quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Abrindo caminho para a descarbonização industrial

Eficiência energética deve ser o primeiro passo para a descarbonização industrial. O setor industrial é complexo e diversificado e a implementação de medidas de eficiência energética pode ser diferente para cada indústria ou processo.
O setor industrial é uma fonte de riqueza, prosperidade e valor social em escala global. As empresas produzem cerca de um quarto do PIB e do emprego mundiais e fabricam materiais e bens que são parte integrante da nossa vida cotidiana. Por outro lado, é o setor que produz a maior parte das emissões globais de gases de efeito estufa e enfrenta um grande desafio para acelerar a sua descarbonização, segundo analistas da consultoria McKinsey.

Mas existem várias estratégias de descarbonização industrial, incluindo, em primeiro lugar, a adoção de soluções de eficiência energética, seguida da eletrificação, utilização de combustíveis de baixo carbono e captura de carbono.

O Fórum Econômico Mundial chega a apontar que o aumento da eficiência energética dos processos é indicado globalmente como uma estratégia fundamental e transversal para a descarbonização industrial e redução das emissões no curto prazo.

Abordagem deve incluir todo o ciclo de produção

Os esforços de descarbonização exigem abordagens estratégicas de gestão de energia para otimizar o desempenho dos processos industriais, adotando soluções de manufatura inteligente e automação, com a entrega de dados usados para análises avançadas visando reduzir a intensidade energética nas operações.

E esses esforços devem ir além do chão de fábrica, com a colaboração sistêmica entre todos os elos da cadeia de suprimentos, desde a produção das matérias-primas até o produto final, indicam os analistas do Fórum Econômico Mundial.
Mais eficiência energética para todo o setor industrial

O setor industrial é complexo e diversificado e a implementação de medidas de eficiência energética pode ser diferente para cada indústria ou processo. Mas soluções de automação industrial para monitoramento de energia, como multimedidores para gerenciamento, e dispositivos que facilitam a medição, coleta e análise de dados de consumo, estão prontas para serem implementadas em todas as linhas de produção, otimizando as estratégias de descarbonização, ao mesmo tempo em que aumentam a competitividade e promovem o crescimento sustentável.

E a inclusão de sistemas de automação industrial que geram maior eficiência energética pode fazer parte de um processo de atualização de plantas industriais.

Para os analistas da McKinsey, as empresas que reduzem custos e emissões simultaneamente podem ampliar o seu market share e financiar novos esforços de descarbonização por meio do dinheiro adicional gerado.

Os ganhos no curto prazo de eficiência energética e das reduções de emissões decorrentes de retrofits devem ser equilibrados com a adoção de novas tecnologias de descarbonização no longo prazo, especialmente no caso de instalações industriais com longa vida útil, como as siderúrgicas, que podem incluir o uso de combustíveis de baixo carbono e captura de carbono.

Mas a maior parte das emissões industriais de gases de efeito estufa está associada à utilização de energia. É por isso que a eficiência energética deve ser o primeiro passo para a descarbonização industrial. (brasilenergia)

Brasil pode comprometer metas climáticas

Brasil pode comprometer metas climáticas, alerta Inesc.

Relatório do Inesc aponta redução do orçamento da área de R$ 4,4 bilhões, em 2024, para R$ 3,6 bilhões no planejamento para 2025.
Risco de comprometer as metas climáticas

A partir dos dados do Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) para 2025, o estudo aponta uma redução no orçamento de quase 18% no orçamento destinado à transição energética, na comparação com 2024. Em 2024 foram R$ 4,44 bilhões para a transição energética.

Embora haja debates mundiais sobre a necessidade urgente de uma transição energética, o Brasil retrocede nesse propósito às energias renováveis ao não dar prioridades no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2025, é o que aponta uma análise do Instituto de Estudo Socioeconômico (INESC).

Isso ocorre mesmo em meio a grandes eventos climáticos como as inundações no estado do Rio Grande do Sul e as secas e queimadas que sufocam o País.

Apesar de eventos climáticos extremos, Brasil vai reduzir orçamento para transição energética em 2025

Levantamento do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), detalha como a diminuição de verba pode comprometer metas climáticas.

No Amazonas, incêndios por todos os lados mudaram a cara de um dos principais biomas do país. No Rio Grande do Sul, chuvas inimagináveis arrasaram cidades inteiras e levou boa parte da população ao desamparo. Em São Paulo, dias com ares quase irrespiráveis fizeram a maior metrópole do país ser considerada, por um momento, a cidade com o pior ar do mundo. Não faltam exemplos para comprovar o fato de que as mudanças climáticas – e os seus efeitos nocivos – já compõem uma realidade que a sociedade não esperava viver agora.

Da farta lista de ações necessárias para atenuar os efeitos da crise, uma delas é a transição energética. Ou seja, promover, na prática, a mudança de fontes tradicionais de energia (os combustíveis fósseis, por exemplo) para outras mais sustentáveis.

Eis uma maneira de atingir as metas climáticas estabelecidas por organismos internacionais. A transição energética é tema recorrente nos discursos do governo federal. Na abertura da 79ª Assembleia Geral da ONU, em 24/09/24 o presidente Lula (PT) se disse “farto de acordos climáticos que não são cumpridos”, cobrando ações concretas da comunidade internacional contra a crise do clima.

Entretanto, apesar do reconhecimento da crise e de sentir no seu próprio território os efeitos dela, o Brasil deverá cortar verbas para transição energética em 2015. É o que aponta um relatório do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), divulgado em 30/09/24.

Riscos de comprometer as Metas Climáticas

A partir dos dados do Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) para 2025, o estudo aponta uma redução no orçamento de quase 18% no orçamento destinado à transição energética, na comparação com 2024.

Brasil ganha destaque em ranking mundial sobre transição energética

Brasil corta as verbas para transição energética em 2025 e pode comprometer metas climáticas, aponta Inesc.

Em 2024, por exemplo, foram R$ 4,44 bilhões para a transição energética. Para 2025, por outro lado, a cifra será de R$ 3,64 bilhões.

O Brasil até chegou a avançar no trato da questão, criando um programa específico no Plano Plurianual sobre a transição energética. A pasta responsável por gerir o orçamento é o Ministério de Minas e Energia. Acontece que, do total de recursos que serão investidos no período 2024-2027 (R$ 10,35 bilhões), metade terá como destino a manutenção da indústria de petróleo e gás natural – uma das trincheiras que, na visão de muitos especialistas, atrasa a transição energética eficaz.

1ª publicação “Enquanto o PPA estabelece como meta promover a participação de energias renováveis, aumentar a eficiência energética e ampliar a capacidade de adaptação às mudanças climáticas, o orçamento revela um cenário contraditório: parte significativa dos recursos está sendo alocada para sustentar a indústria de combustíveis fósseis”, avalia Cássio Cardoso Carvalho, assessor político do Inesc.

