segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Paraíso da Polinésia

O número um da fila dos países prestes a sumir do mapa esteve sob o comando britânico desde 1892. O país, conhecido antigamente como Ilhas Ellice, transformou-se numa monarquia constitucional em 1975, tendo a Rainha da Inglaterra como monarca. Na bandeira oficial do país constam a bandeira da Grã-Bretanha e oito estrelas (as ilhas que formam Tuvalu). O fundo azul representa o mar, que agora é a maior ameaça ao país polinésio. A população se sustenta por meio da pesca e da agricultura. Não há rios nem lagos, e a água utilizada nas ilhas vem exclusivamente dos reservatórios de água das chuvas. Destino trágico, mas ainda incerto A preocupação com o destino do país já é antiga. Em 2001, um relatório publicado pela Earth Policy Institute, órgão que trata de questões relacionadas à “saúde” do meio-ambiente, constatou que tuvaluanos interessados em deixar o país já haviam pedido asilo à Austrália e à Nova Zelândia, sem sucesso. Advogados e especialistas em Direito no mundo todo estão se mobilizando para definir o caso, que é único na história. Tuvalu continuará a existir, mas será uma nação sem território físico – uma nação virtual. Resta saber como serão tratados os agora chamados “refugiados ambientais”. A saída para conter o aquecimento global é reduzir a emissão de gases que provocam o efeito estufa, que leva ao aquecimento global e seus graves desdobramentos. Para o biólogo da Univás, isso é quase utópico. “O Tratado de Kyoto não está sendo aceito e cumprido pelas grandes nações, como EUA, Austrália e Japão, por exemplo. O processo é reversível, desde que esses países parem de emitir pelo menos 50% do gás carbônico que lançam hoje na atmosfera”, defende. Existem outras medidas para se esquivar dos prejuízos causados pelo derretimento das calotas polares e da emissão desenfreada de carbono, mas essas alternativas não dão conta de evitar tragédias. “A colocação de refletores na órbita terrestre e filtros de carbono para diminuir o impacto pode trazer benefícios, assim como aumentar a quantidade de plânctons nos mares para absorver carbono”, constata o biólogo. No entanto, os refletores não são suficientes, e os plânctons devolvem o gás na atmosfera quando morrem. “O problema envolvendo a emissão de gás carbônico é maior do que pensávamos, e deve ser a questão prioritária no momento”, ressalta o professor. Mas as ilhas do Pacífico não são as únicas a serem prejudicadas. “Se nada for feito para retardar o aquecimento, nos próximos 100 anos, é provável que Veneza, na Itália, esteja parcialmente afundada e Bangladesh tenha 70% do seu território submerso”, avalia Fernandes. Por enquanto, são em torno de 11 mil sem pátria, número pequeno perto dos 150 milhões de habitantes do país mais habitado do mundo, Bangladesh.

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