Projeções da população mundial e regiões na hipótese de fecundidade constante
A Divisão de
População da ONU atualiza periodicamente 4 projeções para os países, as regiões
e o mundo. Além da projeção média, existem as projeções alta e baixa que levam
em consideração as perspectivas de queda da fecundidade e aumento da esperança
de vida. Para os países e regiões também se considera as projeções sobre
migração. Ainda são apresentadas as projeções para o caso das taxas de fecundidade
permanecerem constantes.
Na última revisão (de
2012 publicada em 2013) as estimativas da ONU para a população mundial em 2100
foram: projeção média: 10,9 bilhões de habitantes; projeção baixa: 6,8 bilhões
de habitantes; e projeção alta: 16,6 bilhões de habitantes.
Contudo, a ONU também
divulga a projeção caso as taxas de fecundidade permaneçam constantes no nível
do quinquênio 2005-2010. Neste caso, a população mundial chegaria a 28,6
bilhões de habitantes em 2100, pois a taxa de fecundidade total estava em torno
de 2,53 filhos por mulher.
Para os países
desenvolvidos (More developed regions) que tinham uma população de 1,241 bilhão
de habitantes em 2010, haveria uma pequena queda para 1,153 bilhão em 2100. Os
países menos desenvolvidos (Less developed regions) que tinham uma população de
4,836 bilhões de habitantes em 2010, haveria um aumento para 13,904 bilhões de
habitantes. Para os países muito menos desenvolvidos (Least developed
countries), que tinham uma população de 839 milhões de habitantes em 2010,
haveria um aumento para 13,590 bilhões de habitantes (16 vezes maior).
Projeção feita por
demógrafos do International Institute for Applied Systems Analysis
(IIASA)mostra que se a taxa de fecundidade permanecer constante em torno de 2,5
filhos por mulher a população mundial chegaria a 71 bilhões de habitantes em
2300. Provavelmente, o mundo nunca irá chegar ao um volume tão grande de
população, pois a pressão sobre os recursos naturais e a falta de bases
econômicas forçaria uma queda das taxas de fecundidade ou o aumento das taxas
de mortalidade.
A hipótese de
fecundidade constante é apenas um exercício didático para mostrar qual seria a
dinâmica demográfica caso o número médio de filhos ficasse inalterado.
Historicamente as taxas de fecundidade do mundo caíram de 5 filhos por mulheres
em 1950 para 2,5 filhos por mulher atualmente. A perspectiva é que continuem
caindo, mas ninguém tem certeza qual será o ritmo de diminuição. As pesquisas
sobre o tamanho ideal do número de filhos que os casais desejam é de 2 (dois),
geralmente um menino e uma menina.
Mas existem mais de
200 milhões de mulheres sem acesso aos métodos contraceptivos no mundo,
especialmente em países pobres. Além disto, existem diversas forças políticas
que são contra a queda da fecundidade, como o fundamentalismo de mercado, o
fundamentalismo religioso, o conservadorismo moral e as forças pronatalistas
que se amparam em um discurso anti-neomalthusiano.
Desta forma, o que os
dados mostram é que se a taxa de fecundidade ficar em torno de 2,5 filhos por
mulher, como atualmente, a população chegaria a 71 bilhões de habitantes em
2300. Se a taxa de fecundidade ficar em torno de 2,0 filhos por mulher a
população mundial se estabilizaria em torno de 9 bilhões de habitantes em 2300.
Mas se a taxa de fecundidade cair para 1,5 filhos por mulher a população
mundial entraria em ritmo acelerado de decrescimento e chegaria a 720 milhões
de habitantes em 2300.
O fato é que as taxas
de fecundidade devem continuar a cair nas próximas décadas, embora ninguém
saiba dizer se haverá estabilização e em qual nível. Nos atuais padrões de
produção e consumo, a humanidade já ultrapassou as fronteiras planetárias e o
mundo vive uma situação de déficit ecológico. Manter um ritmo acelerado de
crescimento populacional só serviria para incentivar o ritmo continuo de
crescimento econômico, o que dificultaria muito o avanço da qualidade de vida e
a preservação dos ecossistemas e da biodiversidade. (ecodebate)
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