O estudo, publicado na revista Nature Climate Change, é o primeiro
a analisar as mudanças na turbulência em escala global e em diferentes
altitudes.
A turbulência é causada por correntes de ar irregulares que podem fazer com que os aviões balancem ou caiam repentinamente durante o voo. Além de causar desconforto e medo nos passageiros e na tripulação, a turbulência também pode provocar ferimentos e danos materiais. Segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), a turbulência é responsável por cerca de 63% dos ferimentos em voos não fatais.
Turbulências em voos estão se tornando mais frequentes graças às mudanças climáticas, dizem cientistas.
Aquecimento global provoca mudanças nas correntes de ar e gera
mais instabilidade na atmosfera.
Os pesquisadores da Universidade de Reading usaram dados de
reanálise climática para estimar a intensidade e a frequência da turbulência em
diferentes regiões do mundo e em diferentes altitudes. Eles descobriram que a
turbulência aumentou em todas as regiões analisadas, especialmente nas
latitudes médias do hemisfério norte, onde se concentram as rotas
transatlânticas. Eles também observaram que a turbulência aumentou mais nas
altitudes mais baixas do que nas mais altas.
O principal fator por trás desse aumento é o aquecimento global,
que tem alterado o padrão de circulação atmosférica e criado mais instabilidade
no ar. Os pesquisadores alertam que esse cenário pode se agravar no futuro, à
medida que as emissões de gases de efeito estufa continuarem aumentando. Eles
sugerem que os pilotos e as companhias aéreas adotem medidas para evitar ou
minimizar os efeitos da turbulência, como ajustar as rotas, as velocidades e as
altitudes dos voos.
O estudo é uma contribuição importante para entender os impactos da mudança climática na aviação e na segurança dos passageiros. Ele também mostra a necessidade de se investir em mais pesquisas e em tecnologias que possam prever e mitigar a turbulência atmosférica.
Figura representando o aumento da turbulência de 1979 a 2020. (ecodebate)



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