Desmatamento na Amazônia
Legal sobe 28% entre 2012 e 2013
Após quatro anos do índice em queda, foram registrados 5,8 km2
de mata derrubada; estados do Pará e do Mato Grosso foram os que mais
desmataram.
Depois de quatro
anos consecutivos de queda, o desmatamento na Amazônia Legal voltou a subir.
Entre agosto de 2012 e julho deste ano, foram identificados 5.843 km2 de mata derrubada, 28% a mais do que havia
sido registrado no período anterior. "Essa não é a única má notícia",
afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ao comentar os dados,
captados pelo Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônia por Satélites do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Prodes-Inpe).
O sistema
identificou um aumento na extensão das áreas derrubadas sobretudo no Estado do
Pará. Ali, informou, há registros de desmatamentos acima de mil hectares, um
fenômeno que estava em queda. Contudo, Izabella observou que, embora os números
sejam muitos significativos, o dado oficial, repassado pelo governo local, foi
de desmate de apenas 2 km2. O dado está 37% a mais do que
havia sido identificado no período anterior. O aumento nas taxas coincide com a
entrada em vigor do novo Código Florestal.
Izabella, no
entanto, garantiu não haver relação entre os dois fatos. "Considero
irresponsáveis tais afirmações", rebateu. Ela argumentou que o novo texto
traz segurança jurídica e instrumentos importantes de controle, como o Cadastro
Ambiental Rural. "Se tem gente apostando em impunidade é outra coisa",
completou.
A ministra atribuiu
o aumento do desmatamento no Estado à grilagem, ao garimpo e a mudanças nos
limites de fronteira de terra indígena localizada nas proximidades da BR-163.
No Estado, completou, há quase 3 mil garimpos ilegais. Ela descartou relação
entre o aumento e a instalação de usinas, como Belo Monte e Tapajós. No
entanto, no relatório deste ano, Altamira aparece como uma das regiões de
destaque por causa do desmatamento.
Critérios
Ela cobrou maior
engajamento dos Estados e marcou para 22/11/13 uma reunião com
secretários estaduais para discussão do assunto. Entre os temas da reunião está
a revisão dos critérios de monitoramento.
Para ela, o
crescimento está ligado a outro fator: "É bandalha. É crime organizado,
tem alguém acobertando." Ela disse estranhar, por exemplo, o fato de
governos locais não identificarem atividades de desmatamento em grandes áreas.
"Como um governador não vê que estão desmatando mil hectares? Como ninguém
vê se isso acontece ao lado do aeroporto?"
Fiscalização
A ministra garantiu
também não ter havido redução dos recursos para fiscalização que, neste ano,
disse, giram em torno de R$ 50 milhões. "Nego e desafio alguém a mostrar
que houve retirada de financiamento", disse. E citou o fato de terem sido
abertos no período quase 4 mil inquéritos para apurar atividades irregulares.
"Esse número não é à toa."
Izabella
classificou como "lamentável" os dados do Prodes deste ano, mas disse
estar comprometida em reverter essa tendência. Ela observou que, apesar da
retomada do desmate, este foi o segundo menor índice registrado, desde que o
sistema foi instalado, em 1988.
Além do Pará,
Izabella destacou o desempenho negativo do Mato Grosso, que registrou no
período 1.149 km2 de mata derrubada. Um índice 52% maior do que o no
período 2011-2012. Apenas três estados, dos nove cobertos, apenas três
apresentaram queda no desmatamento: Acre, com redução de 35%. Amapá, com recuo
de 59% e Tocantins que, este ano, apresentou uma área desmatada 17% menor do
que a do ano passado. (OESP)
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