terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Brasil terá a primeira planta-piloto para reciclagem de baterias

Com investimento de R$ 12,3 milhões, país terá a primeira planta-piloto para reciclagem de baterias.

Como parte deste movimento, a Companhia anuncia a sua primeira planta-piloto de reciclagem de baterias. O projeto, que vem sendo desenvolvido em parceria com USP e Embrapii desde 2021, já recebeu R$ 12,3 milhões em investimentos, dos quais quase R$ 7 milhões foram aportados pela Tupy.

O projeto foi anunciado pela Tupy em parceria com a USP e a Embrapii e será o primeiro a utilizar a tecnologia de hidrometalurgia flexível, capaz de processar, no mesmo lote, diferentes químicas de baterias existentes. A planta será instalada no IPT com apoio da Finep.
A Tupy, multinacional brasileira com foco em metalurgia, anunciou o projeto da sua primeira planta-piloto de reciclagem de baterias com R$ 12,3 milhões em investimentos. A unidade vem sendo desenvolvida em parceria com Universidade de São Paulo (USP) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). A planta será instalada no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São Paulo, e será a primeira a utilizar uma tecnologia de hidrometalurgia flexível, capaz de processar, no mesmo lote, as diferentes composições químicas das baterias existentes no mercado.

De acordo com estimativa da consultoria McKinsey & Company, o volume mundial de baterias para reciclagem deverá chegar a 1,85 milhão de toneladas até 2030, havendo, a partir desse ano, um déficit de 10% a 20% entre a demanda por lítio e a capacidade produtiva desse mineral, o que projeta a reciclagem como fonte secundária estratégica.

Tupy anuncia primeira planta-piloto de reciclagem de baterias

Projeto está em desenvolvimento desde 2021 em parceria com a USP e Embrapii

Esta previsão refere-se, basicamente, a baterias de veículos eletrificados. O processo desenvolvido em colaboração com USP e Embrapii ainda proporciona reciclagem de baterias de eletrônicos como notebooks, celulares e tablets, e os bancos de baterias, fundamentais para otimizar geração de energia renovável das fontes intermitentes como solar e eólica.

“A planta-piloto que funcionará no IPT será a primeira a utilizar tecnologia de hidrometalurgia flexível, capaz de processar, no mesmo lote, diferentes químicas de baterias existentes no mercado. Isso deve conferir aumento de produtividade de processamento. A hidrometalurgia é um processo químico que utiliza menos energia do que os meios convencionais de recuperação e possibilita maior reaproveitamento de materiais incluindo o lítio, que não é restaurado na pirometalurgia convencional”, conta o diretor de P&D Disruptivo da Tupy, André Ferrarese.

Segundo a coordenadora de Programas, Inovação e IPT Open, Mari Katayama, “a planta-piloto será fundamental para consolidar uma tecnologia que terá impactos relevantes na economia e no meio ambiente, passando a tecnologia do nível TRL 5 para o TRL 7, usando o conhecimento e experiência do IPT e a adequação de infraestrutura com instalação de máquinas e equipamentos necessários ao processo, pela Tupy”.

Unidade de Joinville (SC) da fundição Tupy

Tupy anuncia planta-piloto de reciclagem de baterias com investimentos de R$ 12,3 milhões

A Tupy anunciou ao mercado o projeto da sua primeira planta-piloto de reciclagem de baterias. Unidade vem sendo desenvolvida em parceria com Universidade de São Paulo (USP), Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII). (pv-magazine-brasil)

domingo, 29 de dezembro de 2024

Impactos das mudanças climáticas na energia solar e no sistema elétrico brasileiro

Estudo revela impactos das mudanças climáticas na energia solar e no sistema elétrico brasileiro.

Pesquisa inédita da Unifesp publicada na revista Nature Scientific Reports, projeta que, nas próximas décadas, a disponibilidade de energia solar no país deve aumentar entre 2% e 8% na maior parte do território nacional.
Nas próximas décadas, a maior parte do território brasileiro terá um aumento na disponibilidade de energia solar entre 2% e 8%, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, aponta o estudo. No entanto, as previsões para a região Sul indicam uma redução de cerca de 3%, devido ao crescimento econômico acelerado e ao aumento das emissões de gases de efeito estufa (GEE).

A pesquisa foi liderada pelo Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (IMar/Unifesp) – Campus Baixada Santista, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e apresenta uma análise inédita sobre os impactos das mudanças climáticas na geração de energia solar no Brasil. Publicado na revista Nature Scientific Reports, o estudo revela como a incidência solar pode variar nas próximas décadas e quais os reflexos para a transição energética e o sistema elétrico nacional.

Um dos destaques da pesquisa é o aumento da energia solar nos meses mais secos do ano, o que pode reduzir a vulnerabilidade do sistema elétrico brasileiro, dependente das hidrelétricas, que frequentemente sofrem com baixos volumes de água nos reservatórios durante períodos de seca prolongada.

“Nosso estudo aponta que a energia solar pode ser uma aliada na manutenção do sistema elétrico, especialmente em áreas remotas da Amazônia, onde a rede de transmissão não chega e as comunidades dependem de geradores a combustível fóssil”, destaca o docente do IMar/Unifesp, Fernando Martins.

As regiões Centro-Oeste e Sudeste devem apresentar um aumento significativo na produtividade de geração solar. Minas Gerais, por exemplo, pode registrar um crescimento de até 5% na incidência solar durante a primavera. Ao mesmo tempo, no Rio Grande do Sul e na costa equatorial do Nordeste, as projeções apontam para uma redução de até 4% na média anual de energia solar.

