sexta-feira, 3 de junho de 2011

Defesa das florestas

Defesa das florestas – a hipocrisia dos políticos
O Dia Nacional da Mata Atlântica foi comemorado no Rio de Janeiro com um ato de protesto na Cinelândia pela vitória na votação do novo texto do Código Florestal. Do alto da escadaria da Câmara dos Vereadores manifestantes fizeram a leitura da lista de deputados cariocas que votaram contra e a favor das alterações na Lei florestal.
O advogado e ambientalista Rogério Rocco fez questão de lembrar os nomes das deputadas federais Jandira Feghali (PC do B/RJ) e Benedita da Silva (PT/RJ) que, embora tenham se comprometido com as questões ambientais durante suas campanhas eleitorais, na primeira oportunidade traíram suas promessas. No site da deputada Jandira Feghali, ela diz ter votado no relatório de seu colega de bancada (Aldo Rebelo) “porque se pautou pelo desenvolvimento sustentável”.
Rocco demonstrou indignação com os 400 “políticos-motosserra” que pretendem acabar com as florestas em nome de um desenvolvimento equivocado. Segundo ele, em 2010 o IBGE divulgou estudo sobre a quantidade de bois no território brasileiro. São 205 milhões de cabeças de gado, numero que ultrapassa a população. Cada boi precisa de 1hectare (ha) de terra, o que totaliza 200 milhões de ha só para o gado. Essa área, segundo Rocco, corresponde a soma das regiões Sul, Sudeste e o estado de MG, e enquanto isso a população se espreme nas favelas ou são expulsas das áreas rurais para dar lugar aos latifúndios do agronegócio.
Para o ambientalista a sustentabilidade pressupõe defender a economia sustentável, a diversidade biológica e combater a pirataria dos nossos recursos genéticos, ações que se inviabilizam com a nova redação do Código Florestal que anistia desmatadores e incentiva o desmatamento para abertura de novas áreas para a agropecuária.
A vereadora Sônia Rabello (PV/RJ) reforçou a necessidade da sociedade permanecer em vigília em torno das discussões sobre as alterações propostas ao texto do Código Florestal que agora têm lugar no Senado e que há necessidade de desenvolver novas estratégias pela sustentabilidade das cidades, um assunto que vem ganhando fôlego já que o Brasil sediará dois enormes eventos esportivos, a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016, no Rio de Janeiro.
No dia 7 de junho, dando continuidade as comemorações pelo Dia Internacional do Meio Ambiente que é comemorado no dia 5, a Câmara dos Vereadores convidou a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva prara falar sobre o Código Florestal e cidades sustentáveis.
Proteger o que restou da Mata Atlântica (8%) é proteger os processos hidrológicos responsáveis pela quantidade e qualidade da água potável para cerca de 3,4 mil municípios, e para os mais diversos setores da economia nacional como a agricultura, a pesca, a indústria, o turismo e a geração de energia. Todo o trabalho de conscientização para proteção desse importante bioma está ameaçado pelas mudanças propostas no Código Florestal.
Levante-se pelos seus direitos e qualidade de vida e lembre-se: “Tudo o que é necessário para o triunfo do mal, é que os homens de bem nada façam” (Edmund Burke). (EcoDebate)

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