Ursos polares podem desaparecer
em 80 anos, diz pesquisa.
Os ursos polares podem
desaparecer até 2.100. A informação foi publicada em estudo da revista
científica Nature Climate Change em 20/07/20.
São 25 mil ursos polares
espalhados em 19 subpopulações, atualmente, segundo registro. A pesquisa foi
feita em 13 destas. Em 12, deve haver a extinção da espécie, se o ritmo de
aquecimento global continuar, concluiu a pesquisa.
Ainda conforme apontado no
estudo, o derretimento das camadas de gelo do Polo Norte impactam diretamente a
espécie, uma vez que reduz o tempo deles para caçar focas – estas, por sua vez,
diminuem a quantidade pela falta de camadas de gelo na região ártica.
Com isso, pesquisadores
apontam o fim de quase todas as populações destes ursos em 80 anos, se as
emissões responsáveis pelo efeito estufa mantiverem o ritmo.
Bola de neve
As regiões árticas, com
temperaturas de até -40ºC, são o habitat dos ursos. O aquecimento global afeta
o Ártico duas vezes mais rápido que o resto do mundo, o que atrasa a formação
de camadas de gelo, diminuindo a presença das focas, na região.
Desta forma, os ursos
precisam ir mais longe a busca de alimentos. Com menos peso corporal, os
animais que normalmente podem jejuar por vários meses, veem reduzida a chance
de sobreviver no inverno ártico.
A conclusão de Steven Amstrup, principal autor do estudo, é que os ursos enfrentam um período de jejum cada vez maior antes do gelo voltar a congelar e poderem voltar a se alimentar. De acordo com a análise, a temperatura média global pode subir 3,3°C em relação à registrada na era pré-industrial.
Detalhes
No estudo foram verificados o
peso máximo e mínimo dos animais. Eles verificaram, ainda, o gasto de energia
e, então, calcularam o número limite de dias de jejum que um urso polar aguenta
antes que a taxa de sobrevivência comece a cair.
A pesquisa realizou, também, projeções de mudanças climáticas, bem como do derretimento das camadas de gelo na região. Uma das verificações da pesquisa aponta que um urso polar macho da subpopulação de Hudson Bay – 20% menos pesado que o normal no início do jejum – vai sobreviver apenas 125 dias em vez dos 200, caso estivesse no seu peso normal.
As fêmeas, por sua vez, entram no outono em seus abrigos para dar à luz no meio do inverno. Desta forma, elas precisam de focas suficientes para economizar gordura e produzir leite para os filhotes. A situação delas, conforme pesquisado, é ainda mais delicada.
“Se de alguma forma mágica as camadas de gelo pudessem ser mantidas, mesmo com o aumento da temperatura, os ursos-polares estariam bem. O problema é que seu habitat está literalmente derretendo”, lamentou Amstrup. (emaisgoias)
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