Essas variações regionais são consistentes com outros estudos sobre mudanças climáticas, como o aumento da precipitação no Sul e a redução no Norte. Isso afeta diretamente a produtividade solar e a resiliência do sistema elétrico”, explica Rodrigo Costa, do Inpe.

O estudo também sugere que o Brasil deve considerar a geração híbrida – combinando energia solar e eólica – em regiões com queda na produtividade solar, como o litoral nordestino e o Sul do país.

A energia solar já responde por 97% da capacidade instalada de Micro e Mini Geração Distribuída (MMGD) no Brasil, com sistemas instalados principalmente em áreas urbanas e locais fora do Sistema Interligado Nacional (SIN). Com o aumento da produtividade solar em grande parte do país, a energia solar pode desempenhar um papel estratégico na transição energética, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e aumentando a resiliência do sistema elétrico.

O estudo alerta que o impacto econômico das variações na incidência solar precisa ser avaliado cuidadosamente. “A incidência solar afeta setores como a agricultura e a saúde pública, mas sua relação com a economia é complexa e depende de fatores regionais específicos, como os custos de eletricidade e as culturas agrícolas locais”, explica Martins.

A pesquisa é parte do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-Mudanças Climáticas) e contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A publicação na Nature reforça a relevância internacional da pesquisa brasileira e o papel da Unifesp na produção de conhecimento científico de impacto global.

Os resultados fornecem subsídios importantes para a formulação de políticas públicas que promovam o uso sustentável da energia solar e aumentem a resiliência do sistema elétrico brasileiro às mudanças climáticas. “À medida que enfrentamos eventos climáticos extremos e buscamos limitar o aumento da temperatura global, o aproveitamento eficiente da energia solar será essencial para garantir a sustentabilidade e segurança do nosso sistema energético”, conclui o docente.

Dia ensolarado é excelente para gerar energia solar. (pv-magazine-brasil)

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Combustível do Futuro pode gerar redução de 705 milhões de toneladas de CO2

Combustível do Futuro: redução de 705 milhões de toneladas de CO2 até 2037. Em 2024, o programa Combustível do Futuro, criado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), alcançou resultados expressivos que reforçam a posição do Brasil como protagonista global na transição energética.
Em 2024, o programa Combustível do Futuro, criado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), alcançou resultados expressivos que reforçam a posição do Brasil como protagonista global na transição energética. Ao longo do ano, foram firmadas parcerias internacionais e realizados investimentos inéditos, promovendo o desenvolvimento de indústrias verdes e a descarbonização dos transportes.

O ano teve início com o avanço do projeto na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Em março, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, comemorou a aprovação do projeto na Câmara. No segundo semestre, o programa ganhou ainda mais robustez. Em setembro, após ajustes no Senado, a aprovação final do projeto no Congresso marcou um divisor de águas, permitindo a sanção presidencial de uma lei que cria indústrias de biocombustíveis, como o combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) e o diesel verde.

A sanção da Lei do Combustível do Futuro (14.993/2024) em 08/11/24 representou um marco histórico para o país, concretizando o maior programa de descarbonização da matriz de transportes do planeta. Em ato solene que reuniu autoridades dos três poderes e mais de duas mil pessoas na Base Aérea de Brasília, o CNPE reafirmou o compromisso em liderar a transição energética global CNPE responsabilidade ambiental e inovação tecnológica, colocando o país na vanguarda das soluções sustentáveis para a descarbonização dos setores de transportes e mobilidade. A assinatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi realizada durante a feira Liderança Verde CNPE Expo, CNPE demonstração das principais tecnologias de descarbonização em atividade no país.

Paralelamente, a produção de biocombustíveis atingiu recordes históricos no CNPE, impulsionada por políticas públicas que fomentaram a inovação e o crescimento sustentável, como a elevação do percentual de mistura obrigatória do biodiesel ao diesel, aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Juntos, etanol e biodiesel somaram quase 45 bilhões de litros produzidos em 2023, segundo Balanço Energético Nacional 2024, divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Investimentos e cooperação internacional

Durante o evento de sanção, diversas empresas anunciaram investimentos que serão possíveis em razão da nova lei. Entre biorrefinaria, plantas de etanol e centros de pesquisa, foram anunciados cerca de R$ 20 bilhões em investimentos para os próximos anos. Ao total, o Combustível do Futuro deve destravar investimentos de R$ 260 bilhões em diversas áreas e ações, que vão evitar a emissão de 705 milhões de toneladas de CO2 até 2037.

Dentro do contexto internacional, a Aliança Global para Biocombustíveis (GBA, na sigla em inglês) avançou nas discussões para colaboração na produção de combustíveis sustentáveis. Em setembro, após visita oficial do Ministro de Petróleo e Gás Natural da Índia, Hardeep S Puri, Brasil e Índia - co-fundadores da GBA - publicaram declaração conjunta para estimular a cooperação no setor de energia e mineração. Em novembro, o grupo se reuniu para debater sobre a governança e destacou os avanços recentes na COP 29.

Um dos destaques do ano foi a criação de um fundo de R$ 6 bilhões para combustíveis sustentáveis de aviação e navegação, anunciado por Alexandre Silveira em outubro. No mesmo mês, Brasil e Chile firmaram uma parceria para promover o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis, consolidando a liderança regional em soluções verdes para o transporte.

Outro marco importante foi a adesão do Brasil a uma iniciativa global de captura de carbono, anunciada durante as reuniões do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20, reforçando o compromisso do país com a mitigação das mudanças climáticas e a preservação ambiental.

