segunda-feira, 15 de abril de 2013

Aquecimento global e a turbulência em voos

Aquecimento global aumentará turbulência em voos transatlânticos, diz estudo
Área do Atlântico Norte afetada por turbulência poderá aumentar
Os voos transatlânticos devem ficar cada vez mais turbulentos se o aquecimento global levar às mudanças climáticas previstas por cientistas, afirma um novo estudo.
De acordo com a pesquisa [Intensification of winter transatlantic aviation turbulence in response to climate change] da Universidade de Reading, publicada na revista especializada Nature Climate Change, aviões já vêm enfrentando ventos mais fortes e poderão sofrer ainda mais com turbulências.
De acordo com, Paul Williams, um dos autores da pesquisa, além de causar mais desconforto aos passageiros, o aumento da turbulência também traz consequências financeiras.
”Certamente é plausível que se voos começarem a ser desviados com mais regularidade para evitar a turbulência, a quantidade de combustível que precisará ser queimada irá aumentar”, afirma.
O cientista acredita também que à medida que as companhias aéreas aumentarem seus gastos com combustíveis, isso acabará levando a um aumento de preços de passagens.
Paul Williams e o colega Manoj Joshi, da Universidade de East Anglia, centraram sua pesquisa em voos que percorrem o Atlântico Norte. Um total de 600 voos diários, em média, cruza o oceano entre as Américas e a Europa.
Os cientistas utilizaram um supercomputador para simular as prováveis mudanças nas correntes de ar acima de dez quilômetros de altitude, como as chamadas correntes de jato.
Williams e Joshi compararam dados do que era essencialmente um clima inalterado ”pré-industrial” com os de um clima com o dobro da quantidade de dióxido de carbono – comparável ao clima previsto para 2050, seguindo as tendências atuais de aquecimento global.
Elevações
O modelo traçado pelos dois especialistas sugere que a força média de turbulência transatlântica poderia sofrer uma elevação de 10% a 40% e que a região do espaço aéreo mais provável a conter essa turbulência teria o dobro de tamanho.
”A probabilidade de turbulência moderada a grande aumenta em 10,8%”. ‘Turbulência moderada a grande’ é uma definição específica da aviação. É a turbulência forte o suficiente para balançar a aeronave com uma aceleração de cinco metros por segundo quadrado. “Com isso, os sinais para colocar o cinto de segurança estariam acesos, seria difícil andar pelo avião, bebidas seriam derrubadas, você se sentiria pressionado contra o cinto de segurança”, afirma Williams.
A pesquisa se diz a primeira a estudar o futuro da turbulência aérea levando em conta as atuais projeções de aquecimento global.
Atualmente, os custos da turbulência aérea em termos de ferimentos, danos a aviões e inquéritos pós-acidentes chegam a US$ 150 milhões por ano (cerca de R$ 300 milhões).
É muito difícil detectar a turbulência do ar quando o tempo está estável por meio de sensores remotos.
Por isso, atualmente, os pilotos se baseiam em relatos feitos por outros pilotos de aviões que já fizeram a viagem através do Atlântico no início do dia, a fim de poder antecipar as condições de voo que encontrarão. (EcoDebate)

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