Produção
de lixo eletrônico global deverá alcançar 120 milhões de toneladas ao ano em
2050, diz relatório.
PACE
avalia que menos de 20% do lixo eletrônico é formalmente reciclado no mundo.
O
nível de produção de lixo eletrônico global deverá alcançar 120 milhões de
toneladas ao ano em 2050 se as tendências atuais permanecerem, de acordo com
relatório da Plataforma para Aceleração da Economia Circular (PACE) e da
Coalizão das Nações Unidas sobre Lixo Eletrônico, divulgado dia 24/01/19 em
Davos na Suíça.
No
relatório, membros da PACE e da Coalizão da ONU sobre Lixo Eletrônico,
incluindo a ONU Meio Ambiente, pedem uma inspeção do sistema atual de
eletrônicos, enfatizando a necessidade de uma economia circular nas quais
recursos não sejam extraídos, usados e descartados, mas avaliados e
reutilizados de maneira que minimize impactos ambientais e crie empregos
decentes e sustentáveis.
Depósito
de lixo eletrônico em Kualar Lumpur, na Malásia.
O
nível de produção de lixo eletrônico global deverá alcançar 120 milhões de
toneladas ao ano em 2050 se as tendências atuais permanecerem, de acordo com
relatório da Plataforma para Aceleração da Economia Circular (PACE) e da
Coalizão das Nações Unidas sobre Lixo Eletrônico, divulgado dia 24/01/19 em
Davos, Suíça.
O
relatório revela o valor anual de lixo eletrônico global como superior a 62,5
bilhões de dólares, mais que o PIB de muitos países. Mais de 44 milhões de
toneladas de lixo eletrônico e elétrico foram produzidas globalmente em 2017 –
equivalente a mais de 6 quilos para cada habitante do planeta. Isto é o
equivalente ao peso de todos os aviões comerciais já produzidos.
Menos
de 20% do lixo eletrônico é formalmente reciclado, com os 80% restantes indo
para aterros ou sendo informalmente reciclados – em grande parte manualmente em
países em desenvolvimento, expondo trabalhadores a substâncias perigosas e
cancerígenas como mercúrio, chumbo e cádmio. A presença de lixo eletrônico em
aterros contamina o solo e os lençóis freáticos, colocando em risco sistemas de
fornecimento de alimentos e recursos hídricos.
De
acordo com o relatório, além de impactos à saúde e poluição, gestão imprópria
de lixo eletrônico está resultando em uma perda significativa de materiais
brutos escassos e valiosos, como ouro, platina, cobalto e elementos terrestres
raros. Até 7% do ouro do mundo podem estar atualmente em lixo eletrônico, com
100 vezes mais ouro em uma tonelada de lixo eletrônico do que em uma tonelada
de minério de ouro.
Embaixada
da Suíça no Brasil recebe inscrições para projetos voltados para a gestão do
lixo ou prevenção à violência urbana.
No
relatório, membros da PACE e da Coalizão da ONU sobre Lixo Eletrônico,
incluindo a ONU Meio Ambiente, o Fundo Mundial para o Ambiente, o Fórum
Econômico Mundial e o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento
Sustentável pedem uma inspeção do sistema atual de eletrônicos, enfatizando a
necessidade de uma economia circular na qual recursos não sejam extraídos,
usados e descartados, mas avaliados e reutilizados de maneira que minimize
impactos ambientais e crie empregos decentes e sustentáveis.
Soluções
incluem design de produtos duráveis, sistemas de compra e retorno de
eletrônicos usados, “mineração urbana” para extrair metais e minérios de lixo
eletrônico e a “desmaterialização” de eletrônicos ao substituir propriedade
direta de aparelhos por modelos de empréstimo e aluguel para maximizar
reutilização de produtos e oportunidades de reciclagem.
Para
ajudar a responder ao desafio do lixo eletrônico global e alcançar a
oportunidade de economia circular, o governo da Nigéria, o Fundo Mundial para o
Ambiente e a ONU Meio Ambiente anunciaram na quinta-feira um investimento de 2
milhões de dólares para dar início a uma indústria formal de reciclagem de lixo
eletrônico na Nigéria. O novo investimento deve alavancar mais de 13 milhões de
dólares em financiamentos adicionais do setor privado.
De
acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), até 100 mil pessoas
trabalham no setor informal de lixo eletrônico na Nigéria. O investimento irá
ajudar a criar um sistema que formaliza estes trabalhadores, dando a eles
empregos seguros e decentes, enquanto ao mesmo tempo captura o valor latente
nas 500 mil toneladas de lixo eletrônico despejadas na Nigéria todos os anos.
“Uma
economia circular gera benefícios econômicos e ambientais tremendos para todos
nós”, disse a diretora-executiva interina da ONU Meio Ambiente, Joyce Msuya.
Somente
20% de todo o lixo eletrônico produzido foi reciclado em 2016.
“A
ONU Meio Ambiente está orgulhosa em apoiar esta parceria inovadora com o
governo da Nigéria e com o Fundo Mundial para o Ambiente e apoiar os esforços
do país para dar início a um sistema circular de eletrônicos. A sobrevivência
de nosso planeta irá depender de como retemos o valor de produtos dentro do
sistema ao aumentar suas vidas úteis”. (ecodebate)
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