Workshops

Para dar sequência à implementação do programa, o MME realizou uma série de workshops, reunindo especialistas e representantes do setor produtivo para discutir os próximos passos na definição do arcabouço regulatório do Combustível do Futuro. Os eventos foram abertos ao público e tiveram transmissão ao vivo pelo YouTube, garantindo ampla participação social e transparência.

Os encontros discutiram a regulamentação com foco em garantir segurança jurídica, competitividade e inovação para os próximos anos. Entre os temas abordados, destacaram-se o aumento do percentual de mistura do etanol à gasolina (E35) e do biodiesel ao diesel (B25), o SAF, o diesel verde e o biometano. (biodieselbr)

Engie reduz 20% nas emissões com descarbonização de fornecedores

Engie prevê reduzir 20% nas emissões com descarbonização de fornecedores.

Programa da companhia obteve reconhecimento do Pacto Global da ONU em prol do Clima e do Meio Ambiente.

A estimativa é que haja a redução superior a 100 mil tCO2e, o que corresponde a mais de 20% das emissões totais da Engie, que em 2024 contou com a participação de 39 fornecedores mapeados e que passaram pelo Diagnóstico de Maturidade.

Compromisso com a descarbonização

O choque mundial causado pela pandemia de Covid-19 reforçou o alerta para outro grande desafio global: as mudanças do clima.

De empresários influentes, como Bill Gates, a líderes de nações desenvolvidas – a exemplo da chanceler alemã, Angela Merkel, e do novo presidente americano, Joe Biden –, cresce o número de pessoas e organizações que veem alto risco na elevação da temperatura do Planeta, com potencial para causar impactos econômicos, sociais e ambientais em escala tão ou mais severa quanto os vivenciados em decorrência da crise sanitária.

Essa perspectiva confirma a urgência da descarbonização, uma vez que as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), especialmente do dióxido de carbono (CO2), são apontadas como a principal causa das alterações climáticas registradas nas últimas décadas. A preocupação se reflete no Acordo de Paris e na Agenda 2030, propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015. Enquanto o Acordo levou países a se comprometerem em manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2°C, a Agenda manifesta, no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 13, a necessidade de “tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos”.

Superar esse desafio passa, obrigatoriamente, por acelerar a transição energética rumo a uma sociedade neutra em carbono, uma meta global assumida como propósito pela ENGIE em 2020.

“Na ENGIE, o esforço pela transição energética está presente tanto na estratégia de negócios quanto em nossos Objetivos Não Financeiros, que preveem, entre outros aspectos, a ampliação da oferta de energia renovável e a redução progressiva das emissões de CO2 em todas as atividades” - Maurício Bähr, CEO da ENGIE Brasil.

Entre os principais caminhos para acelerar a transição está o aumento de fontes renováveis de energia, que suportem o desenvolvimento econômico de forma sustentável. Isso porque a energia gerada por usinas hidrelétricas, eólicas, fotovoltaicas ou a biomassa, por exemplo, contribui para evitar a emissão de CO2, reduzindo o impacto sobre o clima. “A atuação da ENGIE no Brasil, onde 90% de nosso parque gerador tem matriz renovável, contribui para essa transformação fundamental à prosperidade no longo prazo”, explica Bähr.

Comprometida com esse movimento, a ENGIE vem priorizando investimentos na geração de energia a partir de fontes renováveis no país. Neste ano, por exemplo, acaba de inaugurar o Conjunto Eólico Campo Largo 2, na Bahia, e dará início à implantação do Conjunto Eólico Santo Agostinho, no Rio Grande do Norte – que agregará 434 MW à capacidade instalada da empresa.

A expansão em fontes renováveis faz com que o Brasil se destaque, em âmbito global, no alcance de dois Objetivos Não Financeiros do Grupo ENGIE relacionados à transição energética. O primeiro prevê reduzir pela metade, entre 2019 e 20 30, o total de emissões de GEE provenientes da geração de energia elétrica. O segundo busca elevar para 58% a participação de fontes renováveis no mix de capacidade de produção de energia – ante os 28% registrados pelo Grupo em 2019.

A transformação inclui a mudança no perfil dos próprios ativos da ENGIE, no sentido de eliminar, até 2025, a geração a carvão em seu parque gerador. Atualmente, no Brasil, a empresa opera dois empreendimentos dessa natureza: a Usina Termelétrica Pampa Sul, no Rio Grande do Sul, e o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, em Santa Catarina, ambos colocados à venda.

Nos 2 casos, o processo de negociação dos ativos envolve aspectos socioambientais, para além dos comerciais, refletindo o compromisso da ENGIE em mitigar eventuais impactos no entorno dos empreendimentos. A venda das termelétricas permitirá à empresa redirecionar os investimentos à geração de energia renovável, contribuindo para ampliar a participação dessas fontes na matriz energética brasileira.

Engajamento externo

O controle rigoroso das próprias emissões integra o sistema de gestão ambiental da ENGIE, permitindo identificar a pegada de carbono das atividades da empresa e desenvolver soluções para reduzi-la. “Todo esse esforço é relevante e faz diferença. Porém, para que a transição energética ganhe escala, na velocidade demandada, é preciso que outras organizações se engajem. Por isso o apoio à descarbonização de outras empresas, clientes e fornecedores, representa uma parte importante de nossa estratégia”, explica Bähr.

As soluções oferecidas aos clientes da ENGIE vão desde a implantação e operação de sistemas de geração distribuída até créditos de carbono e certificados de energia renovável (veja box)

A empresa também integra uma série de iniciativas relacionadas ao tema, tais como Science Based Targets (SBT).

