terça-feira, 13 de setembro de 2011

Em 2010, SP respirou 2 meses de ar poluído

Moradores da Região Metropolitana de São Paulo respiraram em 2010 o equivalente a dois meses de ar poluído. Dados do Relatório de Qualidade do Ar da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) mostram em 61 dias do ano passado os níveis do poluente ozônio foram considerados inadequados. O número é o mais alto desde 2007.
Segundo a CETESB, as condições meteorológicas do ano passado foram preponderantes para a concentração de gases e partículas nocivas à saúde. O índice de material particulado - formado por poeira e partículas inaláveis - também ficou seis dias acima do padrão aceitável.
Para a gerente de Qualidade do Ar da CETESB, Maria Helena Martins, a alta nos registros está ligada ao grande número de dias com condições desfavoráveis para a dispersão dos poluentes no ano passado. Foram 59 dias com essa classificação. 'Em 2010, houve um inverno com estiagem grande, de meados de julho a começo de setembro. Além de longos períodos de calmaria (dias sem vento) e de umidade relativa do ar baixa', explica.
O ozônio e o material particulado são os principais vilões da qualidade do ar nos últimos anos. O tráfego de veículos responde por até 80% da poluição de material particulado e da produção de ozônio. O gás se forma na atmosfera, em uma reação de dois compostos na presença de luz solar. Por isso, seu controle é considerado mais difícil. Dias com sol e céu claro facilitam a formação de ozônio.
Controle. O médico Paulo Saldiva, coordenador do Laboratório de Poluição da Universidade de São Paulo (USP), entende que a atual tendência de alta na concentração dos dois poluentes citados mostra um possível esgotamento de medidas de controle de emissões - ações que foram criadas nas últimas décadas e, sem dúvida, tiveram resultados. 'Apesar de os combustíveis e veículos serem cada vez menos poluentes, a frota vem aumentando e a velocidade dos carros, caindo. Assim, eles funcionam por mais tempo. Estamos vendo o fim de um modelo de gestão de qualidade do ar, que se baseou, por exemplo, no Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) e na inspeção veicular.'
A CETESB ressalta que os registros estão bem longe de picos apurados no fim de década de 1990. Em 1997, por exemplo, a Região Metropolitana teve 162 ultrapassagens do limite do material particulado.
Saldiva ressalta que as condições climáticas que influenciaram a concentração de poluentes no ano passado são também resultado da própria poluição. 'Há forte influência do clima urbano, pelos problemas de uso do solo e da mobilidade.'
Sob controle
A boa notícia fica por conta do monóxido de carbono, cujos níveis - mesmo em condições meteorológicas desfavoráveis - estão entre os mais baixos da década. O dióxido de enxofre também se mostra controlado. A concentração média é a mais baixa registrada nos últimos dez anos. (OESP)

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