domingo, 13 de dezembro de 2009

Aquecimento Global: ponte de gelo se rompe na Antártida

Imagens captadas pelos satélites de sensoriamento remoto Aqua e Terra mostram que a ponte de gelo que conectava a plataforma de gelo de Wilkins às ilhas Charcot, na península da Antártida, finalmente se desintegrou. A ponte mantinha represadas diversas porções fragmentadas da plataforma de Wilkins que com a ruptura deverão se transformar em icebergs à deriva no oceano sul.
O evento faz parte de uma sequência de fragmentações iniciada em março de 2008 e demonstra os efeitos do aquecimento global sobre a região antártica, que segundo os pesquisadores é a região da Terra que mais rapidamente se aqueceu nos últimos 50 anos. Cientistas ligados ao Centro Nacional do Gelo e Neve, dos EUA, NSIDC, além de diversos pesquisadores internacionais têm monitorado a ponte de gelo desde março e já haviam antecipado sua possível ruptura. Com o desmoronamento os pesquisadores deverão acompanhar mais de perto os efeitos do aquecimento sobre o restante da plataforma e prever se o gelo poderá recuar ainda mais. Mudanças Climáticas A plataforma de Wilkins está seguindo o mesmo padrão de estabilidade e rápidos desmoronamentos experimentados por outras plataformas na península antártica nos últimos anos. Os pesquisadores acreditam que a dramática perda dessas plataformas, que existiram por centenas ou milhares de anos é um importante sinal das mudanças climáticas que afetam todo o hemisfério sul. De acordo com os pesquisadores, a perda de gelo pode significar que os glaciares que as alimenta fluam em direção ao mar em um ritmo muito acelerado, contribuindo para a elevação do nível dos oceanos.
A plataforma de gelo de Wilkins começou a se partir em nos anos de 1990. Em março de 2008 a plataforma perdeu mais de 400 Km² e continuou a formar novas rachaduras durante o inverno. LocalizaçãoLocalizada na península sudoeste da Antártida, a plataforma de Wilkins é a região do globo que apresenta o mais rápido aquecimento e nos últimos 50 anos apresentou uma elevação de temperatura de 2.5˚ C. No início da década de 1990, a área total da plataforma de Wilkins era de 17.400 Km², mas os eventos ocorridos em 1998 e no início do século 21 reduziram essa área para 13.600 Km². Em 2008, uma série de desintegrações e rompimentos encolheu ainda mais a plataforma, diminuindo a área estável para 10.300 Km², uma perda de 3.600 Km² em apenas 1 ano. No topo, imagens captadas em 31 de março de 2009 e 6 de abril de 2009 mostram o extremo da plataforma de Wilkins. Na cena de 6 de abril é possível ver blocos de gelo pertencentes à ponte de gelo flutuando sobre o mar de Bellingshausen. Observe a grande quantidade de blocos fragmentados que eram represados pela ponte que desmoronou. Acima, imagem captada em março de 2008 mostra uma grande rachadura na plataforma, local onde começou a desintegração.

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