Soluções para descarbonizar

Apoio da ENGIE à descarbonização de outras empresas inclui a oferta de soluções para compensar emissões identificadas nos Inventários Emissões de GEE, em conformidade com o GHG Protocol — ferramenta dedicada a entender, quantificar e gerenciar tais emissões.

Essas soluções permitem compensar emissões nos três escopos de emissões contemplados nos Inventários: diretas (Escopo 1); indiretas provenientes da aquisição de energia elétrica (Escopo 2); e indiretas relativas a fontes sobre as quais a empresa não tem controle (Escopo 3) Confira a seguir as características e benefícios das principais soluções:

Equivale a um atestado de que o consumo de energia elétrica é feito a partir de fontes renováveis, sem emissões de GEE. Esses certificados, reconhecidos internacionalmente, podem ser utilizados para compensar emissões de Escopo 2 (compra de energia elétrica), sem uma redução efetiva de emissões.

Permitem aos consumidores livres, principalmente grandes entidades industriais ou comerciais, firmar um acordo com a ENGIE para garantir que a energia consumida em suas operações está sendo gerada por uma fonte renovável, livre de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Com isso, a empresa consumidora pode zerar as emissões de Escopo 2 em seu Inventário de Emissões.

Permitem reduzir, efetivamente, tanto as emissões diretas quanto as indiretas de GEE. Assim, os CERs podem ser utilizadas para compensar as emissões dos Escopos 1, 2 e 3, inclusive para anos anteriores ao do ano vigente do inventário de GEE. (alemdaenergia)

quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Aumentam os impactos econômicos dos extremos climáticos

Os impactos econômicos dos extremos climáticos aumentam:

Cadeias globais de suprimentos

Os eventos climáticos extremos afetam a produção e o consumo globais, impactando bens e serviços em todo o mundo.

Pessoas mais pobres

Os estudos apontam que as pessoas mais pobres do mundo enfrentam os maiores riscos econômicos decorrentes das mudanças climáticas.

Economias em transição

Economias como o Brasil e a China são altamente vulneráveis a impactos severos e efeitos negativos no comércio.

Agricultura

A agricultura é um dos setores mais afetados pelas mudanças climáticas, com alterações nos padrões de chuva e de temperatura.

Infraestrutura

As mudanças climáticas podem destruir infraestruturas.

Preços dos alimentos

As mudanças climáticas impactam diretamente os preços dos alimentos, devido ao aumento nos custos de produção e às oscilações na oferta.

PIB global

Um relatório do National Bureau of Economic Research (NBER) indica que, para cada 1ºC de aumento na temperatura da Terra, o PIB global despencará em 12%.

Capacidade de trabalho

As ondas de calor reduzem a capacidade de trabalho e a produtividade.

Estudo mostra como eventos climáticos extremos, agravados pelo aquecimento global, aumentam riscos econômicos globais, afetando produção e comércio.

Aumenta o risco econômico causado por extremos climáticos nas cadeias globais de suprimentos

Em um novo estudo, do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático (PIK), pesquisadores analisaram como eventos climáticos erráticos, intensificados pelo aquecimento global, afetam a produção e o consumo globais em diferentes grupos de renda.

Os resultados confirmam estudos anteriores que apontam que as pessoas mais pobres do mundo enfrentam os maiores riscos econômicos decorrentes das mudanças climáticas. Surpreendentemente, o risco para os mais ricos está crescendo mais rapidamente.

Economias em transição, como Brasil e China, também são altamente vulneráveis a impactos severos e efeitos negativos no comércio.

Em diversos países, essas economias enfrentam os maiores riscos devido à instabilidade climática e aos efeitos comerciais adversos.

À medida que o planeta continua a aquecer, espera-se que esses riscos se agravem na maioria dos países, com efeitos em cascata ao longo das cadeias globais de suprimentos, afetando bens e serviços em todo o mundo.

Efeitos socioeconômicos das mudanças climáticas

A variabilidade de temperatura e precipitação, assim como os extremos climáticos, impactam a produção globalmente. Essas interrupções na produção devem se intensificar com o aquecimento futuro, afetando consumidores localmente e remotamente por meio das cadeias de suprimentos.

Devido a uma possível resposta econômica não linear, os impactos comerciais são difíceis de quantificar; avaliações empíricas concentram-se mais nos impactos diretos na desigualdade causados pelos extremos climáticos.

Simulando interações econômicas globais entre empresas que buscam maximizar lucros e consumidores que otimizam sua utilidade, os pesquisadores avaliaram os riscos ao consumo decorrentes das interrupções na produção causadas por eventos climáticos ao longo das cadeias de suprimentos.

Em vários países, os riscos são mais altos para os países de renda média devido à dependência comercial desfavorável e à exposição climática sazonal. O estudo também revela que os riscos aumentam na maioria dos países sob o cenário de mudanças climáticas futuras.

O aquecimento global eleva os riscos aos consumidores tanto localmente quanto por meio das cadeias de suprimentos. No entanto, os consumidores de alta renda enfrentam o maior aumento de risco.

No geral, os riscos são heterogêneos em relação à renda, tanto dentro quanto entre os países, sugerindo que a construção de resiliência local e global pode ajudar a reduzi-los.

Desigualdade de impactos entre os níveis de renda. (ecodebate)

Zerar emissões até 2050 precisa de US$ 2 tri ao ano

Zerar emissões até 2050 precisa de US$ 2 tri ao ano, calcula Thymos.

