O entendimento vem de acordo com o nível cultural e intelectual de cada pessoa. A aprendizagem, o conhecimento e a sabedoria surgem da necessidade, da vontade e da perseverança de agregar novos valores aos antigos já existentes.
sábado, 31 de outubro de 2009
Nota do Movimento Cerrado Vivo: A farsa do setor noroeste
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Será que este é o século da fome?
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Plantio em encostas vai ser legalizado
domingo, 25 de outubro de 2009
Pecuária associada à agroecologia
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Água contaminada
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Empresas verdes são possíveis?
A principal característica de uma empresa que se diz comprometida com o meio ambiente é “comprometer-se em tornar ecologicamente sustentáveis 100% de seus produtos num futuro próximo”, enfatiza Elisabeth Laville, professora da École des Hautes Études Commerciales, Paris. Se as empresas não tornam seus produtos ecologicamente sustentáveis, “não causam impactos reais sobre as questões ambientais que estão tentando resolver”. Para ilustrar, ela cita a produção automobilística mundial: “atualmente, apenas 12% do impacto sobre a mudança do clima em nível global causada pela indústria automobilística estão relacionados com as fábricas e 80% estão relacionados com os próprios carros”.
Experiente na questão da responsabilidade socioambiental corporativa, Elisabeth esteve no Brasil lançando o livro A empresa verde (Ed. Õte, 2009), reeditado pela terceira vez na França, e concedeu a entrevista, a seguir, à IHU On-Line por e-mail. As empresas devem adotar uma abordagem de “sustentabilidade 2.0”, diz ela, o que significa não só assumir compromissos em relação a seus processos e sistemas internos, adotando uma abordagem de prevenção de riscos, mas ir além e tomar “a iniciativa de mudar seus produtos e serviços a fim de torná-los todos ecologicamente mais responsáveis”. Para isso, reitera, “teremos de nos concentrar em redesenhar os produtos, por exemplo, em fazer o ecodesign no upstream a fim de reduzir o impacto dos produtos ao longo de todo o seu ciclo de vida, mas também, em alguns casos, trabalhar na substituição do produto por um serviço que possa ser prestado sem consumir mais recursos naturais e gerar mais lixo”.
Elisabeth Laville é uma das fundadoras da Graines de Changement, que aborda temas como consumo responsável e os impactos da alimentação humana sobre o ambiente.
IHU On-Line – O que a senhora entende por empresa verde? Quais devem ser as características dessa empresa?
Elisabeth Laville – Para mim, empresa verde é uma empresa verdadeiramente ecológica e comprometida em tornar suas atividades compatíveis com a proteção do meio ambiente. Essencialmente, isso significa não só ter atividades corporativas filantrópicas de caráter ecológico (por exemplo, apoiar financeiramente causas ecológicas através de uma fundação corporativa ou programas de doações específicas), não só tornar suas atividades industriais e sistemas de gestão ecologicamente sustentáveis (ex: comprometer-se com a certificação da ISO 14001 para plantas industriais, e talvez também na cadeia de fornecedores, cumprir a legislação ambiental já existente e a futura, nomear gerentes dedicados a questões ambientais, redigir políticas corporativas sobre o meio ambiente ou sobre uma cadeia de fornecedores “responsável”, subscrever códigos de conduta corporativos, como, por exemplo, o Pacto Global da ONU, e produzir relatórios ambientais), mas também, e, principalmente, comprometer-se em tornar ecologicamente sustentáveis 100% de seus produtos num futuro próximo. Isto é um fator-chave porque, em muitos mercados, se as empresas não tornam seus produtos ecologicamente sustentáveis, não causam impactos reais sobre as questões ambientais que estão tentando resolver. Por exemplo: atualmente, apenas 12% do impacto sobre a mudança do clima em nível global causada pela indústria automobilística estão relacionados com as fábricas e 80% estão relacionados com os próprios carros.
