sexta-feira, 19 de março de 2021

Degelo na Antártida bate recorde dos últimos 31 anos

Degelo de plataforma na Antártida bate recorde dos últimos 31 anos.

Pesquisadores registraram um volume de água equivalente a 250 mil piscinas olímpicas e alertam para a elevação do nível do mar devido às altas temperaturas.
Recorde de derretimento na George VI foi registrado no mesmo período em que as temperaturas ficaram iguais ou acima de 0ºC.

A plataforma de gelo George VI, a segunda maior do norte da Península Antártica, bateu o recorde de derretimento durante o verão de 2019/2020, afirma uma pesquisa da Universidade do Colorado em Boulder, nos Estados Unidos. Cientistas observaram que houve o derretimento mais extenso e pelo maior número de dias para essa plataforma em 31 verões.

Publicado no jornal The Cryosphere em 25/02/2021, o estudo utilizou satélites que detectam água derretida em cima do gelo e entre a neve próxima à superfície. Observar esses elementos é importante porque, quando o degelo forma poças, acende-se um alerta: as poças secam, o gelo quebra e isso pode refletir nas plataformas.

No caso da George VI, que sustenta o maior volume de gelo terrestre da Antártida, o impacto é ainda mais expressivo. “Se essa plataforma quebrar, o gelo que fica na terra irá para o oceano mais rapidamente, contribuindo para o aumento do nível do mar mais do que qualquer outra da península”, afirma, em nota, Alison Banwell, autora principal do estudo.

Pesquisa revela também o maior volume de degelo já registrado desde 2013. A maior poça da George VI foi identificada em 19/01/2020, quando as imagens de satélite mostraram 23% da área estudada coberta por água, com um volume de 0.62km³, o que corresponde ao tamanho de 250 mil piscinas olímpicas.

Para determinar os fatores que podem ter causado esse derretimento atípico, os pesquisadores analisaram dados do clima local, como temperatura da superfície, umidade relativa e direção e velocidade do vento. A partir dessas informações, percebeu-se que as temperaturas ficaram acima da média por vários dias seguidos, o que provavelmente atingiu as plataformas de gelo.

Os cientistas notaram que houve períodos nos quais as temperaturas permaneceram superiores a 0ºC por mais de 90 horas. “No geral, 33% das temperaturas do ar durante o verão de 2019-2020 estavam iguais ou acima de 0ºC, na comparação com qualquer outro período desde 2007”, afirma Banwell. “Isso limita o congelamento e resulta em mais derretimento”, conclui. (revistagalileu.globo)

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