Estudo foi realizado com base na missão da Abraceel na Sessão Cigré deste ano e resultados serão apresentados no Encontro Anual do Mercado Livre de 2024.
Para zerar as emissões de Gases de Efeito Estufa até 2050, o setor elétrico mundial deve atingir investimentos anuais de US$ 2,2 trilhões, gradativamente. O montante é necessário para a modernização e digitalização dos sistemas elétricos para que se adaptem às novas tecnologias e formas de consumir energia.

Descarbonização do setor elétrico global exigirá até US$ 2,2 tri por ano, aponta Thymos.

Análise aponta que países terão que ampliar a oferta de geração de energia para suportar crescimento do consumo.

White Paper traz principais discussões realizadas na Missão Abraceel Paris 2024

A análise integra o estudo elaborado pela Thymos Energia, consultoria de negócios do especializada no setor de energia, em parceria com a Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia) sobre o CIGRE Paris Session 2024, um dos maiores encontros globais do setor elétrico.

A análise aponta que, além de uma transição energética para fontes renováveis, os países terão que ampliar a oferta de geração de energia para suportar o crescimento previsto do consumo.

É estimado que a demanda global por eletricidade, impulsionada pela expansão populacional e pela eletrificação de processos industriais e de transporte, cresça mais de 150% até 2050, tornando necessários investimentos robustos em infraestrutura.

“As mudanças climáticas já são uma realidade. Últimos 10 anos foram os mais quentes já registrados e, entre janeiro e setembro deste ano, a elevação da temperatura média mundial foi de 1,54°C”, destaca Jovanio Santos, diretor de Novos Negócios da Thymos Energia.

“Isso significa que a meta central do Acordo de Paris pode estar em xeque se não forem adotadas medidas urgentes. Entendemos que o setor elétrico pode ter uma contribuição importante nesse aspecto”, acrescenta.

O estudo ainda aponta que dados do World Energy Outlook mostram que as emissões globais de CO2 do setor de energia, atualmente em 15 gigatoneladas, devem cair 45% até 2030 no cenário de emissões líquidas zero, sendo zeradas globalmente até 2045.

Com isso, a Thymos ressalta que um caminho para se atingir a meta global é a descarbonização da matriz elétrica, com o uso de fontes renováveis. Para isso, até 2050, será preciso dobrar a extensão das redes de transmissão e distribuição no mundo, com mais de 80 milhões de quilômetros com a substituição ou implementação de nova infraestrutura.

Segundo a Thymos, 3 TW de capacidade estão em processo de conexão de fontes renováveis, incluindo solar, eólica, hidrelétrica e bioenergia, em países como Estados Unidos, Espanha, Brasil, Itália, Japão, Reino Unido, Alemanha, Austrália, México, Chile, Índia e Colômbia.

Desse total, cerca de 1,5 TW são de projetos solares e eólicos em fases avançadas, com 500 GW já com documentos assinados ou próximos da assinatura, indicando alta probabilidade de conexão à rede nos próximos cinco anos.

Esses projetos representam 40% da capacidade renovável instalada nesses países. Adicionalmente, outros 1 TW de projetos estão em análise para verificar a viabilidade de conexão e possíveis melhorias na infraestrutura da rede elétrica.
A análise pontua que grandes projetos de geração de energia, especialmente eólicos e solares fotovoltaicos, frequentemente enfrentam desafios relacionados à distância dos centros de carga, exigindo complexas redes de transmissão para escoar a energia.

Ainda de acordo com a Thymos, a construção dessas redes envolve múltiplos agentes e pode levar mais de uma década, superando em muito o tempo de implantação dos ativos de geração.

Em economias avançadas, uma única linha aérea de extra alta tensão (acima de 220 kV) pode levar de 5 a 13 anos para ser autorizada e construída, dependendo de fatores como o comprimento da linha.

O estudo da consultoria demonstra ainda que os mercados de energia também deverão aumentar a flexibilidade dos seus sistemas para atender oscilações no consumo de energia no curto e médio prazo, além de lidar com a característica intermitente de algumas fontes renováveis.

Outra tecnologia emergente que pode contribuir para a estabilidade do fornecimento de energia são os sistemas de armazenamento.

Investimentos públicos e privados para a descarbonização

O levantamento da Thymos mostra também que há outras tecnologias em estudo no mundo, como hidrogênio de baixo carbono e veículos elétricos, que podem dar suporte a uma matriz energética mais sustentável.

Porém, a consultoria ponia que os avanços demandarão esforços públicos e privados para que possam ser integradas, de fato, aos mercados de eletricidade e trazer benefícios à matriz global.

“É importante que os países definam estratégias de uso para as tecnologias, considerando as particularidades de cada setor da economia e definam políticas e regulamentações pertinentes. O resultado será a promoção de um ambiente de negócios saudável, com o desenvolvimento de novos produtos para atender as necessidades do consumidor de energia”, analisa Jovanio.

Ele reforça ainda que a colaboração internacional é essencial para compartilhar experiências e criar soluções adaptadas às especificidades de cada nação.

O mundo pretende zerar as emissões de carbono até 2050. Mas não é o suficiente.

Liberação do mercado de eletricidade

O levantamento destaca diferentes experiências de abertura de mercado, incluindo modelos já totalmente liberalizados, como os da Austrália e Noruega, e outros em processo de aprimoramento, como os de Israel, Rússia e Brasil.

“As mudanças climáticas têm impactado no cotidiano, e o consumidor tem se tornado cada vez mais consciente sobre o uso da energia elétrica. A abertura do mercado é um aspecto indissociável da descarbonização da matriz na transição energética”, afirma Jovanio.