Portanto, por que esse setor todo se concentrou durante anos na melhoria do desempenho ambiental de suas fábricas e muito poucos fabricantes trabalharam de fato no desenvolvimento de novas tecnologias para tornar os carros menos poluentes, como a Toyota vem fazendo com a tecnologia híbrida? Isto é o que chamo de abordagem de “sustentabilidade 2.0”, pela qual as empresas não só assumem compromissos em relação a seus processos e sistemas internos, adotando uma abordagem de prevenção de riscos, mas vão, além disso, e tomam a iniciativa de mudar seus produtos e serviços a fim de torná-los todos ecologicamente mais responsáveis. Por exemplo, a Philips anunciou, em 2007, que em 2012 os produtos ecológicos responderiam por 30% de seu faturamento e, desde que assumiu esse compromisso, quase todos os seus novos produtos de fato têm um valor agregado e posicionamento ecológico (lâmpadas de LED para decoração de interiores). Não estamos falando aqui de produtos para “nichos” pequenos, e isto está acontecendo rapidamente em muitos países diferentes.
A Marks & Spencer, com seu Plano A, de cinco anos de duração, lançado em janeiro de 2007, escolheu cinco temas e 100 compromissos com a sustentabilidade do mainstream em suas práticas diárias e nos produtos que vende (100% de chá/café/algodão orgânico/de comércio justo em 2012, 100% de ovos de galinhas criadas em liberdade nas embalagens de ovos, mas também em todos os tipos de massas com ovos, 100% de tinturas ecológicas para roupas etc.). E, naturalmente, a Toyota, que desenvolveu a tecnologia híbrida antes de seus concorrentes, de modo que ela agora é proprietária de todas as patentes dessa tecnologia, e que também se comprometeu em desenvolver o mercado e provar que esse carro ecológico, menor e menos sexy do que qualquer carro tradicional pelo mesmo preço é, na verdade, mais inteligente, mais sofisticado, mais adaptado ao mundo de amanhã e até mais sexy desde que Leonardo di Caprio está dirigindo um carro desses! Essas empresas estão abrindo o caminho: elas provam que é possível integrar sua estratégia de sustentabilidade e sua estratégia de negócios, acreditam que uma empresa só tem os clientes que merece, que você tem de tornar seu mercado disposto ou pronto, em vez de esperar até que ele esteja disposto ou pronto. Elas provam que a sustentabilidade também tem a ver com oportunidades de mercado, e não só com mais regulamentações e barreiras.
IHU On-Line – Quais serão, em sua opinião, os rumos e implicações do desenvolvimento sustentável, partindo do ponto de vida da gestão ambiental?
Elisabeth Laville – No futuro, é claro que teremos de ser muito bons na melhoria do impacto ambiental dos processos industriais, mas, antes de mais nada, teremos de nos concentrar em redesenhar os produtos, por exemplo, em fazer o ecodesign no upstream a fim de reduzir o impacto dos produtos ao longo de todo o seu ciclo de vida, mas também, em alguns casos, trabalhar na substituição do produto por um serviço que possa ser prestado sem consumir mais recursos naturais e gerar mais lixo. Um bom exemplo disso é o compartilhamento de carros, que está se desenvolvendo no mundo todo e tem um impacto muito forte sobre o meio ambiente: em vez de ser dono de um carro, você apenas paga uma assinatura anual de um serviço e só ganha um carro quando precisa dele, mesmo que seja só por uma hora – e paga de acordo com o tempo que gasta com o carro. Afinal de contas, de acordo com pesquisas de mercado, cada veículo compartilhado tira 20 carros da estrada à medida que os membros vendem suas quotas de uso ou decidem não comprar novas. As pessoas que compartilham carros economizam em média $ 600 por mês, também afirmam que reduzem o número de quilômetros que rodam em 44%, e levantamentos feitos na Europa mostram que as emissões de CO2 estão sendo reduzidas em até 50% por usuário. Atualmente a TI é um mercado florescente, e não admira que players importantes, como a Hertz, estão entrando nele agora.
IHU On-Line – Que práticas e hábitos desenvolvidos pelas empresas ainda precisam ser mudados para de fato construir uma sociedade sustentável?
