Seca na hidrovia Tietê-Paraná provoca demissões em SP
Baixo nível do Rio Tietê impede o transporte de grãos pela
hidrovia.
Sem ter como trabalhar, muitas empresas estão demitindo os
funcionários.
A estiagem que castiga a região Sudeste está impedindo o
transporte de grãos pela hidrovia Tietê-Paraná. Sem ter como trabalhar, muitas
empresas estão demitindo os funcionários.
Os empurradores que levam as barcaças com farelo de soja,
grãos e celulose pela hidrovia Tietê-Paraná estão estacionados há várias
semanas no centro-oeste paulista. Esta é a pior crise enfrentada pelo setor.
Em alguns trechos, o Rio Tietê está cinco metros mais baixo,
além disso, os representantes das empresas de navegação alegam que as
hidrelétricas dão preferência à geração de energia e deixam a navegação em
segundo plano.
No noroeste de São Paulo, as embarcações não podem navegar
porque correm risco de encalhar. O último comboio carregado com soja que veio
de Goiás, chegou ao Porto Intermodal de Pederneiras em maio e, por enquanto,
não há expectativa de chegada de outras embarcações.
A hidrovia Tietê-Paraná tem 2,4 mil quilômetros de extensão
e interliga os estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo e
Paraná. Só no ano passado, 6 milhões de toneladas foram transportadas pela
hidrovia.
O engenheiro José Gheller trabalha em uma empresa que
constrói embarcações. O grupo transportava 300 toneladas por mês, mas sem
serviço por causa da restrição da navegação, 500 funcionários já foram
demitidos. Caso a situação persista, outros 2,5 mil empregados poderão perder a
vaga de trabalho.
Um galpão com 6 mil metros quadrados foi construído no ano
passado para armazenar celulose que chegava pela hidrovia e era transportada
para os trens. Hoje a estrutura está vazia. O administrador Jânio Arruda conta
que a empresa investiu na compra de 112 vagões e cinco locomotivas para
transportar a celulose que seguia de trem ao Porto de Santos. A expectativa foi
frustrada. A empresa esperava transportar 1 milhão de toneladas este ano, mas
só conseguiu movimentar 120 mil toneladas e os 70 funcionários do Porto
Intermodal foram dispensados. (g1)
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