Segundo o executivo, permitir que o consumidor escolha seu fornecedor e soluções energéticas de acordo com suas necessidades impulsiona a competitividade e a inovação no setor, ao mesmo tempo em que acelera a adoção de fontes de energia limpa e a incorporação de tecnologias sustentáveis, pilares fundamentais do movimento de descarbonização.

O White Paper da Missão Abraceel Paris 2024 foi elaborado com curadoria da Thymos Energia e sintetiza os debates acompanhados pelo grupo durante o evento Paris Session, que reuniu mais de 9 mil participantes de mais de 100 países.

Realizado pelo CIGRE, o evento destacou as mudanças climáticas, a segurança energética e a integração de fontes renováveis como temas centrais para a transição energética. (canalsolar)

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Degelo na Groenlândia retarda circulação atlântica

Degelo da Groenlândia vai retardar a circulação atlântica.

Estudos apontam que o fluxo de água doce da Groenlândia pode afetar ecossistemas marinhos e milhões de pessoas. O acelerado derretimento das geleiras da Groenlândia tem potencial para abalar profundamente a circulação oceânica do Atlântico, conforme apontam recentes projeções climáticas.
A mudança climática está afetando a AMOC, o que pode levar a mudanças imprevisíveis nos padrões climáticos

Uma equipe de cientistas do clima, na Alemanha e na China, encontrou evidências, usando um modelo climático, que nos próximos anos, os insumos de água doce para a Bacia do Mar de Irminger terão o maior impacto na Circulação Meridional do Atlântico (AMOC).

A AMOC é a principal corrente oceânica no Oceano Atlântico.

É composto por fluxos para o norte de água quente e salgada nas camadas superiores do Oceano Atlântico e fluxos de retorno para o sul de águas frias, mais densas e profundas, e inclui a Corrente do Golfo. Pesquisas anteriores mostraram que desempenha um papel importante no sistema climático global, especialmente para o clima na Europa.

A pesquisa também mostrou que a mudança climática está afetando a AMOC, o que pode levar a mudanças imprevisíveis nos padrões climáticos.

Esses efeitos são pensados para ser devido a mudanças nas entradas de água doce para o AMOC, seja devido a mudanças na precipitação ou derretimento de neve. A água doce reduz a densidade da água superficial, impedindo que ela afunde em uma camada de água mais baixa, reduzindo o fluxo de retorno do sul.

Neste novo estudo, a equipe de pesquisa se perguntou qual fonte de entradas de água doce está tendo o maior impacto sobre a AMOC. Para descobrir, eles adicionaram características da região ao Modelo Climático do Instituto Alfred Wegener, olhando para cada uma das principais fontes de fluxo de água doce para a AMOC.

Eles descobriram que as entradas de água doce na Bacia do Mar de Irminger devido aos derretimentos de neve da Groenlândia estão tendo o maior impacto de todos os insumos de água doce conhecidos.

Isso, eles observam, é por causa da posição única da Bacia do Mar de Irminger – está localizado no ponto na AMOC, onde faz sua reviravolta – mudando de curso de norte a sul. Por causa disso, a água doce fria derramando diretamente na corrente permanece perto da superfície, diminuindo a corrente.

Tal desaceleração não é superada quando a AMOC se vira novamente nos trópicos, resultando em água mais quente lenta em direção ao norte. O resultado é uma desaceleração de todo a AMOC, o que reduz sua força, cujo impacto ainda é incerto.

Homogeneidade e heterogeneidade da resposta à temperatura superficial.

A resposta sazonal das anomalias da temperatura do ar superficial foi em média entre os quatro experimentos de susto de água: (A) DJF, (B) primavera (MAM), (C) JJA e (D) outono (SON). As anomalias para cada experimento de sucata de água são calculadas como a diferença entre as temperaturas do ar de superfície durante o período de declínio mais forte do AMOC e o experimento de controle. As regiões de sombreamento escavação (ausência de sombreamento) indicam heterogeneidade (e homogeneidade) de mudanças de temperatura, significando respostas diferentes (semelhantes) de aquecimento ou resfriamento entre os experimentos de susto de água. Textos anotados representam as siglas de cada região de referência do IPCC AR6 (detalhes disponíveis no texto S3 e fig. S5). (em inglês). As regiões descritas em azul denotam aqueles com mudanças de temperatura sazonais heterogêneas em todos os experimentos de sucata d’água. Os textos vermelhos e azuis indicam o número de regiões subcontinentais que apresentam mudanças homogêneas (HOMO) e heterogêneas (HETE), respectivamente, enquanto os números entre parênteses mostram a contagem das regiões terrestres afetadas e das bacias oceânicas. (ecodebate)

Lula assume meta de reduzir as emissões de 59 a 67% até 2035

Compromisso foi assumido durante discurso do presidente na 3ª Sessão da Reunião de Líderes do G20.
O atual Presidente da República do Brasil Luís Inácio Lula da Silva, realizou o discurso de abertura do segundo e último dia, da reunião dos Líderes do G20, que aconteceu em 19/11/24, no Rio de Janeiro/RJ, falando sobre as Três Convenções da ONU sobre Mudanças Climáticas, Biodiversidade e Desertificação.

Durante a reunião Presidente assumiu a meta ambiciosa e audaciosa para 2035 de reduzir as emissões de 59% a 67% comparado a 2005.

