Cultivar frutas nativas da Amazônia é alternativa para
manter floresta em pé.
Polinização manual do bacuri.
A Amazônia
possui notável diversidade de plantas produtoras de frutas comestíveis,
entretanto, até então, um reduzido número dessas espécies assumiu posição de
destaque na fruticultura nacional ou mesmo na fruticultura regional,
destacando-se, atualmente, o açaizeiro (Euterpe edulis), o cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum), o
maracujazeiro (Passiflora edulis)
e o abacaxizeiro (Ananas comosus).
Na região
Amazônica, a castanha-do-brasil (Bertholletia
excelsa), o bacuri, (Platonia
insignis), muruci (Byrsonima
crassifolia) e o taperebá (Spondias mombin), também conhecido como cajá em outros
estados, já são frutas com mercados consolidados e no caso da castanha, mercado
internacional, mas aproximadamente 95% da produção ainda é oriunda do
extrativismo.
Para elas, o
cultivo em escala comercial, e com isso, o alcance de novos mercados, tem como
principal fator limitante o tempo requerido para que entrem em fase de
produção, pois apresentam longa fase juvenil especialmente quando propagadas
por sementes. Além disso, essas três espécies apresentam sementes com complexos
mecanismos de dormência, o que dificulta sobremaneira o processo de produção de
mudas.
Cupuaçu
O
aperfeiçoamento dos métodos de propagação dessas espécies constitui-se em etapa
fundamental para que possam ser cultivadas de forma mais intensiva, garantindo
menor tempo para início de produção e incremento de produtividade.
Portanto, o
conhecimento sobre as formas de cultivo das espécies frutíferas nativas da
Amazônia é a base para o manejo e uso sustentável, bem como, para o
entendimento de como deverá ser realizada à conservação da biodiversidade na
Amazônia.
A Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária, que no estado do Pará está representada
pela Embrapa Amazônia Oriental, vem aperfeiçoando e desenvolvendo técnicas em
propagação de espécies frutíferas nativas e cultivadas na Amazônia, por meio da
coleta das sementes e o cultivo em campos experimentais, selecionando os
melhores exemplares, fazendo cruzamentos, enxertos, acelerando e uniformizando
o processo de germinação para a produção de mudas dessas espécies com
eficiência e eficácia.
A
propagação, por exemplo, nada mais é do que a manipulação pelo homem no
processo de multiplicação das plantas. Para viabilizar a formação de mudas e a
produção de frutos por processos mais rápidos e eficientes, utilizam as
técnicas de propagação sexuada (com uso de sementes) e assexuada (por partes
vegetais) que pode ser pelo método de enxertia e alporquia.
Há cerca de
dez anos, a Embrapa desenvolve nacionalmente o projeto MelhorFRUTA e está
viabilizando o desenvolvimento de pesquisas no Pará com quatro espécies de
frutíferas nativas, o bacurizeiro, camucamuzeiro, murucizeiro e taperebazeiro,
as quais possuem mercado consolidados para as região Norte e Nordeste, porém
com amplas perspectivas de consolidação no restante do país.
As espécies contempladas no projeto são plantas perenes, algumas delas com fase jovem bastante longa, tendo ainda a característica de manifestarem ciclicidade de produção, ou seja, anos de alta produção de frutos são sucedidos por um mais ano, de baixa produção, o que condiciona que pelo menos cinco anos de avaliações sucessivas na produção dessas espécies sejam necessárias para que se tenha resultados consistentes.
Algumas frutas nativas da Amazônia: araça-boi (1); abricó-do-pará (2); guaraná (3); sapota-do-solimões (4); uxi (5); tapereba (6); buriti (7); bacuri (8); cupuaçu (9); tucumã (10); açaí (11); camu-camu (12); pupunha (13).
As espécies contempladas no projeto são plantas perenes, algumas delas com fase jovem bastante longa, tendo ainda a característica de manifestarem ciclicidade de produção, ou seja, anos de alta produção de frutos são sucedidos por um mais ano, de baixa produção, o que condiciona que pelo menos cinco anos de avaliações sucessivas na produção dessas espécies sejam necessárias para que se tenha resultados consistentes.
Algumas frutas nativas da Amazônia: araça-boi (1); abricó-do-pará (2); guaraná (3); sapota-do-solimões (4); uxi (5); tapereba (6); buriti (7); bacuri (8); cupuaçu (9); tucumã (10); açaí (11); camu-camu (12); pupunha (13).
Essas
espécies se ajustam perfeitamente para uso em Sistemas Agroflorestais (SAFs). A
meta da pesquisa é melhorar a qualidade dos frutos e a produtividade das
plantas. Fruta valorizada é garantia de madeira preservada, além de geração de
emprego e renda, ou seja, desenvolvimento regional sustentável. É o conceito da
floresta em pé gerando recursos para as comunidades. (ecodebate)
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