segunda-feira, 19 de março de 2012

Secas intensas na África serão mais frequentes

Mudanças Climáticas: Secas intensas no leste da África poderão ser mais frequentes
Padrões de chuva, ao longo do leste da África, mudaram de uma maneira que faz com que secas severas tornem-se uma tendência provável.
A região, que já é atormentada pela pobreza extrema, experimentou sua pior seca em 60 anos, no período 2010/2011.
A seca do ano passado ocorreu porque a estação chuvosa foi insuficiente. Nós já sabemos que o ‘gatilho’ para o fracasso do “chuvas de curta duração”, entre outubro e dezembro de 2010, foi o La Niña – um evento cíclico meteorológico. Mas o período de chuvas mais intensas, entre março e maio, também foi insuficiente.
Bradfield Lyon e David DeWitt , da Universidade Columbia em Nova York, analisaram os registros das chuvas na região e descobriram que, desde 1999, estão aumentando as probabilidade de secas intensas. Esse ano marcou também um forte aumento na temperatura da superfície do mar no Oceano Pacífico tropical ocidental.
Lyon pensa esta mudança de temperatura alterou os padrões de circulação atmosférica, reduzindo o fornecimento de umidade para o leste da África [A recent and abrupt decline in the East African long rains, Geophysical Research Letters , DOI: 10.1029/2011GL050337]. Um relatório de 2010 [A Westward Extension of the Tropical Pacific Warm Pool Leads to March through June Drying in Kenya and Ethiopia], do United States Geological Survey sugere um mecanismo similar.
A questão crucial agora é se as mudanças de temperatura no Pacífico refletem uma variabilidade natural do clima que pode reiniciar-se em poucos anos ou se a mudança é um resultado permanente de mudanças induzidas pelo homem do clima.
A resposta pode vir ainda este ano, quando os pesquisadores do Met Office do Reino Unido completarão um estudo de atribuição sobre a seca de 2011. Eles estão avaliando dois conjuntos de modelos climáticos, um com e outro sem os efeitos das emissões de gases de efeito estufa, para ver se a seca no leste da África se tornará mais provável em um mundo em aquecimento. (EcoDebate)

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