Detalhes do Orçamento

Em relação ao orçamento para a transição energética, o Inesc se debruçou sobre dados de três ministérios: o do Desenvolvimento Agrário, o do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; e o da Ciência, Tecnologia e Inovação.

No primeiro caso, são dois planos orçamentários, que são complementares: o “Apoio à participação da agricultura familiar nas cadeias de energias renováveis” e “Energização renovável e inclusão digital para agricultura familiar”. Ambos sofreram perdas orçamentárias. Em 2024, o orçamento somado foi de R$ 3,05 milhões. Para 2025, a cifra caiu para R$ 2,25 milhões. Na prática, a redução de 26,36% pode dificultar o acesso da agricultura familiar a fontes renováveis de energia.

A segunda pasta, por sua vez, é responsável por gerir o programa do governo que visa fornecer auxílio gás de cozinha para famílias pobres cadastradas no Cadastro Único. Na lógica do governo, o programa serve como ferramenta de transição energética. A política pública sofrerá perdas em 2025, já que o orçamento passou a ser de R$ 600 milhões, cifra que é 83,52% abaixo do orçamento de 2024, que ficou em R$ 3,64 bilhões.

Agronegócio brasileiro pode contribuir para o enfrentamento das mudanças climáticas

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação é uma exceção à regra. Os recursos para transição energética no parque industrial brasileiro subiram de R$ 800 milhões em 2024 para R$ 3,03 bilhões em 2025. (cartacapital)

terça-feira, 29 de outubro de 2024

ANA declara escassez hídrica no rio Xingu

Diretoria Colegiada da ANA aprova Declaração de Escassez Quantitativa dos Recursos Hídricos na Bacia Hidrográfica do rio Xingu.
Rio Xingu (PA)

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) aprovou a Declaração de Situação Crítica de Escassez Quantitativa dos Recursos Hídricos no trecho do rio Xingu e no seu afluente federal, o rio Iriri durante a 917ª Reunião Deliberativa Ordinária do colegiado nesta segunda-feira, 30 de setembro. A Resolução da ANA sobre o tema, que ainda será publicada, prevê a Declaração de Situação Crítica de Escassez com vigência até 30 de novembro deste ano. A decisão foi aprovada com o objetivo de aumentar a segurança hídrica da região e mitigar os impactos dos baixos níveis dos rios sobre os usos da água.

Essa já é a quarta declaração de escassez hídrica emitida neste ano pela Agência. Em maio, a ANA declarou crítica a situação de escassez quantitativa dos recursos hídricos na Região Hidrográfica do Paraguai, quando o rio Paraguai apresentou níveis d’água transitando entre os mínimos históricos. Em julho, as precipitações na Região Norte do País começaram a apresentar números consideravelmente abaixo da média, levando a emissões de resoluções com declaração de escassez quantitativa para o rio Madeira e para o rio Purus e seus afluentes, rio Acre e rio Laco. Por fim, em 23 de setembro, a Agência aprovou a proposta de Declaração de Situação de Escassez Quantitativa de Recursos Hídricos no trecho baixo do rio Tapajós.

De acordo com os institutos de climatologia, a precipitação acumulada na Bacia Hidrográfica do rio Xingu de outubro de 2023 a setembro de 2024 foi caracterizada por chuvas abaixo da média, tendência que continua no atual período seco. As anomalias negativas de chuva afetaram os níveis na bacia do Xingu, especialmente no trecho de Altamira, que estão abaixo dos valores mínimos já observados para essa época do ano.
No rio Xingu está instalado o complexo hidrelétrico Belo Monte, aproveitamento com maior capacidade de geração 100% brasileiro, com capacidade instalada de 11.233 MW, que corresponde a 11% do Sistema Interligado Nacional (SIN), e foi concebido para operar à fio d’água, ou seja, aproveitando a força da correnteza dos rios para gerar energia elétrica, sem a necessidade de grandes reservatórios de água. As vazões naturais do complexo Belo Monte em 2024 têm se apresentado consideravelmente inferiores às observadas em 2023. Atualmente, as vazões observadas são inferiores à vazão de referência utilizada pela ANA para caracterização da disponibilidade hídrica e análise de pedidos de outorgas, com valores próximos aos mínimos do histórico de dados.

Segundo a Lei nº 9.984/2000, que dispõe sobre a criação da Agência, compete à ANA “declarar a situação crítica de escassez quantitativa ou qualitativa de recursos hídricos nos corpos hídricos que impacte o atendimento aos usos múltiplos localizados em rios de domínio da União, por prazo determinado, com base em estudos e dados de monitoramento”.

Os cenários hidrometeorológicos para este ano indicam a possibilidade de serem atingidos níveis ainda mais críticos em outubro e novembro com impacto sobre os usos. Por isso,  a Declaração de Situação de Escassez Quantitativa de Recursos Hídricos no trecho do Xingu e do rio Iriri visa a aumentar a segurança hídrica da região e mitigar os impactos dos baixos níveis dos rios sobre os usos da água, além de comunicar à população a gravidade da situação de seca na região, permitindo que instituições gestoras e diferentes usuários de recursos hídricos no rio Xingu adotem medidas preventivas para mitigar os impactos nos diversos usos da água e sinalizar aos usuários que a ANA, se necessário, poderá alterar regras de uso da água e adotar outras medidas.

Declaração de escassez hídrica

Esse instrumento foi utilizado pela primeira vez em 2021 na Região Hidrográfica do Paraná, por meio da Resolução ANA nº 77/2021. Naquele cenário, a RH do Paraná – que ocupa 10% do território brasileiro, abrangendo áreas de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Distrito Federal – vinha acumulando chuvas abaixo da média, impactando negativamente os volumes armazenados nos reservatórios. Essa situação colocou em risco o atendimento dos usos múltiplos da água, especialmente a geração hidrelétrica, o que poderia comprometer todo o Sistema Interligado Nacional e a navegação. Por isso, a ANA emitiu a primeira Declaração de Escassez Hídrica. (gov.br)

Quando a Antártida ficou sem gelo pela última vez?

Estudo indica que o degelo da Antártida deve se intensificar nas próximas décadas. O Polo Sul já foi sem gelo no passado (e as coisas não eram fáceis).
A Antártida sofre com um degelo severo como consequência do aquecimento global. Estimativas indicam que daqui a algumas décadas esse fenômeno deve se intensificar, podendo acabar com todo o gelo do continente a partir de 2100. Mas você sabia que, caso o cenário se concretize, essa não será a primeira vez que a região fica sem gelo?

