quarta-feira, 23 de março de 2011

Europa repensa seus projetos nucleares

Europa repensa seus projetos nucleares após tragédia no Japão
Alemanha já fechou seus reatores. Países realizarão ‘testes de resistência’ nas centrais europeias.
Alguns países da Europa decidiram em 15/03/11 testar a segurança de suas centrais nucleares para tentar acalmar a opinião pública preocupada com o que um comissário classificou de “apocalipse” no Japão e que já levou alguns países, como a Alemanha, a fechar reatores.
Durante uma reunião de crise dia 15/03 em Bruxelas, autoridades governamentais, especialistas nucleares e empresários do setor chegaram a um acordo para submeter as centrais europeias a “testes de resistência”, anunciou o comissário europeu de Energia, Günther Oettinger.
“Trata-se de reavaliar os riscos de inundações, de tsunamis, de ataques terroristas, de tremores de terra, de cortes de energia”, explicou, indicando que a Comissão fará “nas próximas semanas” propostas sobre as modalidades desses testes.
A França, que possui o maior parque nuclear civil na Europa, com 58 dos 153 reatores da UE, prometeu testar “todas as (suas) centrais, uma a uma”.
No Japão, “fala-se de apocalipse e acho que a palavra é particularmente bem apropriada”, declarou Oettinger. “Praticamente tudo está fora de controle” e “não descarto o pior nas próximas horas e nos próximos dias”.
Depois do forte terremoto e do tsunami de sexta-feira (11), acidentes graves são registrados nos diferentes reatores da central japonesa de Fukushima, suscitando temores de uma contaminação radioativa no arquipélago nipônico.
O presidente da Autoridade Francesa de Segurança Nuclear (ASN), André-Claude Lacoste, já avaliou o acidente no nível de gravidade 6 em uma escala internacional de eventos nucleares e radiológicos, que chega apenas a 7.
A situação no Japão levou nos últimos dias os opositores da energia nuclear na Europa a exigir uma reavaliação da política energética do continente.
Os Verdes europeus pediram nesta terça-feira que seja efetuado “imediatamente (…) o desmantelamento coordenado e progressivo das centrais nucleares europeias”.
Em países como a França e Espanha, organizações locais pediram o fechamento de todas as centrais mais antigas e manifestações foram organizadas ou anunciadas em diversas cidades.
Frente à preocupação da opinião pública alemã, a chanceler Angela Merkel anunciou a suspensão por três meses do funcionamento dos sete reatores mais antigos do país. Ela também suspendeu, pela mesma duração, a extensão do tempo de vida de todos os reatores.
A Suíça suspendeu seus projetos de reforma de centrais nucleares.
Mas a maior parte dos países europeus tenta acalmar a situação. A Polônia, que se prepara para construir sua primeira central, indicou nesta terça-feira que não pretende colocar em questão seu programa após os eventos no Japão.
A Bulgária não deve antecipar o fechamento de seus dois reatores, previsto respectivamente para 2017 e 2019, e mantém seu plano de construir uma nova central, reconhecendo que exigirá “garantias suplementares de segurança”.
Roma, que havia abandonado a energia nuclear após o acidente Chernobyl em 1986, mantém seu objetivo de retomá-la, mesmo que o referendo previsto para 12 de junho para aprovar essa decisão esteja longe de ser ganho.
“Teremos que tirar lições, e faremos isso”, mas “com base em fatos reais”, ressaltou Bruxelas o ministro sueco do Meio Ambiente, Andreas Carlgran.
Para ele, é preciso conhecer as consequências exatas do Japão, pois “temos que analisar o que tem verdadeiramente pertinência para a Europa”. (EcoDebate)

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