Elisabeth Laville – Acho que as quatro questões e focos mais importantes para as empresas nos próximos meses e anos deveriam ser:
1) como a sustentabilidade está embutida em sua área de pesquisa e desenvolvimento e em sua estratégia de inovações?
2) que mudanças precisam ser feitas em seu modelo de negócios a fim de torná-lo 100% compatível com o desenvolvimento sustentável?
3) o que é longo prazo para nós e quais são os cenários que construímos sobre a forma como a sustentabilidade irá afetar e mudar nosso mercado? e
4) como embutimos a sustentabilidade em nosso sistema de incentivos/avaliação, bem como em nosso scorecard corporativo (se é com isso que têm a ver os negócios, então isso tem de estar embutido nessas ferramentas-chave para orientar uma empresa).
Como se pode depreender de meu exemplo do compartilhamento de carros, a sustentabilidade tem a ver com a mudança radical de muitos mercados, e as empresas que forem incapazes de prever essas tendências talvez sofram muito nos anos vindouros. E há muitas empresas, inclusive empresas grandes, que não tomam tempo para desenvolver uma visão de longo prazo de seus mercados e produtos ou que ainda acham que não importa que sua estratégia de sustentabilidade não esteja relacionada com sua estratégia de negócios, desde que tenham efetivamente uma estratégia de sustentabilidade que possa mostrar a jornalistas, agências classificadoras de sustentabilidade etc. Como você pode imaginar, não acredito que isso ainda seja relevante.
IHU On-Line – As instituições de fato estão preocupadas com a questão ambiental?
Elisabeth Laville – A melhor maneira de mostrar que elas estão verdadeiramente preocupadas seria fazer exatamente o que é necessário que as empresas façam, isto é, integrar a sustentabilidade em seu modelo de negócios (mesmo que não estejam ganhando nenhum dinheiro – estou me referindo a não ter uma estratégia de sustentabilidade à parte de sua estratégia de negócios, “séria”), em seus principais processos de tomada de decisões e na forma como avaliam seu impacto. Até agora elas – ao menos não todas elas – não estão tomando visivelmente esse caminho. Ainda assim, existe uma consciência crescente de que as restrições ambientais serão reforçadas ano após ano no futuro, e isto é um sinal de que as instituições estatais estão avançando rapidamente na direção certa.
IHU On-Line – Em tempo de crise econômica, quais são as possibilidades e os limites de pensar uma economia que leve em conta a sustentabilidade?
Elisabeth Laville – Creio que a crise irá fomentar a sustentabilidade. É interessante que ninguém parece realmente enfrentar a questão principal da atual recessão, que tem a ver com o fato de o mundo financeiro estar totalmente desconectado da economia real e, por conseguinte, também de regras éticas (daí os empréstimos sem garantia, em que os bancos emprestaram dinheiro para ajudar pessoas pobres a comprar sua casa, desconsiderando o fato de que essas pessoas poderiam acabar ficando numa situação financeira difícil,apenas porque achavam que poderiam ganhar até mais dinheiro tomando as casas e as revendendo!). Mas as tendências no consumo, por exemplo, estão fazendo pressão na direção certa: as pessoas têm menos dinheiro e querem gastá-lo de maneira mais sábia, preferindo, por isso, produtos duráveis ou até consertáveis, tendem a alugar produtos como um serviço em vez de comprá-los (as bicicletas do programa Vélib em toda a Paris podem ser usadas livremente mediante a aquisição de um cartão pelo qual se paga uma assinatura anual), querem comprar diretamente do produtor (especialmente comida; assim, sua comida fica mais barata, mas também local e sazonal, o que também é melhor para o planeta), compram bens de segunda mão (veja a tendência nas roupas clássicas), que é outra forma de aumentar a vida útil dos produtos etc. E na França, por exemplo, os mercados de “produtos responsáveis” (alimentos orgânicos, provenientes de comércio justo, carros mais ecológicos, painéis solares, detergentes ecológicos etc.) são os únicos que ainda estão crescendo a taxas muito boas. Assim, as empresas, em busca de novas alavancas de crescimento, estão entendendo o recado e se dispondo a mudar sua estratégia.