Pois é, o Polo Sul nem sempre foi gelado. Na realidade, de acordo com a Live Science, a formação do gelo no local é um fenômeno relativamente recente (se levarmos em consideração a idade da Terra). Antes do gelo, pesquisadores acreditam que o continente era ocupado por tundra e florestas de coníferas.

Assista ao vídeo:

Mas qual foi a última vez que a Antártida ficou sem gelo? De acordo com Eric Wolff, paleoclimatologista da Universidade de Cambrigde, em entrevista ao Live Science, o continente não era totalmente coberto de gelo há mais de 30 milhões de anos. “Acho que a maioria das pessoas diria que 34 milhões de anos atrás foi quando a camada de gelo se formou pela primeira vez na Antártida”, explicou.

O motivo disso é a temperatura. Na época, o mundo era cerca de 8°C mais quente do que é hoje, com a temperatura reduzindo gradativamente desde então. Se voltarmos mais ainda, há 50 milhões de anos, essa diferença sobe para 14°C.

O que fez a Antártida ficar congelada?

Mas se a Antártida estava sem gelo, o que levou ela a congelar?

De acordo com o especialista, existem dois motivos para isso ter acontecido. “Um deles é uma mudança na concentração de dióxido de carbono da atmosfera”. Quanto mais dióxido de carbono houver na atmosfera, mais calor ficará retido e mais quente o planeta ficará.

“E o outro são os movimentos dos continentes e, em particular, a abertura da Passagem de Drake”, completou. A Passagem de Drake é um estreito marítimo localizado entre o extremo sul da América do Sul (Cabo Horn, no Chile) e as Ilhas Shetland do Sul, que fazem parte da Antártida. É a ligação natural entre os oceanos Atlântico e Pacífico.

O coração da Antártica é composto por um grande planalto de gelo. Dessa forma, ele apresenta altitudes que variam entre 1.500 e 4.000 metros acima do nível do mar. A região possui a maior camada de gelo do mundo, que cobre cerca de 95% do Continente Antártico. Essa capa tem uma espessura média de 2.700 m, variando entre os limites de 2.200 e 4.800m. Esse gelo, cerca de 35 milhões de Km3, representa cerca de 70% de água doce do planeta.

O gelo não só cobre a Antártica, mas também a circunda. No inverno, forma um cinturão de cerca de 1.000 Km (Pack-ice), aumentando a superfície em 18 milhões de Km2, enquanto que, nos meses de verão, recua praticamente até o litoral, exceto no Mar de Weddell e no Mar de Ross.

Esses movimentos fizeram a América do Sul e a Antártida se separarem. “Isso levou ao que chamamos de corrente circumpolar — água passando ao redor da Antártida em um círculo”, disse Wolff. “Isso isola a Antártida do resto do mundo e torna muito mais difícil para massas de ar quente atravessarem o Oceano Antártico e, portanto, torna a Antártida mais fria”.

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De acordo com pesquisador, da forma como as coisas estão caminhando, um cenário em que a Antártida fique sem gelo é totalmente possível no futuro e isso seria catastrófico para a humanidade. Segundo o especialista, depende de nós mudarmos esse cenário. (olhardigital)

domingo, 27 de outubro de 2024

Startup quer ‘recongelar’ o Ártico

Startup quer ‘recongelar’ o Ártico – saiba como.

O objetivo é proteger o planeta dos efeitos do derretimento do Ártico, além de ajudar a preservar a biodiversidade natural do ecossistema.

O derretimento acelerado do Ártico é uma preocupação global. Além dos efeitos para os ecossistemas da região, a perda de gelo aumentaria o nível dos oceanos, colocando milhões de cidades costeiras (e suas populações) em risco. No entanto, uma tecnologia chamada geoengenharia pode impedir este trágico futuro.

Ideia é criar uma camada extra de gelo no Ártico

A startup Real Ice, sediada no Reino Unido, quer usar água do mar para criar uma camada extra de gelo no Ártico. Segundo a proposta, ao final do inverno, uma camada de neve será criada acima da parte congelada, o que servirá para proteger o gelo da radiação solar.

Degelo no Ártico tem aumentado de forma expressiva diante do aumento das temperaturas globais.

A empresa diz que “restituir o gelo marinho é uma parte crítica da restauração do nosso mundo natural”, e destaca que a ação é semelhante ao reflorestamento da Amazônia. Além disso, afirma que todo o processo seria feito com hidrogênio verde, gerado a partir de energia eólica ou solar, minimizando qualquer tipo de novo impacto ao meio ambiente.

No site da Real Ice, o presidente executivo Simon Woods diz estar “tentando semear uma indústria de cultivo de gelo”. O objetivo, segundo ele, é “proteger comunidades globais e locais dos efeitos drásticos do aquecimento do Ártico e, além disso, ajudar a preservar a biodiversidade natural de um ecossistema essencial”.

Ideia da empresa é usar geoengenharia para recuperar camadas de gelo

Proposta pode reverter cenário muito preocupante

• A proposta de recongelar o Ártico pode até parecer inusitada, mas chega num momento de enorme preocupação.

• Em 2023, a Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou uma pesquisa revelando que degelo polar na Groenlândia e na Antártida quintuplicou desde a década de 1990.

• No total, foram 7,56 trilhões de toneladas de gelo derretido entre 1992 e 2020.

• No mesmo ano, de acordo com o Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos Estados Unidos, o gelo marinho que contorna a Antártida atingiu os níveis mais baixos já registrados.

• Isso mesmo durante o inverno.

• Por isso, cientistas alertam que medidas urgentes são necessárias para reverter esta situação. (olhardigital)

Cientistas descobrem catástrofe potencial abaixo da “Geleira do Juízo Final”

Robôs submarinos revelam potencial catástrofe sob a Geleira do Juízo Final. A Geleira Thwaites, mais conhecida como "Geleira do Juízo Final", no oeste da Antártida, está se deteriorando mais e em ritmo mais acelerado do que o calculado previamente e o derretimento pode provocar uma catástrofe global em breve.

Cientistas analisaram a Geleira do Juízo Final e o que eles encontraram significa um desastre em potencial para o planeta.
Cientistas usando navios quebra-gelo e robôs submarinos descobriram que a geleira Thwaites, na Antártica, está derretendo a uma taxa acelerada e pode estar em um caminho irreversível de colapso. O aumento na velocidade indica uma catástrofe que aconteceria com o aumento do nível do mar no mundo.

Desde 2018, uma equipe de cientistas que forma a “Colaboração Internacional da Geleira Thwaites” tem estudado de perto essa geleira — frequentemente apelidada de “Geleira do Juízo Final” — para entender melhor como e quando ela pode entrar em colapso.

