturais, e evitar comidas "pesadas", como carne de porco, frituras e demais gorduras. (diariodolitoral)

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Pesquisa internacional aponta pane em ciclo hídrico global

Desde o início do século 20, o padrão de chuva no mundo está cada vez mais imprevisível, com aumento de secas ou tempestades extremas. Aumento na variabilidade da precipitação coloca em risco os ecossistemas e a existência humana.
Precipitação de Cumulonimbus arcus sobre Zhuhai, China.

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Academia Chinesa de Ciências (Ucas) e do Met Office, no Reino Unido, revelou que a variabilidade diária da precipitação global cresceu 1,2% por década desde 1900. As análises mostraram que, atualmente, mais de 75% das áreas terrestres sofreram com esse aumento. Os impactos foram mais acentuados na Europa, Austrália e leste da América do Norte.

A variabilidade da precipitação se refere à irregularidade temporal e na quantidade de chuva. Isso resulta em períodos de seca mais prolongados e intensos e tempestades torrenciais mais frequentes.

Zhang Wenxia, autor principal do estudo, detalhou que a atmosfera mais quente e úmida devido às emissões de gases de efeito estufa está provocando eventos de chuva mais fortes e flutuações mais drásticas entre períodos secos e úmidos. Isso torna a previsão e a gestão das águas pluviais cada vez mais complexas e desafiadoras.

Desmatamento

Marcelo Seluchi, especialista do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), sublinha que a mudança do uso do solo é um problema. "Desmatar para produzir modifica o solo e o balanço da umidade. Se troca floresta por pastagem, diminui a evaporação do solo, que é muito importante para provocar chuva, especialmente em países muito grandes, como o Brasil. Se é uma área costeira, o oceano tem grande influência, mas, por exemplo, a região Centro-Oeste está muito longe da água, então essas áreas dependem bastante da umidade evaporada pelas florestas."

Além da variabilidade da precipitação, a segurança hídrica global enfrenta novos desafios. Uma pesquisa da Universidade de Estocolmo, publicada na Nature Water, destacou a importância de considerar a origem da umidade que gera a chuva ao avaliar o risco de escassez de água.

Tradicionalmente, a segurança hídrica tem sido avaliada com base na quantidade de água armazenada em aquíferos, lagos e rios. No entanto, o novo estudo revela que os riscos são significativamente maiores ao considerar a umidade a favor do vento — aquela evaporada de outras áreas, que contribui para a precipitação.

Demanda

Os cientistas estudaram 379 grandes áreas hídricas ao redor do mundo e descobriram que a demanda por água, que chega a 32,9 km3 por ano, está ainda mais ameaçada do que se pensava. O risco de o recurso faltar é de quase 50% maior do que o calculado usando métodos tradicionais que só consideram a área acima das bacias.

A pesquisa também destaca a influência da governança e das mudanças no uso da terra nas áreas a favor do vento. Se o desmatamento e o desenvolvimento agrícola forem predominantes em regiões onde a umidade evapora, a quantidade de precipitação pode diminuir, aumentando os riscos à segurança hídrica.

Conforme José Marín, doutor pela Universidade de Estocolmo e principal autor do estudo, os impactos das mudanças no uso da terra na disponibilidade de água em áreas a jusante dependem das transições de uso da terra e mudanças na evaporação. "Por exemplo, a substituição de florestas por pastagens reduz tanto a evaporação quanto a disponibilidade de água em áreas desmatadas e a favor do vento, respectivamente. Por outro lado, a conversão de terra seca em terras de cultivo irrigadas aumenta a evaporação e a disponibilidade de água", afirmou, ao Correio.

Integração

O artigo reforça ainda a interdependência entre países e a importância de uma gestão integrada dos recursos. Como exemplo, existe a bacia do Rio Congo, na África, que enfrenta riscos consideráveis devido à falta de regulamentação ambiental e desmatamento em países vizinhos.

Além disso, as secas prolongadas são consideradas um grande desafio. Ao contrário de desastres naturais repentinos, como terremotos ou furacões, elas se desenvolvem lentamente, o que as torna mais difíceis de gerenciar.

A conscientização global sobre o problema tem aumentado, em parte devido ao acesso à informação pela internet. No entanto, conforme aponta um estudo recente, divulgado na revista Clean Water, há uma grande disparidade na capacidade de resposta entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Nações com alta renda per capita têm mais recursos para gerenciar os impactos da seca, enquanto aqueles com menos infraestrutura enfrentam maiores dificuldades.