IHU On-Line – É possível conciliar crescimento econômico e sustentabilidade? Qual é a sua proposta?Elisabeth Laville – Para mim, é 100% possível reconciliar o crescimento econômico e a sustentabilidade, desde que tiremos proveito do poder das empresas para atacar os difíceis desafios sociais e ambientais de nossa época. Há reais oportunidades de mercado na tentativa de resolver os principais problemas ambientais. Tomemos a construção sustentável como exemplo: a indústria da construção responde por cerca de 40% das emissões de CO2 no mundo inteiro, da geração global de lixo e do consumo global de recursos naturais. E muito pouco foi feito: agora sabemos que temos de mudar a forma como construímos e operamos os prédios, sejam eles moradias de caráter social, sedes de empresas ou escolas. E há muito dinheiro a ser economizado nesse caminho, muitas inovações a serem desenvolvidas e muitos benefícios humanos também: por exemplo, a maior produtividade humana (porque as pessoas trabalham melhor quando têm iluminação natural e não sofrem da “síndrome do edifício doente” por causa da poluição do ar dentro dele) é, de longe, a principal fonte de benefícios financeiros relacionados aos escritórios ecológicos, respondendo por 70% do total de benefícios (só 11% estão relacionados à economia de energia); e, do lado do emprego, na Alemanha já foram criados 60 mil novos empregos para a gestão alternativa da água em prédios e cidades (colher água da chuva para dar descarga nos vasos sanitários, irrigar os jardins etc.). É todo um mundo novo de oportunidades.segunda-feira, 19 de outubro de 2009
EUA e Europa apostam em acordo climático
sábado, 17 de outubro de 2009
Brasil não deve ter meta de emissão de CO2
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Al Gore acredita em acordo na reunião de Copenhague sobre o clima
terça-feira, 13 de outubro de 2009
China promove sua Revolução Verde
Céu poluído de Beijing - foto tirada em setembro de 2009
A maioria das pessoas imaginaria que daqui a 20 anos, quando os historiadores olharem para 2008 e 2009, eles concluirão que o mais importante que se passou nesse período foi a Grande Recessão. Se conseguirmos continuar saindo aos tropeções desta crise econômica, acredito que historiadores futuros poderão perfeitamente concluir que a coisa mais importante nos últimos 18 meses foi que a China Vermelha decidiu se tornar a China Verde.
Os líderes chineses decidiram avançar para o verde por necessidade, porque muitos de seu povo não podem respirar, nadar, pescar, cultivar e beber em razão da poluição causada por seu motor de crescimento manufatureiro movido a carvão e petróleo.
Portanto, a menos que a China impulsione seu desenvolvimento com sistemas de energia mais limpos e empresas mais apoiadas no conhecimento e sem chaminés, a China perecerá nas mãos de seu próprio desenvolvimento.
O que sabemos sobre a necessidade? “É a mãe da invenção.” E, quando a China decide que precisa se tornar “verde” por necessidade, é bom ficar de olho. Não estaremos apenas comprando brinquedos da China. Estaremos comprando nossos próximos carros elétricos, painéis solares, baterias e softwares de eficiência energética da China. Acredita-se que a decisão chinesa de avançar ecologicamente é o equivalente no século 21 ao que foi o lançamento pela União Soviética, em 1957, do Sputnik, o primeiro satélite artificial do mundo.
O lançamento nos deixou boquiabertos, convenceu o presidente Dwight Eisenhower de que os EUA estavam ficando atrasados em tecnologia de mísseis e impeliu os americanos a fazerem grandes investimentos em ciência, educação, tecnologia e interligação por redes, que teve como um de seus subprodutos a internet. O Sputnik acaba de subir novamente: a China vai apostar em energia limpa. A visão sobre a China no Congresso americano, a de que a China vai tentar pular carniça sobre nós poluindo mais é obsoleta.