Suas descobertas, apresentadas em uma coleção de estudos, oferecem a imagem mais clara até agora dessa geleira complexa e em constante mudança. O cenário é “sombrio”, segundo informaram cientistas em um relatório publicado, revelando as principais conclusões de seus seis anos de pesquisa.

Eles descobriram que a perda rápida de gelo está prestes a acelerar neste século. O recuo da Thwaites acelerou consideravelmente nos últimos 30 anos, conforme explicou Rob Larter, geofísico marinho do British Antarctic Survey e parte da equipe ITGC. “Nossas descobertas indicam que ela está prestes a recuar ainda mais e mais rápido”, afirmou.

Os cientistas projetam que a geleira Thwaites e a camada de gelo da Antártica podem colapsar dentro de 200 anos, o que teria consequências devastadoras.

A Thwaites contém água suficiente para aumentar o nível do mar em mais de 60 centímetros. Mas, como ela também atua como uma rolha, segurando a vasta camada de gelo da Antártica, seu colapso poderia, em última instância, levar a um aumento de cerca de 3 metros no nível do mar, devastando comunidades costeiras de Miami e Londres até Bangladesh e as ilhas do Pacífico.

Os cientistas há muito sabem que a Thwaites, do tamanho da Flórida, era vulnerável em parte por causa de sua geografia. A terra em que ela se encontra inclina-se para baixo, o que significa que, à medida que ela derrete, mais gelo é exposto à água do oceano, que é relativamente quente.

No entanto, anteriormente, pouco se sabia sobre os mecanismos por trás de seu recuo. “A Antártica continua sendo a maior incógnita para entender e prever o aumento futuro do nível do mar”, relataram os cientistas da ITGC no comunicado.

Nos últimos seis anos, a variedade de experimentos dos cientistas buscou trazer mais clareza.

Eles enviaram um robô em forma de torpedo chamado Icefin até a linha de base da Thwaites, o ponto em que o gelo se eleva do fundo do mar e começa a flutuar, um ponto crítico de vulnerabilidade.

Implantação do Icefin na geleira Thwaites em janeiro de 2020

A primeira filmagem do Icefin nadando até a linha de base foi emocionante, disse Kiya Riverman, glaciologista da Universidade de Portland. “Para os glaciologistas, acho que isso teve o impacto emocional que talvez o pouso na lua teve para o resto da sociedade”, ela disse em uma conferência de imprensa.

“Foi um grande acontecimento. Estávamos vendo esse lugar pela primeira vez”.

Através das imagens enviadas pelo Icefin, eles descobriram que a geleira está derretendo de maneiras inesperadas, com a água quente do oceano conseguindo se infiltrar por fendas profundas e formações em “escada” no gelo.

Outro estudo usou dados de satélite e GPS para analisar os impactos das marés e descobriu que a água do mar conseguiu penetrar mais de 9 quilômetros abaixo da Thwaites, empurrando água quente sob o gelo e causando derretimento rápido.

Mais cientistas investigaram a história da Thwaites. Uma equipe, incluindo Julia Wellner, professora da Universidade de Houston, analisou núcleos de sedimentos marinhos para reconstruir o passado da geleira e descobriu que ela começou a recuar rapidamente na década de 1940, provavelmente desencadeada por um evento de El Niño muito forte — uma flutuação climática natural que tende a ter um impacto de aquecimento.

Esses resultados “nos ensinam amplamente sobre o comportamento do gelo, acrescentando mais detalhes do que apenas observar o gelo moderno”, disse Wellner à CNN.

Em meio ao cenário sombrio, também houve algumas boas notícias sobre um processo que os cientistas temem que possa causar derretimento rápido.

Há uma preocupação de que, se as plataformas de gelo da Thwaites colapsarem, isso deixaria expostos penhascos de gelo altos no oceano. Esses penhascos altos poderiam facilmente se tornar instáveis e desabar no oceano, expondo penhascos ainda mais altos atrás deles, com o processo se repetindo indefinidamente.

No entanto, a modelagem por computador mostrou que, embora esse fenômeno seja real, as chances de isso acontecer são menores do que se temia anteriormente.
Estudo identifica canais subterrâneos de água mais quente que estão acelerando degelo da “geleira do Juízo Final” na Antártica

Isso não significa que a Thwaites está segura.

Os cientistas preveem que toda a Thwaites e a camada de gelo da Antártica atrás dela podem desaparecer no século 23. Mesmo que os humanos parem de queimar combustíveis fósseis rapidamente — o que não está acontecendo — pode ser tarde demais para salvá-la.

Embora esta fase do projeto ITGC esteja chegando ao fim, os cientistas dizem que ainda é necessário muito mais pesquisa para entender essa geleira complexa e determinar se seu recuo é agora irreversível.

“Embora tenha havido progresso, ainda temos grande incerteza sobre o futuro”, disse Eric Rignot, glaciologista da Universidade da Califórnia, Irvine, e parte da ITGC. “Continuo muito preocupado de que esse setor da Antártica já esteja em estado de colapso”. (cnnbrasil)

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

O dia do juízo final foi adiado na geleira mais vulnerável da Antártica

A sonda identificou cicatrizes deixadas na crista pelo gelo conforme ele era levantado e abaixado pelas marés. Os rastros mostraram que, por um ou dois anos no século passado, Thwaites recuou até 3 vezes mais rápido do que o presente, diz Julia Wellner, geóloga glacial da Universidade de Houston.

O dia do juízo final foi adiado na geleira mais vulnerável da Antártida.

A colaboração de Thwaites descobre que a geleira se estabilizou um pouco – no curto prazo.
Não se espera que a geleira Thwaites entre em colapso até o final do século, mas ainda pode adicionar 6 centímetros aos níveis globais do mar.

A Geleira Thwaites da Antártida não é chamada de Geleira do Juízo Final à toa. Se a camada de gelo do tamanho da Flórida derretesse, ela poderia elevar os níveis globais do mar em 65 centímetros. E como é uma pedra angular que impede que outras camadas de gelo fluam para o oceano, seu desaparecimento poderia desbloquear um total de mais de 3 metros de elevação global do nível do mar. Em 2018, financiadores dos EUA e do Reino Unido criaram a Colaboração Internacional da Geleira Thwaites (ITGC) de 100 pessoas para sondar o gelo — e seu futuro — com uma campanha concertada de trabalho de campo, submersíveis, sensoriamento remoto e modelagem computacional.

Agora, o ITGC está fazendo um balanço do que aprendeu em uma reunião esta semana no British Antarctic Survey (BAS) em Cambridge, Inglaterra — uma reunião final enquanto seus oito projetos terminam no próximo ano. E uma conclusão é que alguns dos piores cenários — como o colapso descontrolado da frente de desprendimento de icebergs da geleira, que se projeta para o oceano como uma plataforma de gelo — são improváveis neste século, diz Robert Larter, um geofísico marinho do BAS e colíder do projeto. Essa preocupação, ele diz, “não é o monstro enorme que poderia ter sido há 10 anos”.

