Relatório
do Pnuma mostra que situação deve piorar a concentração de gases de efeito
estufa na atmosfera.
O
permafrost, solo permanentemente congelado que cobre quase um quarto do
Hemisfério Norte, está derretendo por conta do aquecimento global, o que pode
piorar ainda mais a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. É o
que mostra um relatório divulgado ontem pelo Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (Pnuma).
Segundo
o trabalho, todo o permafrost, que se estende por países como Rússia, Canadá,
China e EUA, contém, na forma de matéria orgânica congelada, 1,7 mil
gigatoneladas de carbono, duas vezes mais do que há hoje na atmosfera. Sua
liberação pode amplificar significativamente o aquecimento global já esperado.
De
acordo com Kevin Schaefer, coordenador do estudo, o que pode ocorrer é um
"permafrost carbon feedback". "E uma vez que iniciado, será
irreversível. É impossível colocar a matéria orgânica de volta ao
permafrost."
Atualmente,
a camada de gelo, que chega a ter mais de 2 metros de espessura, já vem
apresentando uma redução de tamanho. O derretimento, além do impacto à
atmosfera, pode afetar os ecossistemas assim como a infraestrutura construída
sobre o gelo.
O
anúncio foi feito em meio à realização da 18.ª Conferência do Clima da ONU, no
Catar (Doha), onde mais de 190 países discutem como vão lidar com as mudanças
climáticas.
Schaefer
lembrou que as previsões de aumento da concentração de gases e de temperatura
até o final do século apresentadas no último relatório do Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), de 2007, não consideram as
estimativas do Pnuma. Segundo ele, até 2100, 39% das emissões podem vir do
derretimento do permafrost. Presente ao evento, Jean-Pascal Van Ypersele, do
IPCC, disse que essas emissões estarão contabilizadas nos cenários futuros.
(OESP)
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