A presença da La Niña no
Oceano Pacífico Equatorial foi confirmada em 9 de janeiro pela Administração
Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos, com expectativa de
que deverá persistir ao longo do verão. O fenômeno traz impactos diferentes
sobre o setor de energia, sendo positivo para a geração hídrica e negativos
para as fontes de energias eólica e solar em função de ventos menos intensos e
da redução de dias ensolarados.
Ocorrência La Niña em 2025
vai impactar o setor de energia, alerta Climatempo
Fenômeno foi confirmado e,
segundo previsão da Climatempo, deve persistir ao longo do verão.
O La Niña deve ser positivo para a geração hídrica, por conta da boa qualidade do período chuvoso, mas negativo para a geração eólica e solar, em função de ventos menos intensos e da redução de dias de sol, segundo análise da Climatempo, empresa de consultoria meteorológica e previsão do tempo do Brasil e da América Latina.
La Niña em 2025 deve impactar a maioria dentre todo o setor de energia
Em relação à geração
hidrelétrica, a Climatempo relata que houve a recuperação dos reservatórios já
no início do período úmido devido aos altos volumes de precipitação, bem
distribuídos pelas diversas regiões, especialmente na cabeceira da bacia do rio
Paraná, que inclui os rios Grande e Paranaíba. Com o La Niña, este cenário de
chuvas deve permanecer durante todo o verão no Brasil Central.
Segundo a meteorologista
Marcely Sondermann, especialista em clima e mudanças climáticas da Climatempo,
o cenário deve ser próximo ao que se verificou ao longo da primavera de 2024.
Na ocasião, o resfriamento do Oceano Pacífico Equatorial e a consequente
formação da La Niña favoreceram a ocorrência de zonas de convergência de
umidade e aumentaram a frequência de chuvas sobre as principais bacias do
Sistema Interligado Nacional (SIN).
Com isso, houve uma recuperação gradativa dos níveis dos reservatórios, o que contribuiu para reduzir as tarifas de energia. “A expectativa é que o fenômeno tenha agora no verão um efeito semelhante ao da primavera, contribuindo para a geração hídrica”, afirma a especialista.
Efeitos desfavoráveis da La Niña
Inverno e a primavera de
2024-2025 em USA estão sob o impacto potencial do fenômeno climático La Niña,
evento natural amplamente conhecido por suas consequências no clima global.
Fenômeno é caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais no Oceano
Pacífico Equatorial, influenciando diretamente padrões climáticos ao redor do
mundo. Nos Estados Unidos, os efeitos esperados incluem invernos mais rigorosos
em algumas regiões, secas em outras e alterações significativas nos padrões de
precipitação e temperaturas.
Mas nem todas as regiões
serão favorecidas por mais chuvas. No Sul do Brasil, as precipitações já
começaram a se tornar mais irregulares. Segundo Sondermann, a La Niña pode impactar
negativamente a geração hídrica na região, devido à redução esperada na
precipitação, com predominância de dias secos e ensolarados.
No que diz respeito à geração
eólica, a La Niña pode reduzir o potencial de geração no Nordeste, onde estão
os principais parques no país. Isso ocorre porque a velocidade dos ventos é
inversamente correlacionada às chuvas, ou seja, em períodos mais úmidos, a
intensidade dos ventos tende a diminuir, impactando a geração de energia.
Sobre a fonte solar, a La
Niña pode limitar a geração de energia fotovoltaica por conta da maior
frequência de dias nublados e chuvosos previstos enquanto o fenômeno durar. O
cenário acontece especialmente entre o Nordeste e o Sudeste, em estados como
Piauí e Minas Gerais, onde estão localizados os principais parques solares do
país.
No Brasil Central, onde estão os principais reservatórios de energia do país, o cenário foi de chuvas abaixo da média e intensas ondas de calor, que elevaram o consumo de energia. Essa combinação levou à queda nos níveis dos reservatórios e à necessidade de acionar termelétricas, elevando os custos e impactando diretamente o preço da energia.
El Niño marcou os dois últimos anos
Entre os anos de 2023 e 2024,
o clima foi impactado por um El Niño forte, que acarretou eventos extremos,
intensificados pelos efeitos do aquecimento global. Houve alterações
significativa do regime de chuvas e das temperaturas no Brasil.
“No Sul, por exemplo,
ocorreram chuvas extremas e frequentes, que resultaram em inúmeros prejuízos
sociais, econômicos e ambientais. Por outro lado, a região Norte enfrentou duas
secas severas históricas e consecutivas nesse período, que impactaram
diretamente a geração e a transmissão de energia”, afirma Marcely Sondermann.
Ela lembra que, por conta seca histórica do rio Madeira, ocorreu o desligamento de uma das maiores linhas de transmissão de energia elétrica do Brasil, que conecta as regiões Norte e Sudeste.
Prolongamento do La da Niña acende alerta para agricultura e geração de energia. (novacana)
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