Em vez disso, resultados preliminares de um dos grupos de modelagem do ITGC sugerem que nas próximas décadas Thwaites recuará constantemente, mas não entrará em colapso, contribuindo com até 6 centímetros de aumento global do nível do mar até o fim do século. Isso ainda é uma fração importante dos 38 a 77 centímetros de aumento que o último relatório climático da ONU estima que ocorrerá até 2100 por causa do derretimento na Antártida e na Groenlândia. E isso acontecerá mesmo se a humanidade interromper repentinamente as emissões de gases de efeito estufa, dado o aquecimento que já ocorreu e o lento tempo de resposta da camada de gelo, diz Daniel Goldberg, um glaciologista computacional da Universidade de Edimburgo.

A longo prazo, a perspectiva ainda é sombria. Sob o pior cenário para emissões, Thwaites e muitas das camadas de gelo que ele sustenta podem entrar em colapso até 2300, adicionando mais de 4 metros ao nível do mar, de acordo com uma estimativa publicada este mês no Earth’s Future por uma grande colaboração de modeladores, incluindo membros do ITGC. (Modelos que apresentaram cortes agressivos de emissões, no entanto, não viram tal colapso.) E cientistas paleoclimáticos fora do ITGC estão encontrando evidências crescentes — em núcleos de gelo e até mesmo em DNA de polvo — de que esta região perdeu grandes quantidades de gelo há cerca de 125.000 anos, quando as temperaturas eram semelhantes às de hoje.

Água do oceano avança abaixo da “geleira do Juízo Final”

Os glaciologistas reconheceram a vulnerabilidade única de Thwaites e outras geleiras na Antártida Ocidental na década de 1970. O gelo preenche uma imensa planície que fica abaixo do nível do mar e desce para o interior. Essa topografia levantou temores de que, uma vez que Thwaites se afaste de uma crista de leito rochoso, ou soleira, que ajuda a desacelerá-la, águas quentes do oceano irão se precipitar, corroendo a parte inferior da geleira e acelerando seu recuo.

Dois dos projetos do ITGC usaram explosões controladas para sondar esse leito rochoso com ondas sísmicas. Devido aos atrasos da pandemia, “obtivemos alguns dados, mas não tantos quanto eu gostaria”, diz Sridhar Anandakrishnan, um sismólogo glacial da Universidade Estadual da Pensilvânia que liderou um dos projetos. Ainda assim, sua equipe descobriu que uma mistura irregular de rocha dura, sedimentos e lagos está por baixo da geleira. A topografia complexa pode dificultar que os modelos prevejam a rapidez com que Thwaites deslizará e o que ele pegará, uma vez que recue além do peitoril. Por enquanto, o recuo só pode ir até certo ponto, diz Jeremy Bassis, um glaciologista da Universidade de Michigan. “Será necessário um golpe de tamanho decente para tirá-lo daquele peitoril e levá-lo para águas profundas neste século”.

Duas outras equipes do ITGC usaram radar para sondar a espessura da plataforma de gelo flutuante em estações de campo com vários anos de intervalo. Eles descobriram que a espessura da plataforma não havia mudado substancialmente, diz Erin Pettit, uma glaciologista da Oregon State University. “As taxas de derretimento que podemos medir com radar são próximas de zero em todos os lugares”, diz ela. O recuo da geleira parece ser causado por fraturamento em vez de derretimento, diz ela.

Cinco anos atrás, Pettit e sua equipe avistaram fendas ameaçadoras em forma de “punhal” se desenvolvendo na plataforma de gelo da geleira. Desde então, seu progresso diminuiu drasticamente, embora ela ainda acredite que a plataforma irá rachar na próxima década. Sempre que isso acontecer, não acelerará muito as perdas, diz Mathieu Morlighem, um modelador de camadas de gelo no Dartmouth College. A modelagem feita por ele e outros cientistas do ITGC sugere que a plataforma já faz pouco para desacelerar a geleira, pois já está perdendo uma conexão com a ponta de uma crista submarina. “Não está reforçando muito”, diz Morlighem. “As pessoas não gostaram muito disso, mas é a verdade”.

Apesar dos atrasos da pandemia no trabalho de campo, as duas equipes de modelagem dedicadas do ITGC integraram um novo mapeamento submarino de Thwaites e desenvolveram modelos que acoplam dinamicamente a camada de gelo e o oceano. Um projeto de modelagem, por exemplo, analisou de perto a chamada “instabilidade do penhasco de gelo marinho”, a ideia de que, à medida que a frente da plataforma de gelo perde icebergs, ela ficaria mais alta e menos estável, formando um penhasco imponente que acabaria por começar a desabar sob seu próprio peso. Em um estudo publicado no mês passado na Science Advances, os pesquisadores descobriram que a instabilidade não ocorreria mesmo quando Thwaites recuasse além de sua zona de aterramento no peitoril do leito rochoso. A tendência da geleira de fluir mais rápido uma vez liberada do peitoril ajudaria a mantê-la fina e evitaria que o gelo se projetasse mais de 1 quilômetro acima da água, o que parecia ser o limite para o colapso.

Embora algumas dessas coisas possam parecer boas notícias para o futuro imediato de Thwaites, os dois projetos paleoclimáticos do ITGC deixam claro que a geleira tem um histórico de ser imprevisível e mudar rapidamente. Em um projeto, pesquisadores perfuraram gelo até a rocha subjacente perto de Thwaites, medindo em laboratório quando essas amostras foram expostas pela última vez ao bombardeio de radiação cósmica e luz solar. Essas rochas mostraram, de acordo com um estudo do ano passado no The Cryosphere, que Thwaites e seus vizinhos eram pelo menos 35 metros mais finos do que hoje, apenas alguns milhares de anos atrás. A descoberta sugere que a geleira pode se recuperar de perdas passadas, embora a recuperação do afinamento atual exigiria que o mundo reduzisse rapidamente suas emissões de gases de efeito estufa, diz Joanne Johnson, geóloga da BAS. “E em escalas de tempo sociais, 3.000 anos é um tempo muito longo para se recuperar”, diz ela.

Cientistas descobrem catástrofe em potencial abaixo da “Geleira do Juízo Final”

O segundo projeto paleoclimático extraiu núcleos de sedimentos de picos submarinos para mapear o quão longe Thwaites se estendeu em direção ao mar nos últimos séculos. Em um estudo publicado este ano no Proceedings of the National Academy of Sciences, os pesquisadores descobriram que o recuo de Thwaites e sua vizinha Pine Island Glacier começou na década de 1940, antes do aumento do aquecimento moderno, talvez provocado por um forte El Niño no Oceano Pacífico.

