domingo, 19 de outubro de 2025

Componentes chave do sistema terrestre estão perdendo estabilidade

Biodiversidade: recurso natural superexplorado, mas subutilizado para existência humana e o desenvolvimento econômico.

Sim, a afirmação está correta: componentes chave do sistema terrestre estão perdendo estabilidade, com um estudo recente destacando a perda de estabilidade de quatro partes importantes do sistema climático, incluindo a Floresta Amazônica. Outras áreas em risco incluem o derretimento das calotas de gelo, a perda de recifes de corais e a desaceleração de correntes oceânicas, indicando a proximidade de "pontos de não retorno" ambientais.

Componentes em Risco

Sistema Climático: Quatro componentes cruciais estão perdendo estabilidade:

Recifes de corais: Podem entrar em colapso devido ao aquecimento dos oceanos.

Permafrost: O derretimento do solo congelado do Ártico libera grandes quantidades de carbono, agravando as mudanças climáticas.

Mantos de gelo: A Groenlândia e a Antártida Ocidental estão perdendo gelo, o que contribui para a elevação do nível do mar.

Florestas Amazônicas: A perda de estabilidade da Floresta Amazônica é um dos maiores alertas, com seu colapso tendo implicações significativas para o clima global.

O que são Pontos de Não Retorno?

São limiares críticos que, ao serem ultrapassados, fazem o sistema se reorganizar de forma abrupta e, em muitos casos, irreversível.

Uma vez atingidos, esses pontos podem causar mudanças de regime, transformando um estado estável para outro, o que pode ter consequências catastróficas para os sistemas de suporte à vida do planeta.

Contexto do Estudo

Um estudo preparado por mais de 200 pesquisadores e apresentado na COP28 identificou que a superação do limite de 1,5°C de aquecimento global pode levar oito ecossistemas importantes à beira do colapso.

A perda de estabilidade desses componentes indica um encolhimento do "espaço seguro e justo" para a humanidade na Terra.

Implicações

A perda de estabilidade desses sistemas ameaça a segurança alimentar, a estabilidade social e o futuro da civilização humana, que se desenvolveu durante um período de clima relativamente estável.
A Terra está doente e precisa de cuidados urgentes

Quatro das partes mais importantes e interconectadas do sistema climático da Terra estão perdendo estabilidade. É o que demonstra um estudo científico internacional baseado em dados observacionais publicado na Nature Geoscience.

Os pesquisadores conseguiram destacar os sinais de alerta para a desestabilização da camada de gelo da Groenlândia, da Circulação Meridional do Atlântico (AMOC), da floresta amazônica e do sistema de monções da América do Sul.

“Agora temos evidências observacionais convincentes de que várias partes interconectadas do sistema terrestre estão se desestabilizando”, afirma o autor principal, Prof. Niklas Boers, da Universidade Técnica de Munique (TUM) e do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático. “Isso significa que esses sistemas podem estar se aproximando de limites críticos que, se ultrapassados, podem desencadear mudanças abruptas e irreversíveis com consequências graves“, acrescenta o Prof. Tim Lenton, da Universidade de Exeter.

A principal preocupação dos pesquisadores é que esses sistemas climáticos não sejam isolados. Os sistemas interagem entre si por meio dos oceanos e da atmosfera, o que pode levar a interações e retroalimentações. Na pior das hipóteses, isso os desestabiliza e intensifica as consequências negativas para o sistema climático global. Ao mesmo tempo, esses efeitos podem mascarar sinais de alerta genuínos e tornar os pontos de inflexão ainda mais difíceis de prever.

“Ao contrário de estudos anteriores que se concentram em componentes individuais do sistema terrestre, esta nova pesquisa se aprofunda para analisá-los em conjunto como parte de um sistema maior e interconectado“, acrescenta o coautor Dr. Teng Liu, também da TUM.
Análise usando um método matemático

Embora os modelos climáticos atuais ainda não sejam capazes de simular essas dinâmicas complexas de forma confiável, dados empíricos oferecem uma maneira importante de monitorar as mudanças já em andamento.

Para identificar e rastrear sinais de desestabilização, os pesquisadores desenvolveram um método matemático que analisa como os sistemas se recuperam de perturbações. A aplicação desse método a dados empíricos revela a perda contínua de estabilidade em componentes-chave do sistema terrestre.

“Embora os limites exatos em que os pontos de inflexão podem ser ultrapassados permaneçam altamente incertos, as evidências apontam claramente para um risco crescente à medida que as temperaturas sobem. A cada décimo de grau adicional de aquecimento, a probabilidade de ultrapassar um ponto de inflexão aumenta. Isso por si só deveria ser um argumento poderoso para a redução imediata e decisiva das emissões de gases de efeito estufa“, enfatiza o Prof. Niklas Boers.

Sistema de monitoramento global necessário

Além da redução das emissões, os pesquisadores defendem o desenvolvimento de um sistema global de monitoramento para monitorar a estabilidade dos principais componentes do sistema terrestre.

Observações por satélite, particularmente da vegetação e do derretimento do gelo, desempenharão um papel central. Este estudo não apenas ressalta a urgência da construção de tal sistema, como também fornece a estrutura metodológica para apoiá-lo.

(ecodebate)

Nenhum comentário:

Norte da Amazônia passa por aumento rápido de extremos climáticos

Os resultados revelam que a média dos extremos climáticos na Amazônia tem se agravado cada vez mais nos últimos 43 anos. Essas mudanças não ...