Quarenta cidades de São Paulo enfrentam racionamento de água
O problema de abastecimento de água é causado pela seca.
Moradores e empresários estão comprando água de poços
artesianos.
Mais de 40 cidades de São Paulo enfrentam problemas no
abastecimento de água. A forma que muitos moradores e empresários encontraram
para não ficar sem é comprar água de empresas que têm poços artesianos.
Quase oito milhões de pessoas têm
motivos para se preocupar com a falta de água. O Sistema Cantareira, que
abastece quase a metade da população da Grande São Paulo, está no nível mais
baixo da historia: 3,9%. Hoje, tem apenas 40 bilhões de litros de água do
primeiro volume morto. Ainda restam mais 106 bilhões de litros de uma segunda
reserva que, agora, pode ser usada.
O governo de São Paulo conseguiu
derrubar na Justiça a liminar que impedia a retirada de água desse segundo
volume morto. O uso das reservas técnicas só é possível com a transferência da
água de um reservatório para outro.
O Sistema Cantareira tem seis
represas interligadas por 48 quilômetros de túneis. A Atibainha, em Nazaré
Paulista, por exemplo, chegou em 16/11 ao nível zero pelo sistema de captação
atual, mas ainda tem 26 bilhões de litros estocados.
De acordo com a Sabesp, a água é
suficiente para garantir o abastecimento até março do ano que vem, mas casas,
prédios e indústrias de São Paulo já têm sido obrigados a recorrer aos
caminhões-pipa.
"Uma pessoa que compra um
caminhão-pipa de água tem que procurar saber a procedência, se ela realmente
vem de um poço artesiano, se existe uma análise de água, se ela tem os padrões
de potabilidade", alerta Carlos Alberto de Freitas, presidente da
Associação Brasileira de Águas Subterrâneas.
Saber se a água que sai debaixo do
poço é de boa qualidade é só o primeiro cuidado. É preciso conferir também como
está a manutenção do reservatório, da tubulação e ter certeza de que o tanque
do caminhão-pipa, que leva a água até a casa, está limpo, não está enferrujado
e se está livre de bactérias que possam fazer mal para a saúde.
O movimento de uma empresa que vende
água de poços artesianos dobrou desde o último fim de semana. O preço também.
O dono garante que a água é de
qualidade. "Em um dia do mês, nós atestamos todos os caminhões, pegamos
amostras da água que já está dentro do tranque e fazemos o laudo", afirma
Antonio Belentani Neto, dono da empresa.
Algumas empresas que vendem água de
poço artesiano aumentaram bastante o preço. Um caminhão com 20 mil litros pode
custar de R$ 500 a R$ 1.700. (g1)
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