Saiba o que fazer contra estes possíveis ‘vilões’ ambientais.
Os pneus inservíveis, isto é aqueles que estão “carecas” ou sofreram
algum tipo de dano que inviabiliza o uso com segurança, transformaram-se nos
últimos anos em um grande passivo ambiental devido à irresponsabilidade de
diversos agentes desta cadeia, que deixaram pneus em margens de rios, lagos,
estradas, entre outros locais.
De acordo com Bruno Zanatta, especialista em engenharia ambiental da
DPaschoal, o pneu é um grande vilão em questões ambientais. Sua queima, quando
não controlada, libera diversos poluentes e componentes químicos pesados na
atmosfera, sendo que alguns são classificados como os mais tóxicos já
produzidos pelo homem. “No local onde foram queimados além das cinzas, vai
permanecer uma parte líquida, que pode contaminar águas subterrâneas. Outro
ponto que merece destaque na destinação incorreta é o abandono de pneus em
lugares públicos, como beira de estradas e terrenos baldios, onde estará
sujeito a criação de vetores de doenças, como a dengue”, afirma ele.
Mas além dos pneus, devemos nos preocupar com o descarte incorreto de
óleos lubrificantes. Você sabe qual o destino do óleo retirado do seu veículo?
Sabe qual o impacto para o meio ambiente? O óleo ao cair no solo pode impactar
negativamente ao inutilizar totalmente uma agricultura, pode ainda atingir
lençóis freáticos e aquíferos. Apenas uma gota de óleo pode chegar a contaminar
até 1.000 litros de água.
O engenheiro ambiental, Bruno Zanatta, dá dicas sobre como o consumidor
pode contribuir pelo meio ambiente.
– Tanto para a troca de óleo quanto para os pneus de seus veículos, os
consumidores, devem buscar empresas que tenham uma preocupação não só com a
venda do produto, mas também com todo o ciclo da logística reversa dos resíduos
gerados no processo. A logística reversa é o conjunto de ações, procedimentos e
meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao
setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos
produtivos, ou outra destinação. O prestador de serviço deve ter como parceiras
empresas devidamente homologadas pelos órgãos competentes para a destinação
final destes.
-Para a troca de óleo, recomenda-se que os consumidores observem o
manual do veículo, onde consta a periodicidade da troca e o lubrificante
específico do carro. O acompanhamento do nível do óleo pode ser feito a “olho
nu”, com a vareta de óleo, onde a marcação do produto deve estar acima da
indicação mínima.
-Em relação aos pneus, a principal recomendação é observar o índice de
desgaste do pneu, o TWI. O TWI é como um pequeno degrau entre as ‘faixas de
borracha’ e que informa se o pneu está precisando de troca ou não. Se a medição
marcar 1,6 mm, é sinal que está na hora de substituí-lo. Outros pontos que
podem ser observados para a troca é se as regiões dos ombros dos pneus (regiões
laterais) estão desgastadas, provavelmente indicando que o pneu rodou com uma
baixa pressão, e também se um lado do pneu está mais desgastado que o outro,
apontando um desalinhamento do veículo.
Com o advento de legislações ambientais, a questão tornou-se um pouco
mais complexa e controlada. A principal é a CONAMA 416/2009, na qual é exigida
a comprovação da destinação ambientalmente correta de 70% dos pneus produzidos
ou importados (30% é considerado como um fator de desgaste do pneu), ou seja,
se um fabricante produzir ou um importador (adquirir ou comprar) importar 1000
quilos de pneus, ele será obrigado, em um prazo máximo de 3 meses, comprovar a
destinação de 700 quilos de pneus.
No Relatório de Pneumáticos 2014, disponibilizado pelo IBAMA e que
contempla dados consolidados de 2013, esperava-se a destinação nacional de
535.267.800 quilos, mas os fabricantes e importadores comprovaram a destinação
de 491.653.020 quilos, não atingindo a meta. A DPaschoal, maior empresa de
varejo e distribuição de produtos automotivos do país, tem um compromisso com a
sociedade, mesmo antes da obrigatoriedade da comprovação de destinação há 24
anos, já tendo destinado mais de 3.000.000 de pneus. No ano de 2013, cumpriu
100% de sua meta perante o IBAMA, destinando 2.164.199 quilos.
“O último relatório de pneumáticos disponibilizado pelo IBAMA nos mostra
que desde que criado (em 2010), os fabricantes vem cumprindo sua meta, enquanto
que os importadores não chegaram a 100% em nenhum destes anos. Ainda podemos
observar uma grande queda na destinação nos últimos dois anos dos importadores
(de 79,58% para 62,70%), o que provavelmente acarretará em uma fiscalização
intensa nestes por parte do IBAMA neste ano de 2015”, completa Bruno.
No Brasil são mais de 40 empresas homologadas pelo IBAMA para realizar
diversos tipos de destinação dos pneus. Como tecnologias de destinação
ambientalmente adequadas, o IBAMA considera a utilização da borracha como
combustível em fornos de cimenteiras (54,40%), granulação da borracha para ser
comercializada como matéria-prima (33,68%), laminação dos pneus para utilização
com cintas de sofá e outras utilizações (8,92%) e outras como industrialização
do xisto, pirólise, regeneração da borracha (3%).
A fiscalização da destinação do óleo também é legalizada pelo CONAMA,
artigo 11º nº 363, que obriga o Ministério do Meio Ambiente a manter e
coordenar um grupo de monitoramento permanente. Além disso, há o Programa de
Monitoramento da Qualidade dos Lubrificantes (PMQL).
O
pneu e a Dengue
Segundo dados da Revista Exame, os casos de dengue triplicaram no mês de
janeiro em São Paulo. É fundamental que toda a população tome alguns cuidados
com relação ao pneu descartado:
* Verifique se no jardim ou quintal de sua casa ou na área comum do
prédio há pneus descobertos;
* Procure descobrir se há algum terreno baldio no entorno de sua
residência, com pneus abandonados
Em caso positivo é necessário agir
* Fure os pneus para que não acumule água dentro
* Descarte os pneus em locais adequados que se preocupem em dar uma
destinação correta ao produto
São medidas simples que vão colaborar para a preservação do
meio-ambiente. (ecodebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário