Como as
plantas lidam com os fatores de estresse já foi amplamente pesquisado. No
entanto, o que acontece quando uma planta é confrontada com dois estressores
simultaneamente?
Uma
equipe de pesquisa que trabalha com Simon Haberstroh e a Profa. Dra. Christiane
Werner da cadeira de Fisiologia de Ecossistemas do Instituto de Ciências
Florestais e Recursos Naturais (UNR) da Universidade de Freiburg está
investigando isso. Em conjunto com colegas do Centro de Investigação Florestal
da Escola Superior de Agricultura da Universidade de Lisboa em Portugal e do
Instituto de Meteorologia e Investigação Climática do Instituto de Tecnologia
de Karlsruhe – KIT, publicaram as suas conclusões na revista especializada “New
Phytologist. ”
Os investigadores iniciaram um estudo de campo no Parque Tapada Real, na pequena vila portuguesa de Vila Viçosa. O enfoque foi na forma como o sobreiro ( Quercus suber ) lida com dois fatores de stress: o primeiro é a seca extrema; e a outra, a espécie de planta invasora goma esteva ( Cistus ladanifer).
Competição: além do que se vê.
O
estudo tem grande relevância porque ambos os fatores de estresse estão
claramente aumentando. Ao mesmo tempo, havia uma lacuna nas pesquisas sobre o
assunto. Até agora, os pesquisadores raramente observaram como diferentes
fatores de estresse em interação influenciam os ecossistemas.
Os
pesquisadores ficaram em parte surpresos com suas descobertas. “Os fatores
interagiram de forma mais dinâmica do que esperávamos”, diz Haberstroh, que fez
o trabalho investigativo de sua tese de doutorado. Durante os anos de chuva, os
estressores interagentes não causaram alterações significativas no sobreiro,
enquanto em condições de seca, os fatores se amplificaram ou se amorteceram. Um
resultado surpreendente foi também que o sobreiro, apesar da carga dupla,
conseguiu recuperar melhor do que o esperado após uma seca extrema.
Os
pesquisadores observaram que isso acontece principalmente quando os arbustos
invasores da esteva também foram seriamente comprometidos pela seca . A equipa
vai continuar a trabalhar em Portugal para recolher mais dados e olhar para as
tendências de longo prazo.
“Essas novas descobertas de pesquisa contribuem para uma melhor compreensão e um cuidado mais expedito dos ecossistemas”, explica Haberstroh. “Com eles podemos, por exemplo, desenvolver regras para anos particularmente secos, que é uma questão central em tempos de mudança climática”, diz ele.
Estudo avança no entendimento sobre a interação das plantas no subsolo.
A nova
teoria elucida uma antiga questão da ecologia sobre a competição por nutrientes
no solo. (ecodebate)



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