SABESP já admite não ter solução para a escassez de água em
2014
Com o reservatório da Cantareira quase seco, agora a
Sabesp começa a fazer transferência de água de outro complexo.
SABESP admite que não ter solução para a falta de água
Depois do Sistema Cantareira quase seco, agora é o Alto
Tietê que tem redução do volume.
A
Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) já admite que
não tem solução este ano para o problema da falta de água na Região
Metropolitana de São Paulo, inclusive o ABCD.
O
coordenador do Programa de Mananciais da empresa, Ricardo Araújo, declarou em
03/04/14 que “do ponto de vista de curto prazo, para 2014, não há solução.
Temos que tentar manter o abastecimento dentro das restrições”.
Com
o reservatório da Cantareira quase seco (nesta quinta-feira atingiu 13,3% da
capacidade de armazenamento de água), agora a Sabesp começa a fazer
transferência de água de outro complexo, o Alto Tietê, juntamente com a represa
Guarapiranga. O Alto Tietê já perdeu quase 23% de sua capacidade desde agosto
do ano passado.
Diante
disso, somente o racionamento de água seria, a partir de agora, suficiente para
evitar uma crise generalizada de desabastecimento no Estado de São Paulo. As
recentes medidas adotadas pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que resolveu
transferir água de outros complexos do sistema de abastecimento da Sabesp,
afetam diretamente o ABCD. Isso porque a transferência está secando o sistema
Alto Tietê, que abastece Santo André e Mauá. O Cantareira, quase seco,
alimenta, além de Santo André, a cidade de São Caetano.
De
acordo com a ANA (Agência Nacional de Águas), a saída é o racionamento. “Temos
que atuar com cenários restritivos, e a população é mais compreensiva do que os
políticos imaginam”, afirmou o diretor-presidente da entidade, Vicente Andreu
Guillo.
Em
resumo, com a transferência de água do Alto Tietê e também do Sistema
Guarapiranga para o Cantareira, a Sabesp pretende adiar um possível
racionamento diante do período de estiagem que se aproxima. Neste ano, Alckmin
buscará a reeleição ao governo de São Paulo.
No
ABCD, algumas cidades já se preparam para evitar desabastecimento. É o caso de
Santo André, onde o Semasa resolveu conceder, já em fevereiro, desconto de 30%
nas tarifas de água e esgoto para moradores que reduzirem em 20% o seu consumo
de água. No entanto, desde o final do ano passado tem recebido menos água da
Sabesp em horários de pico.
A
cidade também conta com o fornecimento de água dos sistemas Rio Grande e Rio
Claro, que ainda abastece Diadema e São Bernardo. Os dois complexos contam com
níveis superiores a 95% de sua capacidade.
Outro
lado
Em
nota, a Sabesp afirma que o Alto Tietê continuará abastecendo o Cantareira “até
que o Sistema se recupere”. Além disso, explica que tem tomado medidas para
atenuar a “maior crise hídrica dos últimos 84 anos”, como a “concessão do bônus
por economia” de consumo, “campanhas de conscientização”, além do
aproveitamento do chamado “volume morto” da Cantareira que, de acordo com a
Sabesp, será “finalizado em maio”.
Caixa
preta: Sabesp ignora questionamentos
Apesar
de já proposto por especialistas e entidades, o racionamento de água para
evitar o desabastecimento está longe dos planos da Sabesp e do governador
Geraldo Alckmin (PSDB). Para se ter um ideia de como o racionamento é visto com
“maus olhos” em ano de eleição, a companhia estatal resolveu atrasar o
cronograma de obras pelo estado, a fim de economizar para investir em ações que
pretendem garantir o abastecimento. Serão R$ 700 milhões a menos neste ano em
investimentos. Mas o problema maior é saber onde a Sabesp pretende realizar os
“cortes”. Isso ainda é segredo.
Soma-se
a isso outro mistério: quanto os cofres públicos deixaram de arrecadar com os descontos
propostos nas contas de água, agora estendidos a todas as 31 cidades da Região
Metropolitana de São Paulo. A companhia foi questionada pelo ABCD MAIOR, mas
desconversou.
Em
nota, afirma: “A Sabesp irá alongar alguns cronogramas de obras de modo a priorizar
todas as ações para garantir o abastecimento de água durante o período da
escassez hídrica. O planejamento de investimento deve ser analisado no
médio/longo prazo, sendo perfeitamente possível ajustar o patamar e rota de
investimentos nos anos seguintes”.
Sobre
o impacto aos cofres públicos, apenas diz que “ainda avalia os impactos” e que
a prioridade, neste momento, é garantir a segurança no fornecimento de água.
(sosriosdobrasil)
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