Especialista
aponta que secas na Amazônia poderão ser mais longas e frequentes no futuro
Seca
no rio Solimões
Peruano
Jahn Carlo Espinoza palestrou em workshop promovido pelo Inpa. Evento discute
as áreas de hidrologia, climatologia, dendrocronologia e análises de isótopos
na bacia amazônica.
Recentemente,
a Amazônia passou por longos períodos de seca, especialmente entre os anos de
2005 e 2010. Para discutir este tema, o Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCTI) organizou um workshop com especialistas de várias partes
do mundo nas áreas de hidrologia, climatologia, dendrocronologia e análises de
isótopos na bacia amazônica.
As
previsões indicam que eventos como as secas extremas serão mais frequentes e
longas no futuro. Além disso, os modelos climáticos, que permitem avaliar as
mudanças no clima, apontam que, por volta de 2050, pode ocorrer uma transição
na vegetação na Amazônia de bosque tropical para savana.
Para o pesquisador do Instituto Geofísico do Peru, Jhan Carlo Espinoza, esses eventos são resultados da temperatura da região do Atlântico Norte, próximo à costa do Brasil até a África. “Quando esta região está mais quente do que o normal, produz mais precipitações no Atlântico e reduz as chuvas na Amazônia, causando secas extremas com os níveis dos rios mais baixos”, explicou.
Para o pesquisador do Instituto Geofísico do Peru, Jhan Carlo Espinoza, esses eventos são resultados da temperatura da região do Atlântico Norte, próximo à costa do Brasil até a África. “Quando esta região está mais quente do que o normal, produz mais precipitações no Atlântico e reduz as chuvas na Amazônia, causando secas extremas com os níveis dos rios mais baixos”, explicou.
Segundo
ele, as secas têm sido mais intensas nas últimas décadas, porém, as inundações
passaram a ser mais frequentes, especialmente a partir da década de 1970. O
pesquisador destacou que, até aquele período, havia apenas cinco registros de
grandes inundações. Após, os estudiosos observaram 18 acontecimentos deste
porte – causados, principalmente, pelo evento La Niña, mas também pelas
condições de temperatura do Atlântico Tropical Sul.
“Quando
ocorre o fenômeno, existe mais fluxo de umidade que ingressa na Amazônia,
permanecendo nesta região, ocorrendo precipitações de chuvas. Isto incrementa o
nível dos rios, causando inundações”, assinalou Espinoza. “O clima da Amazônia
está controlado em grande medida com o que ocorre nos oceanos. Cercada pelo
Pacífico, por um lado com o El Niño, mas também com condições de temperatura no
Atlântico”, completou.
As secas têm sido intensas nas últimas décadas (2005 e 2010), porém, as inundações passaram a ser mais frequentes depois dos anos 70.
As secas têm sido intensas nas últimas décadas (2005 e 2010), porém, as inundações passaram a ser mais frequentes depois dos anos 70.
Outras
participações
O
pesquisador da Universidade de Leeds (Reino unido), Manuel Gloor, falou sobre
as recentes mudanças no clima da bacia amazônica e o impacto na floresta. Já o
pesquisador do Laboratório de Ciência do Clima e Meio Ambiente da França,
Jonathan Barichivich, falou sobre as perspectivas de longo prazo no ciclo
hidrológico da Amazônia. O especialista do Inpa, Jochen Schongart, abordou
sobre os anéis das árvores das regiões alagada e central da Amazônia: o que
eles nos falam sobre o crescimento do clima e a relação das condições
climáticas do passado. (ecodebate)
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