Biodiversidade: a peça mais
importante para um futuro sustentável.
Por sua capacidade de
mover-se por todas as direções do tabuleiro, a rainha (também conhecida como
dama) é considerada a peça mais importante do xadrez, capaz de determinar a
vitória ou a derrota de um jogador. Quanto maior a aptidão de um indivíduo às mudanças
de cenário, maiores suas chances de êxito. No planeta Terra, também podemos
identificar um fator capaz de definir nosso sucesso enquanto espécie: fora do
tabuleiro, a biodiversidade é a rainha.
Não por acaso, neste ano o
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) elegeu o tema para as
comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente. A data é fixada em 05 de junho,
mas as celebrações se estendem pelo mundo durante todo o mês. A ideia é
enfatizar que “somos completamente dependentes de ecossistemas saudáveis e
vibrantes para nossa saúde, água, alimentos, medicamentos, roupas, combustível,
abrigo e energia”.
Diante do contexto de
mudanças climáticas e dos efeitos da pandemia da Covid-19, precisamos de um
olhar mais atento para a nossa relação com todas as formas de vida. Já não
passa despercebido o fato de que, ao combater a degradação e incentivar a
conservação da natureza e de toda vida que nela habita, fortalece-se uma rede
orgânica de cooperação. Sem esse esforço coletivo, muitas das tecnologias que
hoje se conhece, não existiriam.
Ao pensarmos em atividades
econômicas, é impossível ignorar o papel que a biodiversidade exerce sobre cada
uma delas. O próprio agronegócio, por exemplo. Não é possível desenvolver uma
indústria agropecuária sem a diversidade genética presente nos microrganismos
que garantem a qualidade do solo e os nutrientes necessários para o crescimento
das culturas e, na ponta final, a geração de alimentos.
Além disso, sem o importante
trabalho de espécies polinizadoras, como abelhas, borboletas ou aves, as
propriedades rurais produziriam menos e com menor qualidade. E o que dizer da
pesquisa científica, da produção de medicamentos, que busca na natureza os
princípios ativos das plantas? Quanto do setor turístico depende dos ambientes
naturais e das diversas espécies que promovem o ciclo da vida?
A ciência tem um papel
fundamental nessa integração entre economia e biodiversidade. Mesmo diante da
riqueza da diversidade de vida na Terra, estima-se que, com todos os estudos e
pesquisas realizados pela humanidade, 86% das espécies terrestres e 91% das que
habitam os oceanos, continuam desconhecidas pelo homem.
E o que acontece quando
perdemos o que ainda não conhecemos? Um relatório divulgado este ano pelo Fórum
Econômico Mundial, colocou a perda da biodiversidade como o terceiro risco de
maior impacto para o planeta nos próximos 10 anos. O mesmo documento estima que
os bens e serviços produzidos pelos ecossistemas somem um total de US$33
trilhões/ano – praticamente o Produto Interno Bruto da China e dos Estados
Unidos, combinados.
Com a maior diversidade
biológica do mundo, e organizações que clamam por políticas de conservação, o
Brasil poderia ser referência nessa empreitada. Todas as nações precisam
compreender que proteger a biodiversidade é proteger as liberdades individuais
e coletivas das pessoas, promovendo a geração de riquezas e a qualidade de vida
para a população. Quanto maior a adesão dos governos na construção de políticas
públicas que tenham a biodiversidade como peça importante, maiores as nossas
chances de vitória. (ecodebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário