Segundo Alexander Turra, a
ingestão dos resíduos provenientes desse descarte pelos animais marinhos
provoca sensação de saciedade, levando-os a um processo de inanição e à morte.
A utilização de máscaras e
luvas tem sido um dos principais meios de proteção contra o novo coronavírus,
mas o descarte incorreto dos itens caracteriza um novo tipo de poluição. Os
EPIs têm sido encontrados em oceanos ao redor do mundo, como em Hong Kong, na
França, na Inglaterra e no Brasil. Segundo especialista, o descarte incorreto
das máscaras e luvas pode levar a contaminações pela covid-19, além de impactar
diretamente a vida marinha, podendo causar a morte de animais que porventura
ingiram os itens.
As máscaras e luvas devem ser
descartadas em lixeiras, preferencialmente as que possuem tampa, de modo a
evitar contato humano posterior e que esses materiais vão parar nas ruas e,
consequentemente, oceanos, como informa o professor Turra: “É fundamental que
as pessoas utilizem o material apropriadamente e descartem de forma correta. O
descarte é simples: basicamente colocar o produto numa lixeira fechada”, e
alerta: “Temos que lembrar que o vírus tem uma duração que pode variar em
função da superfície na qual ele está, então é importantíssimo que essa
máscara, ao ser jogada no lixo, não volte a ter contato com nenhum pessoa. Com
isso, a gente tem uma medida simples e que leva a uma proteção, não só das
pessoas, mas também do ambiente, considerando que esse material vai para um
aterro”.
Para o especialista, a
chegada de lixo no mar é fruto de problemas estruturais da sociedade, como a
pobreza, a má distribuição de renda e a dificuldade de acesso aos serviços
públicos: “A gente tem uma série de outros elementos que tem o esgoto como via
de chegada no mar, como a poluição difusa, o lixo jogado nas ruas ou mesmo o
descarte inadequado de resíduos sólidos nos corpos d’água, enfim, é uma série
de processos que tem suas raízes na pobreza, na má distribuição de renda, falta
de acesso aos serviços públicos, no consumo não consciente e no descarte
inadequado. É uma série de processos sistêmicos que acabam, dada a complexidade
do problema e as mais variadas falhas nesse sistema, levando ao fenômeno do
lixo no mar”.
Assista ao vídeo de 40
segundos: https://www.youtube.com/watch?time_continue=6&v=M9-It1iyh-A&feature=emb_logo.
Turra acredita que as máscaras de pano são uma solução para garantir o reúso e evitar o descarte incorreto: “As máscaras de pano correspondem a uma boa estratégia para se proteger do vírus e proteger a sociedade da contaminação, reduzindo essa contaminação. Obviamente, elas sendo laváveis, podem ser utilizadas várias vezes, então elas não vão acabar parando no ambiente”, finaliza.
Máscaras contra o coronavírus são piores que sacolas plásticas: o impacto no meio ambiente é devastador.
O descarte inadequado das
máscaras — hoje usadas por um grande número de pessoas devido à emergência
sanitária — está levando a novos riscos concretos de poluição marinha.
O meio ambiente não é o único
que está sendo afetado pela poluição causada pelo coronavírus, várias
autoridades, em diversos países também relataram que esgotos e estações de
bombeamento de águas pluviais estão entupidos com luvas de látex e máscaras
faciais. Acredita-se que muitas pessoas estão descartando estes itens em vasos
sanitários. (ecodebate)
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