Ao Correio, Jonghun Kam, coautor do estudo e cientista da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pohang, na Coreia do Sul, ressaltou que muitas nações não estão prontas para uma seca severa. "Esses países precisam de ajudas e doações internacionais. As descobertas do nosso estudo sobre análise multidimensional da conscientização global sobre a seca dão ideias sobre como construir um roteiro eficiente e eficaz para ajudas e doações internacionais para os países que têm lutado contra secas."

Três perguntas para

Juliano Bueno de Araújo, diretor técnico do Instituto Internacional Arayara, acredita que a população não compreende a crise hídrica iminente

Estudos mostram que os padrões pluviométricos estão se alterando no mundo todo. Qual a situação do Brasil nesse cenário?

Diversos estudos têm demonstrado que o aumento da temperatura média do planeta causa uma intensificação do ciclo hidrológico, o que poderá ocasionar mudanças nos regimes das chuvas, como o aumento da ocorrência de eventos hidrológicos extremos, alterando fortemente a disponibilidade hídrica de uma região e a qualidade de vida da população. A análise da tendência de séries históricas de precipitação pluviométrica é uma das maneiras de se inferir a ocorrência de mudança climática brasileira. Já estamos convivendo com extremos climáticos. Houve três enchentes no Rio Grande do Sul em 18 meses, vemos agora regiões com mais de 100 dias sem chuvas, com queimadas, fumaça tóxica e devastação de territórios que equivalem ao tamanho de Portugal incinerado em semanas.

É possível reverter a situação atual?

É possível e necessário, para mantermos nossa existência da forma que conhecemos hoje. A restauração ecológica inclui mecanismos como a recuperação acelerada de áreas e biomas degradados e a transição energética, que reduzirá pela metade as emissões de gases de efeito estufa. Temos como exemplo Brasília, que está há mais de 130 dias sem chuvas e teve episódios de 7% de umidade do ar, pior que o deserto do Saara. Essa conjuntura mostra que temos que agir, e isso não deve ser protelado, pois pontos de não retorno de biomas e regiões podem nos colocar em circunstâncias ainda piores. Portanto, devemos associar novas políticas públicas e ações do setor privado e da sociedade para agir em prol de um objetivo principal: manter nossa existência e a dos biomas.

O ar limpo e a presença de compostos orgânicos voláteis (COVs) – como os “aromas naturais” liberados em grande quantidade pela floresta amazônica através da transpiração das folhas – desempenham um papel fundamental na formação de chuvas.

A população compreende a crise hídrica iminente?

Infelizmente, acredito que não. Sou conselheiro do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) e cientista em riscos e emergências ambientais. O que assisto é um conjunto de desinformações e pessoas acreditarem que estamos com a mesma abundância de água que o Brasil tinha 30 anos atrás. Nesse curto período, eliminamos 7,5% de todos nossos recursos hídricos — isso é o equivalente ao que a França tem de água. As projeções não são boas, o que significará o encarecimento da água, de alimentos e de todas as atividades que demandam esse elemento central na vida humana.

Pesquisas científicas comprovam que o ciclo da água no planeta está acelerado por causa das mudanças climáticas. O aquecimento global tem potencializado a evaporação e adicionado mais e mais vapor de água no ar.

Esse aumento de vapor na atmosfera tem causado mais precipitações, na forma de tempestades intensas e imprevisíveis. Até nas geleiras tem chovido (antes nevava), o que também acelera o processo de derretimento da criosfera. Por outro lado, o aumento da evaporação agrava a aridez em áreas propensas à seca. A água não tem infiltrado no solo, escapando para a atmosfera.

É urgente o corte nas emissões de gases de efeito estufa (GEE) com o fim do uso de combustíveis fósseis. Medidas para recuperar áreas úmidas do planeta e repensar a agricultura, incorporando técnicas de agroflorestas para conservar a água no solo. (correiobraziliense)

Brasil tem 47 GW em solar evitando emissão de 57 milhões de toneladas de CO2

Com 47 GW instalados no Brasil, solar já evitou a emissão de 57 milhões de toneladas de CO 2 no país. De acordo com a Absolar, setor foto...