Lula pede metas climáticas mais ambiciosas e que países ricos assumam responsabilidade

"Mesmo que não caminhemos na mesma velocidade, todos podemos dar um passo a mais", reforçou durante encontro do G20.

Brasil apresenta nova meta de reduzir emissões em 67% até 2035

Vista aérea mostra área de desmatamento na fronteira entre a Amazônia e o Cerrado, em Nova Xavantina, no Mato Grosso.

O governo brasileiro anunciou em 08/11/24 a nova meta climática do país que será entregue na COP29 (Conferência das Nações Unidas sobre o Clima), que começou em 11/11/24, em Baku, no Azerbaijão. O país assume o compromisso em reduzir suas emissões líquidas de gases de efeito estufa de 59% a 67% em 2035, na comparação aos níveis de 2005.

Isso equivale, segundo o governo, a uma redução de emissões para alcançar os limites de 1.050 e 850 megatoneladas de gás carbônico equivalente em 2035. A meta do país para limitar gases do efeito estufa é chamada de NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada).

Dados divulgados pelo Seeg (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa) do Observatório do Clima, rede de organizações ambientais voltadas ao combate da mudança climática, mostraram que o Brasil emitiu 2,3 bilhões de toneladas brutas de gases de efeito estufa em 2023 (o número representa queda de 12% em relação ao ano anterior), mas o país se mantém em um patamar elevado. É o quinto maior emissor de gases estufa do mundo.

A principal frente do Brasil para tentar cumprir suas metas de redução de emissões é o combate ao desmatamento. Na Amazônia, apesar das quedas recentes, a seca histórica na região e outros fatores têm colocado a floresta em risco.

De janeiro a novembro deste ano, por exemplo, foram registrados 123.361 focos de incêndio no bioma, segundo dados do Inpe. O número representa um aumento de cerca de 48% no número de queimadas em comparação com o mesmo período de 2023 (83.356).

Ao Estadão, o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, afirmou que, ainda que a NDC do Brasil esteja à altura do desafio, é preciso um esforço conjunto. "Nossa nova meta para 2035 é bem mais ambiciosa do que a meta de 2030 e nos coloca no rumo da neutralidade em 2050", disse. De acordo com Capobianco, o governo prepara planos setoriais de mitigação para todas as áreas da economia.

Especialistas, no entanto, acharam que a nova meta climática ficou abaixo do necessário. "O número é muito fraco. Acho que nem o governo se orgulha deste número. Não condiz com a propaganda do governo de querer ser um líder da agenda climática. Para ser um líder, você precisa ter ambição e ousadia, e esse número não é ousado e muito menos ambicioso", disse Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.

Bruno Toledo Hisamoto, especialista em política climática internacional do Climainfo, também vê a NDC aquém do necessário. "Não é uma proposta positiva. Ela até representa um aumento de ambição em relação à NDC atual, mas está longe de estar alinhada à meta de 1,5ºC de aquecimento, que aliás batiza uma das iniciativas políticas da presidência brasileira para a COP-30. Se esse é o norte do Brasil, esse Norte não vai nos deixar mais próximo do 1,5ºC", disse. (uol)

sábado, 21 de dezembro de 2024

Emergentes contribuem com metade da redução de CO2 no transporte global

Emergentes podem contribuir com quase metade da meta de redução de CO2 no transporte global.

“É possível que esses países emergentes reduzam a pegada de carbono de seus setores de transporte em até 84% ao substituir o uso de combustíveis fósseis por renováveis, como o etanol e o biodiesel, usando muito pouca terra”, disse Glaucia Mendes Souza, coordenadora do BIOEN e autora-líder do estudo.
O uso de biocombustíveis no transporte no Brasil e em mais outros dez países emergentes – incluindo China, Índia e África do Sul – pode evitar a emissão de 300 a 400 milhões de toneladas de CO2 até 2030. Dessa forma, esse bloco de países conseguiria contribuir com quase a metade da meta estipulada pela Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) de diminuir as emissões de 800 milhões de toneladas desse gás de efeito estufa pelo setor de transporte globalmente nos próximos seis anos.

As conclusões são de um relatório sobre o potencial dos biocombustíveis na redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) produzido pela força-tarefa sobre bioenergia da IEA, liderada por pesquisadores vinculados ao Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN).

Estudo lançado durante a Brazilian Bioenergy Science and Technology Conference (BBEST)/2024, ocorrido entre 22 e 24/10/24, em São Paulo.

“É possível que esses países emergentes reduzam a pegada de carbono de seus setores de transporte em até 84% ao substituir o uso de combustíveis fósseis por renováveis, como o etanol e o biodiesel, usando muito pouca terra”, disse Glaucia Mendes Souza, coordenadora do BIOEN e autora-líder do estudo.

Os pesquisadores já tinham publicado em 2023 um relatório em que discutiram o potencial dos biocombustíveis em mercados emergentes da América Latina, incluindo Brasil, Argentina, Colômbia e Guatemala. Os quatro países, sob a liderança do Brasil, têm participação de 30% na produção global de biocombustíveis e contribuem para a redução de 62 milhões de toneladas de CO2 equivalente por ano.

Ao analisar a disponibilidade de terra nesses quatro países latino-americanos para o plantio de cultivares energéticas, os pesquisadores constataram que ainda há muito espaço para expandir a produção de biocombustíveis na região, sem concorrer com o plantio de alimentos ou avançar sobre áreas de floresta.

“Há muita terra disponível nessa região, especialmente voltada para pastagem, que poderia ser usada para a expansão da bioenergia nesses países”, afirmou Souza.

