Quando pensamos em embalagem
sustentável, é importante pensar em toda a vida deste produto – desde a
extração da matéria-prima, produção, no uso e reuso adequado, nas possibilidades
de reciclagem ou absorção no meio ambiente e, claro, nos custos envolvidos.
Embalagens sustentáveis
tradicionais
Vidro
Nós já usamos, por séculos,
uma embalagem sustentável de muita qualidade: o vidro. Apesar de ser produzido
a partir de mineral (a areia), o vidro é infinitamente reutilizável quando
higienizado corretamente. São um material tão nobre que vinhos e uísques bem
lacrados duram décadas armazenados em vidro. E mesmo quando o vidro se quebra,
quando descartado corretamente, ele pode ser reciclado em quase toda sua
integralidade.
Por essas propriedades, a
escolha do vidro em um programa de sustentabilidade de seu estabelecimento,
pode representar também um dos mais antigos programas de fidelização de um
cliente: a embalagem retornável.
Alumínio
Por incrível que pareça, o
alumínio também pode ser considerado uma embalagem sustentável, ainda que sua
origem esteja na mineração extrativista. O alumínio é reciclável com custos
muito mais baixos que sua extração. Saiba que no Brasil (que é um campeão
absoluto em reciclagem de alumínio), 90% da matéria-prima utilizada do metal são
provenientes da reciclagem. Conta a favor do alumínio, ainda, o fato de não ser
nocivo à saúde humana e acomodar perfeitamente os mais variados produtos
comestíveis.
Papel
Se formos pensar no papel,
temos uma embalagem sustentável, à base de celulose, criada e utilizada por
mais de 10 mil anos. E trata-se de uma opção que abrange dois ideais: é
biodegradável e reciclável. Isso significa que, mesmo que você ou seus consumidores
não tenham uma forma de direcioná-las para compostagem, elas podem ser
direcionadas para reciclagem através da coleta seletiva.
Dentre as embalagens sustentáveis tradicionais, uma delas sempre surpreende: o celofane. Ainda que tenha aspecto plástico, o celofane é produzido a partir da celulose, sendo uma fonte totalmente vegetal. Por esse motivo, é biodegradável e também compostável, podendo ser utilizado para embalar alimentos, cosméticos secos, lembrancinhas e muito mais. Porém, a sua desvantagem é que não pode ser utilizado para embalar substâncias aquosas e não pode ser reciclado, caso seja colocado na coleta seletiva.
A natureza também reserva boas surpresas
Com o passar dos anos, os
tipos de embalagens criadas a partir de resíduos vegetais se multiplicou. Do
bagaço da cana de açúcar a embalagens feitas com cogumelo, atualmente é
possível encontrar muitas opções.
Porém, deve-se considerar com
cuidado seu uso. Ainda que tragam consigo certo charme na sua utilização, cada
uma delas possui características físicas (resistência, tolerância ao calor e
permeabilidade) únicas. Mas, de modo geral, podemos afirmar que ao não serem
misturadas a outros tipos de compostos, elas se configuram como embalagens
biodegradáveis e compostáveis. Assim, sua maior vantagem é a neutralização do
impacto no planeta quando descartadas corretamente, mas o seu custo costuma ser
maior do que as embalagens convencionais.
Por exemplo, as embalagens de
fécula de mandioca estão incluídas na categoria de embalagens sustentáveis, já
que são compostáveis, biocompatíveis e recicláveis. No entanto, o custo é mais
que o dobro do que se paga pelo isopor. E elas só podem ser utilizadas para
alimentos secos ou de consumo imediato. Do contrário, em contato com umidade
por muito tempo, se desmancham.
Outro insumo que tem sido
explorado é o bagaço da cana-de-açúcar. Alguns testes mostraram seu potencial
para produzir um material que se decompõe em apenas um mês. Mas, seus custos e
potencialidade de ser implementada em larga escala, no entanto, ainda não foram
contabilizados.
Embalagens sustentáveis de
fibra de coco foram especialmente projetadas para embalar alimentos. Diferente
de alguns tipos de plástico, as embalagens de fibra de coco não são nocivas ao
organismo humano, já que não contém bisfenóis, por exemplo, (também conhecidos
pela sigla BPA, Bisfenol A é um tipo de resina usada na maioria dos plásticos e
em embalagens metálicas. Esse composto orgânico sintético é sólido, incolor e
pouco solúvel em água). São embalagens sustentáveis, já que não demandam alta
tecnologia para serem desenvolvidas. Com matéria-prima nacional, podem voltar
para a fábrica para serem recicladas e permitem ser biodegradadas, se
descartadas no solo.
Embalagem de plástico de
milho e bactérias é um plástico feito por meio da biossíntese de carboidratos
da cana-de-açúcar, do milho, ou de óleos vegetais de soja e palma. Embalagens
biodegradáveis de PLA (poliácido lático), as embalagens sustentáveis feitas a
partir do milho e da biossíntese das bactérias são biocompatíveis (não promovem
reações tóxicas e imunológicas) e biodegradáveis.
Porém, esse tipo de plástico
não pode ser utilizado em embalagens de prateleira, pois podem contaminar
alimentos, a não ser que seja para servir comida na hora. Outra desvantagem
desse tipo de embalagem é que ela é, em média, 40% mais cara do que as
embalagens convencionais.
Já o PLA ou poliácido lático
é um tipo de plástico biodegradável criado para substituir os plásticos
convencionais. Tem como maiores diferenciais, além da biodegradação, a
reciclabilidade, a vantagem de ser compostado e a possibilidade de ser utilizado
para diversas finalidades (embalagens de alimentos, de cosméticos, sacolas e
outros). Porém, cuidado! Não é resistente a altas temperaturas e a fortes
impactos. Vale ressaltar que sua degradação ocorre de seis meses a dois anos e,
depois de ser dissolvido, ele vira ácido lático, substância química não tóxica,
produzida naturalmente por mamíferos.
Cabe destacar que sua
decomposição só ocorre quando ele é descartado corretamente para a compostagem,
pois necessita de condições específicas – bem diferentes das propiciadas em
aterros ou lixões.
Como escolher sua embalagem
sustentável para seu estabelecimento
Sabendo os tipos de embalagem
sustentável, você deve sempre considerar sua adequação ao produto que está
comercializando. Afinal, a relação entre a embalagem e o conteúdo irá
determinar a durabilidade. Por outro lado, também deve ser considerada a
relação com o cliente, já que algumas embalagens precisam ser destinadas de
forma adequada para a compostagem ou para a reciclagem e, portanto, é necessário
educar o consumidor.
Informação interessante é que
se 1 kg de alumínio for reciclado, 1 kg de alumínio será recuperado no
processo, assim, além de manter os alimentos aquecidos e resfriados, ele se
mostra uma boa opção de embalagem sustentável para restaurantes e lanchonetes.
A perda está na parte da
personalização, já que o material não pode passar por processo de customização,
o que impede a marca de utilizar sua identidade visual nas embalagens e de se
comunicar com o cliente através da caixinha de comida. (blog.alelo)
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