Usando uma sonda subaquática, a equipe também examinou uma crista do fundo do mar que costumava ajudar a aterrar a geleira. A sonda identificou cicatrizes deixadas na crista pelo gelo conforme ele era levantado e abaixado pelas marés. Os rastros mostraram que, por um ou dois anos no século passado, Thwaites recuou até três vezes mais rápido do que o presente, diz Julia Wellner, geóloga glacial da Universidade de Houston. “Tudo o que obtemos continua sugerindo o quão dinâmico ele pode ser.”

Essa inconstância torna difícil definir o futuro de Thwaites. Assim como as lacunas restantes nos dados. Anandakrishnan, por exemplo, não conseguiu mapear os 70 quilômetros de leito rochoso logo no interior da plataforma de gelo, então ele não pode dizer com certeza como as cristas ali podem impedir o recuo de Thwaites no futuro. E os membros do ITGC não conseguiram fazer trabalho de campo no tronco ocidental mais rápido da geleira, pois ele está muito quebrado e perigoso. Mas outro grande esforço como o ITGC é improvável em breve, dado que o principal financiador do ITGC dos EUA, a National Science Foundation (NSF), está com falta de fundos e suporte logístico para o trabalho na Antártida. “Não acho que [a NSF] queira ouvir a palavra Thwaites por 10 anos”, diz Anandakrishnan.

Geleira do “Juízo Final” está por um fio e ameaça elevar nível do mar

Paul Voosen é um redator que cobre ciências da Terra e planetárias para a revista Science. (blogdopedlowski)

Cientistas já tem data para o derretimento de todo gelo da Antártida

Um estudo realizado pela Universidade de Dartmouth, nos Estados Unidos, afirma que toda a camada de gelo da Antártida poderá derreter até o ano de 2300. A pesquisa, que contou com a colaboração de mais de 50 cientistas, fez uma projeção sobre o derretimento das geleiras.

Segundo o estudo, que observou modelos climáticos individuais sobre o gelo existente, o futuro das geleiras da Antártida será incerto após 2100.
Mais de 50 cientistas climáticos publicaram um estudo cravando a data para o derretimento de todo o gelo da Antártida. Em um estudo publicado no último dia 4, cientistas lançam a primeira grande projeção de como as emissões de carbono podem causar o derretimento total do gelo da Antártida nos próximos 300 anos.

Estudo observou modelos climáticos individuais sobre o gelo existente, o futuro das geleiras da Antártida será incerto após 2100.

Os cientistas combinaram dados de 16 modelos individuais e descobriram que o derretimento de todo o gelo da Antártida vai aumentar, embora gradualmente, nos próximos anos.

No entanto, essa consistência vai acabar após 2100, segundo os modelos dos cientistas, que observam o derretimento do gelo da Antártida sobre o nível atual das emissões.

Os cientistas, portanto, criaram um modelo que mostra como seria o derretimento da camada de gelo da Antártida em cenários de alta e baixa emissão de carbono até 2300.

Desse modo, os cientistas revelaram, através de experimentos numéricos, a projeção para o derretimento de todo o gelo da Antártida. Segundo o estudo, o evento ocorrerá a partir de 2300 devido a um aumento no nível do mar que ocorrerá um século antes.

Cientistas alertam sobre o papel das emissões

“Quando conversamos com autoridades sobre o aumento do nível do mar, eles focam, na maioria das vezes, no que vai acontecer até 2100. Há pouquíssimos estudos abordando o que acontecerá após essa data”, afirma Hélène Seroussi, autora do estudo.

Segundo Seroussi, o estudo fornece as projeções de longo prazo que não existiam antes. No entanto, os cientistas revelaram que os modelos mostram uma variação na data exata do derretimento de todo o gelo.

Por outro lado, a velocidade do derretimento se manteve consistente em ambos os modelos, de acordo com o estudo.

“Apesar das emissões atuais de carbono terem apenas um impacto modesto nos modelos com projeções para este século, a diferença entre como os cenários de baixa e alta emissão contribuem para o aumento do nível do mar cresce exponencialmente após 2100. Esses resultados confirmam o óbvio: é crucial reduzir as emissões para proteger as próximas gerações”, afirma o estudo.

Geleira suíça

Casal britânico registrou os impactos do aquecimento global nas geleiras da Suíça

Cientistas fazem previsão e afirmam que todo o gelo da Antártida vai derreter em poucas décadas.

Pela primeira vez, cientistas divulgaram uma projeção do derretimento das geleiras; estudo levou em conta emissão de gases de efeito estufa e o consequente aumento das temperaturas. (gizmodo.uol)

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Tijolos de plástico reciclado tem conforto térmico e são mais fáceis de colocar

Revolução na construção: Tijolos de plástico reciclado têm conforto térmico superior, são mais fáceis de colocar.
Adote tijolos de plástico e leve o conforto térmico à sua casa, reduzindo o impacto ambiental. Inovação e sustentabilidade na construção!

Adote tijolos de plástico e leve o conforto térmico à sua casa, reduzindo o impacto ambiental. Inovação e sustentabilidade na construção!

No coração de um mundo que fervilha sob o calor crescente e enfrenta desafios ambientais sem precedentes, surge uma inovação para a construção que promete não apenas aliviar o calor opressor em nossos lares, mas também contribuir significativamente para a sustentabilidade do planeta.

Este avanço vem na forma surpreendente de um material conhecido por todos, mas reimaginado: o tijolo de plástico. Esse “tijolo verde”, como vem sendo chamado, está no centro de uma revolução na construção civil, oferecendo um conforto térmico superior e uma solução ecológica para o setor.

A inovação por trás do tijolo de plástico

A Fuplastic, uma empresa pioneira em soluções sustentáveis para a construção civil, desenvolveu essa tecnologia inovadora que permite a construção de imóveis utilizando tijolos feitos inteiramente de plástico reciclado. Esta abordagem não só reduz o desperdício de plástico, que é um dos maiores poluentes do planeta, mas também oferece uma construção rápida e eficiente através de um método de encaixe que elimina a necessidade de argamassa.

Segundo Bruno Frederico, CEO da Fuplastic e mente por trás desta criação, cada construção de 50m² com os tijolos de plástico reciclado contribui para a remoção de aproximadamente 2,5 toneladas de plástico do meio ambiente. Além disso, a natureza modular dos tijolos possibilita uma flexibilidade na construção, especialmente em áreas limitadas, como favelas, onde a ONG TETO Brasil tem utilizado essa tecnologia em projetos de moradias populares emergenciais.

