domingo, 5 de junho de 2011

Até quando o verde cederá espaço?

''Até quando o verde cederá espaço para carros e prédios?''
Como resultado de mais de um século de urbanização desordenada, a cidade de São Paulo perdeu quase todas as suas áreas verdes dentro da malha urbana.
Observar fotos tiradas por satélite da metrópole é se deparar com escassos pontos verdes imersos em uma enorme mancha cinzenta de vários matizes.
A vegetação urbana tem a capacidade de reter até 70% das águas das chuvas nas copas das árvores - diminuindo as enchentes -, amenizar ilhas de calor, umidificar o ar nos dias secos, servir de barreira para a poluição sonora, purificar o ar que respiramos, entre outros importantes serviços ambientais para a qualidade de vida e a saúde pública.
A atual pressão construtiva sobre os terrenos particulares ainda não verticalizados, constituídos na maioria por antigos quintais, escolas e clubes, ameaça o pouco que sobrou desse verde tão necessário. Muitos possuem árvores de grande porte, pomares, e são verdadeiros "oásis" para a comunidade local, além de serem áreas permeáveis.
Cortar árvores e substituí-las por mudas ou transplantá-las em outros locais por mudanças no uso do espaço é uma solução limitada. Demora-se até as árvores ficarem adultas e o verde pode migrar de um bairro para outro e, com ele, o microclima e o bem-estar dos moradores. Bairros cobiçados pelas construtoras restringirão seu verde às vias públicas.
E existem também vegetações que não são "compensáveis". Em uma metrópole onde quase nada sobrou de sua biodiversidade original - que, diga-se de passagem, foi riquíssima -, suas árvores e vegetações nativas não são passíveis de substituição, por constituírem testemunhos vivos da genética ancestral e de nossa história.
A região do Morumbi, uma das poucas com Mata Atlântica ainda dentro da malha urbana de São Paulo, perdeu recentemente importantes remanescentes.
Bairros como o Jardim Sul e o Panamby, cobertos de floresta nativa há menos de duas décadas atrás, são hoje verdadeiros aglomerados de altas torres em condomínios fechados. E as ameaças prosseguem, como nas matas na frente do Parque Burle Marx e no Colégio Nossa Senhora do Morumbi.
Com tantas compensações, fica a pergunta: até quando o verde da metrópole cederá espaço para carros e prédios? (OESP)

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