“Se quiserem duplicar a produção de biocombustíveis e, dessa forma, contribuir para evitar a emissão de 120 milhões de toneladas de CO2 equivalente por ano, esses países teriam de converter apenas 5% de suas áreas de pastagens”, estimou.

Ao avaliar quais outros países emergentes também têm disponibilidade de terra e poderiam replicar o modelo de produção de bioenergia implantado na América Latina, os pesquisadores identificaram e incluíram no novo estudo China, Etiópia, Índia, Indonésia, Malásia, África do Sul e Tailândia.

Em comum, esses países emergentes vivenciam rápido desenvolvimento social e econômico e espera-se que sua contribuição para as emissões globais de GEE aumente rapidamente. Se esses países apresentarem as mesmas emissões per capita de CO2 no transporte que as nações-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), as emissões globais do setor aumentariam em 102%. A produção de biocombustíveis poderia reduzir significativamente as emissões de CO2 desses países, usando pouca terra, estimaram os pesquisadores.

“A produção global de biocombustíveis hoje é de cerca de 160 bilhões de litros, o que equivale a cerca de 4% de toda a demanda do setor de transporte. E as projeções da Agência Internacional de Energia indicam que será preciso triplicar o volume nos próximos cinco a sete anos. Para isso, os países emergentes, especialmente no Sul Global, deverão exercer um papel crucial”, avaliou Bharadwaj Kummamuru, diretor-executivo da World Bioenergy Association (WBA), da Suécia.

Essas nações, entretanto, também compartilham muitos desafios para aumentar a escala de produção de biocombustíveis, relacionados ao financiamento, desenvolvimento de tecnologias e políticas públicas, ponderou o especialista.

“A maioria desses países emergentes é importador de combustível fóssil e dependerá de petróleo importado. Além disso, apresenta crescimento populacional significativo, o que significa que demandará mais energia, ao mesmo tempo em que tem metas de descarbonização em direção a zerar suas emissões líquidas”, afirmou.

Potencial de redução

Uma das principais conclusões do relatório é a de que os biocombustíveis são economicamente viáveis nos países estudados, exceto na China e na Malásia. Na China, a competição com alimentos torna a matéria-prima muito cara. No entanto, nesse caso, os biocombustíveis poderiam ser importados.

No caso da Malásia, os combustíveis fósseis são subsidiados para controlar a inflação e essa política poderia ser estendida aos biocombustíveis também para torná-los economicamente competitivos.

“Sudeste Asiático e o Brasil têm muitas semelhanças. Temos países em desenvolvimento, diversos recursos e o mesmo entendimento de priorizar o desenvolvimento de uma indústria local de biocombustíveis, em vez de comprar combustível importado. Estamos considerando a mesma abordagem do Brasil”, disse Esther Swee Yoong Lew, representante do ministério de transição energética da Malásia.

De acordo com os autores do estudo, a avaliação do ciclo de vida revelou reduções substanciais nas emissões de GEE para biocombustíveis produzidos na África e na Ásia – até 78% para biodiesel e 81% para etanol em comparação com combustíveis convencionais. Esses valores são semelhantes aos relatados anteriormente para biocombustíveis produzidos na América Latina (até 79% para etanol e até 84% para biodiesel).

A economia de GEE, segundo os pesquisadores, é muito significativa na Índia, Indonésia e África do Sul por diferentes razões. Na Índia, os biocombustíveis podem ser produzidos com uma intensidade de carbono muito baixa. Na Indonésia, além da baixa intensidade de carbono dos biocombustíveis, o diesel fóssil tem um alto teor de enxofre, o que causa chuva ácida. Na África do Sul, apesar das emissões maiores do que a média na produção de biocombustíveis, eles ainda representam uma redução muito grande em comparação aos combustíveis fósseis sintéticos. (biodieselbr)

Brasil é o 2º país a apresentar metas de emissões de gases

Brasil é o segundo país a apresentar metas de emissões de gases à NDC.

O Brasil foi o segundo país signatário do Acordo de Paris a entregar sua nova contribuição nacionalmente determinada (NDC, na sigla em inglês), como é chamado o plano com metas e compromissos nacionais para enfrentar as mudanças climáticas em 13/11/24.
O Brasil foi o segundo país a apresentar a terceira geração da NDC, a contribuição nacionalmente determinada que define a redução de emissões de gases do efeito estufa de 59% até 67% em 2035.

O plano que já havia sido no Brasil foi oficialmente entregue ao secretário executivo do clima das Nações Unidas, Simon Stiell, na COP29 a 20ª conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas em Baku no Azerbaijão.

O documento, entregue pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, reassume a meta de neutralidade climática até 2 e traz na sua apresentação uma visão de um país que reconhece a crise climática e projeta um futuro de baixo carbono para a sociedade, economia e ecossistemas.

Além de reunir um resumo de políticas públicas, que se somam para viabilizar as metas propostas na NDC como plano de transformação ecológica, o documento também detalha por setor da economia as ações que vem sendo implementadas no país para que a emissão de gases do efeito estufa sejam mitigadas.

Pelas redes sociais Stiell falou da liderança brasileira na entrega da geração três pontos zero de NDC. E disse que a mensagem está clara: A ação climática está aumentando porque a passagem de todas as nações para a segurança e prosperidade, afirmou.

Primeiro país a entregar a NBC a Organização das Nações Unidas foram os Emirados Árabes Unidos como já havia sido acordado anteriormente na formação da Troika o pacto multilateral firmado pelas três presidências das COP 28, 29 e 30. (biodieselbr)

Mudança climática e o aquecimento global 2025

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