Casa ecológica feita de plástico reciclado foi exposta na Praça do Patriarca, no centro de São Paulo, durante o festival Cidade do Futuro

O conforto térmico dos tijolos de plástico

Um dos aspectos mais impressionantes do tijolo de plástico é seu potencial para melhorar o conforto térmico dentro das construções. Diferente dos tijolos de argila tradicionais, os tijolos de plástico possuem um “espaço vazio” interno, permitindo uma circulação de ar que ajuda a manter as temperaturas internas mais agradáveis. Esta característica é particularmente valiosa em um cenário de mudanças climáticas, onde ondas de calor se tornam mais frequentes e intensas.

Bruno Frederico destaca que estudos já comprovaram esse aumento de conforto térmico, graças à capacidade dos tijolos de “respirar”. Ar quente tende a subir e sair pelos furos dos blocos, um mecanismo simples, mas eficaz, para manter um ambiente mais fresco e agradável.

Tijolo de plástico reciclado: isolante térmico e acústico e resistente até a terremotos.

Tijolos sustentáveis, feitos de plástico reciclado. Ideia é fantástica, ainda funciona como isolante térmico e acústico, resistindo até mesmo a terremotos.

Desafios e Considerações na Construção com Tijolo de Plástico

No entanto, como aponta o professor Mauricio Resende, especialista em Engenharia Civil da Fundação Educacional Inaciana (FEI), o desempenho térmico de uma construção não depende apenas do material dos tijolos. Fatores como o design arquitetônico, a cobertura, a ventilação natural e a presença de beirais também desempenham papéis cruciais. Isso destaca a importância de uma abordagem holística no design de edifícios sustentáveis.

Além disso, a questão da segurança contra incêndios surge devido à natureza inflamável do plástico. É essencial que os tijolos de plástico sejam submetidos a rigorosos testes de ignibilidade e resistência ao fogo para garantir sua viabilidade como material de construção. Segundo a Fuplastic, os tijolos possuem certificações que atestam sua qualidade e segurança, abrindo caminho para sua adoção mais ampla na construção civil.

Uma Visão para o Futuro: Moradias Sustentáveis e Acessíveis

Implementação do tijolo de plástico na construção civil é mais do que uma inovação tecnológica; é um passo em direção a um futuro mais sustentável e inclusivo. Exposição de uma casa modelo feita de tijolos de plástico no centro histórico de São Paulo, durante o festival Cidade do Futuro 2024, ilustra o potencial desta tecnologia. Com facilidade de montagem e desmontagem, sem gerar entulho e possibilitando a reutilização ou reciclagem dos tijolos, esta abordagem promove um ciclo de vida sustentável para os materiais de construção.

Casa ecológica oferece condições idênticas às de casas feitas de tijolos de argila, segundo idealizadores do modelo

Regiane Alves da Silva, moradora da comunidade Porto de Areia em Carapicuíba (SP), oferece um testemunho vivo das vantagens dessa tecnologia. Beneficiada por uma das casas de plástico construídas pela ONG TETO Brasil, Regiane descreve sua nova moradia como arejada, confortável e bem projetada, dissipando quaisquer dúvidas sobre a viabilidade e a qualidade de vida oferecida por essas construções inovadoras.

À medida que exploramos as fronteiras do possível na construção civil, o tijolo de plástico emerge como um símbolo de inovação, sustentabilidade e esperança. Ele não apenas representa uma solução para os desafios ambientais e climáticos atuais, mas também uma promessa de moradias mais acessíveis e confortáveis para todos. À medida que avançamos, fica claro que a chave para um futuro sustentável pode muito bem-estar escondida na reimaginação de materiais comuns, transformando o simples plástico em um pilar de construções ecológicas e eficientes.

Por dentro, são ocos, o que permite não apenas a passagem dos tirantes, também dos sistemas elétrico e hidráulico.

Para mais informações sobre os produtos, como preços e disponibilidade, visite o site: Fuplastic. (clickpetroleoegas)

O teto de vidro da reciclagem solar

De acordo com a pv magazine Brasil, a tecnologia de módulos fotovoltaicos precisa de protocolos para o fim de sua vida útil, pois uma instalação solar de 10 MW pode produzir 700 toneladas de resíduos ao longo de sua vida útil.

O vidro utilizado na fabricação de painéis solares é de alta qualidade e pode ser reciclado para: Produção de novos produtos de vidro, Utilização novamente em novos painéis solares.
O processo de reciclagem do vidro é feito da seguinte forma:

Lavagem do vidro para retirar sujidades

Trituração do vidro

Aquecimento e fusão dos cacos a uma temperatura acima de 1300°C

Moldagem e utilização novamente do vidro para a produção de garrafas, copos, etc.

A reciclagem do vidro é mais econômica do que produzir vidro a partir de matérias-primas virgens, pois: Usa menos energia no processo, não emite CO2 extra para a atmosfera.

A associação industrial europeia PV Cycle estima que uma instalação solar de 10 MW produzirá 700 toneladas de resíduos ao longo de sua vida útil. Está ficando cada vez mais claro que os módulos fotovoltaicos precisam de protocolos de fim de vida útil – para a tecnologia e processamento de materiais e o ambiente regulatório.

A maioria das vitórias fáceis para a reciclagem de módulos fotovoltaicos já foram conquistadas. Materiais como o alumínio ou os aços usados para estruturas de módulos e o cobre usado na fiação podem ser facilmente separados de um painel e já possuem mercados de reciclagem bem estabelecidos. Os módulos podem ser triturados em instalações de lixo eletrônico ou outras instalações de reciclagem e vários materiais podem ser recuperados.

Embora processos desse tipo mantenham os módulos em fim de vida fora do aterro, eles levam a um rebaixamento na qualidade dos materiais recuperados e poucas chances de atingirem os níveis de pureza necessários para encontrar o caminho de volta para um novo módulo solar ou qualquer outra aplicação de alto valor – alongando a linha, mas não conseguindo criar o círculo desejado. A gigante de fabricação de módulos Longi confirma que já faz uso de alumínio reciclado para suas estruturas, mas vê a integração de outros materiais reciclados em sua cadeia de suprimentos como um grande desafio.

Para manter os materiais dos painéis solares em circulação indefinidamente, é necessário um tratamento especializado, em vez de processá-los com outros resíduos. Na União Europeia, os resíduos de módulos fotovoltaicos são atualmente regulamentados pela diretiva de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (WEEE). Escrevendo no relatório anual da PV Cycle para 2023, o diretor administrativo Jan Clyncke disse que “a diretiva WEEE não é a apropriada para painéis fotovoltaicos. A PV Cycle é a favor de um ato legislativo dedicado que lida apenas com todos os equipamentos de energia renovável”.

Essa legislação será vital para garantir que os módulos cheguem aos recicladores apropriados. Do lado da tecnologia, porém, há um progresso encorajador das empresas na Europa quando se trata de substituir a trituração por um processo mais efetivo na separação de materiais.

