Sim, a afirmação está
correta: componentes chave do sistema terrestre estão perdendo estabilidade,
com um estudo recente destacando a perda de estabilidade de quatro partes
importantes do sistema climático, incluindo a Floresta Amazônica. Outras áreas
em risco incluem o derretimento das calotas de gelo, a perda de recifes de
corais e a desaceleração de correntes oceânicas, indicando a proximidade de
"pontos de não retorno" ambientais.
Componentes em Risco
Sistema Climático: Quatro
componentes cruciais estão perdendo estabilidade:
Recifes de corais: Podem
entrar em colapso devido ao aquecimento dos oceanos.
Permafrost: O derretimento do
solo congelado do Ártico libera grandes quantidades de carbono, agravando as mudanças
climáticas.
Mantos de gelo: A Groenlândia
e a Antártida Ocidental estão perdendo gelo, o que contribui para a elevação do
nível do mar.
Florestas Amazônicas: A perda
de estabilidade da Floresta Amazônica é um dos maiores alertas, com seu colapso
tendo implicações significativas para o clima global.
O que são Pontos de Não
Retorno?
São limiares críticos que, ao
serem ultrapassados, fazem o sistema se reorganizar de forma abrupta e, em
muitos casos, irreversível.
Uma vez atingidos, esses
pontos podem causar mudanças de regime, transformando um estado estável para
outro, o que pode ter consequências catastróficas para os sistemas de suporte à
vida do planeta.
Contexto do Estudo
Um estudo preparado por mais
de 200 pesquisadores e apresentado na COP28 identificou que a superação do
limite de 1,5°C de aquecimento global pode levar oito ecossistemas importantes
à beira do colapso.
A perda de estabilidade
desses componentes indica um encolhimento do "espaço seguro e justo"
para a humanidade na Terra.
Implicações
Quatro das partes mais
importantes e interconectadas do sistema climático da Terra estão perdendo
estabilidade. É o que demonstra um estudo científico internacional baseado em
dados observacionais publicado na Nature Geoscience.
Os pesquisadores conseguiram
destacar os sinais de alerta para a desestabilização da camada de gelo da
Groenlândia, da Circulação Meridional do Atlântico (AMOC), da floresta
amazônica e do sistema de monções da América do Sul.
“Agora temos evidências
observacionais convincentes de que várias partes interconectadas do sistema
terrestre estão se desestabilizando”, afirma o autor principal, Prof. Niklas
Boers, da Universidade Técnica de Munique (TUM) e do Instituto Potsdam para
Pesquisa de Impacto Climático. “Isso significa que esses sistemas podem estar
se aproximando de limites críticos que, se ultrapassados, podem desencadear
mudanças abruptas e irreversíveis com consequências graves“, acrescenta o Prof.
Tim Lenton, da Universidade de Exeter.
A principal preocupação dos
pesquisadores é que esses sistemas climáticos não sejam isolados. Os sistemas
interagem entre si por meio dos oceanos e da atmosfera, o que pode levar a
interações e retroalimentações. Na pior das hipóteses, isso os desestabiliza e
intensifica as consequências negativas para o sistema climático global. Ao
mesmo tempo, esses efeitos podem mascarar sinais de alerta genuínos e tornar os
pontos de inflexão ainda mais difíceis de prever.
Embora os modelos climáticos
atuais ainda não sejam capazes de simular essas dinâmicas complexas de forma
confiável, dados empíricos oferecem uma maneira importante de monitorar as
mudanças já em andamento.
Para identificar e rastrear
sinais de desestabilização, os pesquisadores desenvolveram um método matemático
que analisa como os sistemas se recuperam de perturbações. A aplicação desse
método a dados empíricos revela a perda contínua de estabilidade em
componentes-chave do sistema terrestre.
“Embora os limites exatos em que os pontos de inflexão podem ser ultrapassados permaneçam altamente incertos, as evidências apontam claramente para um risco crescente à medida que as temperaturas sobem. A cada décimo de grau adicional de aquecimento, a probabilidade de ultrapassar um ponto de inflexão aumenta. Isso por si só deveria ser um argumento poderoso para a redução imediata e decisiva das emissões de gases de efeito estufa“, enfatiza o Prof. Niklas Boers.
Sistema de monitoramento global necessário
Além da redução das emissões,
os pesquisadores defendem o desenvolvimento de um sistema global de
monitoramento para monitorar a estabilidade dos principais componentes do
sistema terrestre.
Observações por satélite, particularmente da vegetação e do derretimento do gelo, desempenharão um papel central. Este estudo não apenas ressalta a urgência da construção de tal sistema, como também fornece a estrutura metodológica para apoiá-lo.
(ecodebate)
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