“Naturalmente, tentamos separar e reutilizar todos os componentes de um módulo e aprendemos que a britagem e a subsequente classificação são impraticáveis”, disse o CEO da empresa alemã de reciclagem solar Luxchemtech, Wolfram Palitzsch. “Uma certa proporção das etapas do processo também deve ser de natureza química. Os processos mecânicos por si só não produzem produtos puros no final”.

A recicladora fotovoltaica francesa ROSI abriu sua primeira instalação em Grenoble em 2023. Agora está planejando um segundo local no norte da Espanha, que deve entrar em operação no início de 2025, e está trabalhando em estreita colaboração com a Luxchemtech e parceiros para entrar no mercado alemão. Em vez de triturar, o ROSI usa um processo de pirólise – aquecimento em um ambiente pobre em oxigênio – para quebrar o encapsulante de polímero que mantém um módulo unido e que pode separar de forma muito mais eficaz e limpa as células de vidro e silício.
Vidro solar

Como representa a maior parcela em volume de materiais em um módulo fotovoltaico, o vidro representaria uma grande vitória para os fabricantes de energia solar – a ROSI estima que cerca de 70% do material processado em suas instalações em Grenoble é vidro. Existe também um mercado bem estabelecido para materiais de vidro reciclado, que são atraentes para os fabricantes graças à potencial economia de energia em comparação com o processamento de matéria-prima de vidro. Os rigorosos requisitos de qualidade e transparência do vidro solar, no entanto, significam que o processamento de material reciclado no nível exigido é um desafio. A ROSI fez muito progresso nessa direção em 2024 e diz que os requisitos de qualidade para energia solar também podem ser uma vantagem ao trabalhar com outros fabricantes de vidro.

“A vantagem do vidro solar é que ele precisa ser muito transparente”, disse Damien Letort, gerente comercial da ROSI. “Portanto, desde que você possa separá-lo bem, a qualidade do caco de vidro reciclado que podemos fornecer é muito, muito boa”.

Graças ao seu processo de pirólise, a ROSI pode separar e fornecer cacos de vidro altamente puros de volta aos fabricantes de vidro. Letort disse que a empresa tem trabalhado com um cliente, um grande fabricante europeu de vidro, para testar a qualidade de seu material de vidro reciclado.

“Fizemos alguns esclarecimentos com nosso cliente e estamos muito felizes com os resultados”, disse ele. “Podemos separar o vidro e é um vidro solar de alta transparência. Isso o torna muito interessante para muitos fabricantes”.

O cliente ROSI vem trabalhando com fabricantes de vidro float utilizados na indústria da construção. Letort disse que, por enquanto, é improvável que seu material de vidro reciclado seja usado em outro painel solar, porque a grande maioria do vidro solar é manuseada na Ásia e o transporte a essa distância não faria muito sentido.

Apesar do sucesso da ROSI na área, Palitzsch, da Luxchemtech, alertou que a presença de antimônio na maioria dos vidros solares ainda é um problema quando se trata de reciclagem. “Não conheço um produtor de vidro plano na Europa que possa processar um fragmento com cerca de 2 mil partes por milhão (ppm) de antimônio para fazer vidro fotovoltaico, por isso é um desafio saber quem compraria grandes quantidades de vidro contendo antimônio no futuro e a que preço”, disse ele.

Isso deve ser um desafio para os fabricantes de vidro, e não para os recicladores, disse Letort. “Colocamos o painel solar em tratamento térmico e classificação mecânica, e essa é a extensão da nossa planta”, disse ele. “Então cabe ao nosso cliente validar se pode lidar com o vidro e usá-lo em seu processo”. Ele observou que o cliente fez um grande progresso trabalhando com cacos que contêm um pouco de antimônio, ao mesmo tempo em que reconhece o problema.

“A ROSI defende o vidro livre de antimônio em novos painéis solares instalados na Europa, principalmente por meio da diretiva Ecolabel, pois abre mais portas para a reciclagem”, explicou.

Letort vê a responsabilidade da ROSI como fornecer cacos de vidro com boa transparência e observou que a pirólise pode prejudicar a transparência se não for cuidadosamente controlada e que o processo de classificação também é cuidadosamente gerenciado para impedir a entrada de resíduos de silício ou outros materiais. “Garantimos transparência de boa qualidade e os clientes lidam com a transformação de nossos materiais em seu próprio processo”, acrescentou Letort.
Prata e silício

As células de silício são o próximo maior alvo e são especialmente atraentes para os recicladores graças ao seu teor de prata. Aqui também, um afastamento da trituração é benéfico. Palitzsch disse que a trituração e o processamento posterior produziram silício com cerca de 80% de pureza. “Mas 80% de pureza simplesmente não é interessante para muitas aplicações de silício”, disse ele.

Os produtores de polissilício de grau solar têm requisitos de pureza especialmente altos – geralmente pelo menos 6N (99,9999%). E vários outros materiais usados para dopagem e deposição das outras camadas que compõem uma célula solar funcional podem significar que, mesmo que a pureza ultra-alta pudesse ser alcançada, o perfil das impurezas restantes seria diferente daquele encontrado no novo material, exigindo uma investigação mais aprofundada.

Outras aplicações de silício de alto valor têm requisitos um pouco menos rigorosos. Aqui, a ROSI diz que está em uma situação semelhante à do vidro.

“Estamos na mesma fase para o silício, estamos trabalhando com um grande parceiro na indústria química que testou nosso silício e validou que pode usá-lo”, disse Letort. “Este pode ser um dos melhores valores agregados do nosso processo. Podemos manter uma qualidade muito boa para o silício, ele só passa por tratamentos suaves”.

A ROSI patenteou seu próprio processo químico suave para separar os materiais que compõem uma célula solar depois de separados, usando pirólise, do resto do módulo, deixando-o com silício reutilizável e prata de alta pureza.

A reciclagem de painéis solares já é uma prioridade

Desafio de custo

O custo da reciclagem fotovoltaica tem sido seu maior desafio – desde convencer os proprietários de projetos a gastar dinheiro extra para manter os materiais fora do aterro, até o processamento e reintegração reais dos materiais.

Por enquanto, a ROSI é paga para fornecer reciclagem de módulos solares como um serviço, destacando a importância de uma regulamentação clara no setor e a legislação especializada que a PV Cycle e outros estão defendendo. À medida que os resíduos fotovoltaicos começam a se acumular, os processos e modelos de negócios para reciclagem solar serão fundamentais para manter os materiais em circulação. “Muito é possível tecnologicamente e muito dinheiro foi investido”, disse Palitzsch. “Esta será uma das questões mais importantes: o investimento na tecnologia valerá a pena”? (pv-magazine-brasil)

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