Pequim tentará nos ultrapassar poluindo menos. Neste momento, a China está concentrada na fabricação a baixo custo de equipamentos para energia solar, eólica, baterias e construindo o maior mercado mundial para esses produtos. Ela ainda está muito atrás dos EUA em inovação, mas a pesquisa acompanhará o mercado.
A principal fabricante americana de equipamento solar, Applied Materials, está prestes a abrir a maior instalação mundial de pesquisa em energia solar com financiamento privado em Xian, na China. “Se eles investirem em tecnologias do século 21 e nós investirmos em tecnologias do século 20, eles vencerão”, diz David Sandalow, secretário adjunto de políticas para energia dos EUA. “Se ambos investirmos em tecnologias do século 21, nos desafiando mutuamente, todos venceremos.”
ATRASO
Infelizmente, ainda não estamos na corrida. É como se o Sputnik subisse e nós pensássemos que é apenas mais uma estrela cadente. Em vez de uma resposta estratégica, muitos de nossos políticos ainda estão encerrados em suas bolhas de burrice autocomplacente, onde somos sempre os melhores e onde a Câmara de Comércio americana, depois de vender nossa alma às velhas indústrias de carvão e petróleo, usa sua influência para impedir o Congresso de aprovar uma legislação que realmente incentive as energias renováveis.
Tiremos o chapéu para o corajoso diretor da Pacific Gas and Electric, Peter Darbee, que na semana passada anunciou que sua enorme companhia de eletricidade da Califórnia estava saindo da Câmara de Comércio americana por conta de suas “táticas obstrucionistas”. Todos os acionistas dos EUA deviam perguntar aos presidentes de suas empresas por que eles permanecem nessa organização.
Os líderes chineses, em sua maioria engenheiros, gastaram pouco tempo debatendo o aquecimento global. Eles sabem que as geleiras tibetanas que alimentam seus maiores rios estão derretendo. No entanto, eles sabem também que, mesmo que a mudança climática seja um trote, a demanda por energia limpa vai crescer à medida que incluirmos estimados 2,5 bilhões de pessoas no planeta até 2050, muitas das quais desejarão viver estilos de vida com alto consumo de energia. Nesse mundo, a TE - ou tecnologia da energia - será tão grande quanto a TI, e a China pretende ser uma grande operadora em TE.
ENERGIA LIMPA
Shi Zhengring, fundador da Suntech, que já é a maior fabricante de painéis solares do mundo. Shi se lembrou de como o Lago Tai, o terceiro maior lago de água doce da China, sufocou até morrer de poluição depois que sua empresa começou a operar em Wuxi, perto de Xangai. “Após esse desastre”, explicou Shi, “o secretário do partido da cidade de Wuxi me disse: “Quero ajudá-lo a desenvolver esse negócio solar para que possamos fechar as muitas companhias gastadoras de energia e poluidoras da região o quanto antes”".
Segundo Shi, o líder local do partido faz parte de um grupo de jovens líderes inovadores e revolucionários nessa questão. “A China percebeu que não tem capacidade para absorver todo esse lixo.”
A China continuará crescendo com carvão sujo e barato, prendendo ambientalistas ansiosos demais e despojando florestas africanas de madeiras e minerais. Não tenham dúvida sobre isso. Mas não tenham dúvidas também de que, em silêncio, a China está enveredando por um novo caminho paralelo de inovação e utilização de energia limpa. É o Sputnik do nosso tempo. Se o ignorarmos, o risco é nosso.domingo, 11 de outubro de 2009
Procura-se meios de transporte mais verdes
Água de lastro, derramamento de óleo, emissão de gases nocivos à saúde e efluentes a bordo, são alguns dos poluentes mais comumente avaliados neste tipo de transporte. Os navios ao realizarem o comércio entre países captam água que serve como um contrapeso para a estabilidade do navio no seu regresso à origem. Esta água é conhecida como água de lastro. Os organismos presentes nesta água têm um habitat diferente do país de origem das cargas. Uma grande embarcação pode carregar até 130 mil toneladas dessas águas de um continente para outro. Uma das verdadeiras pragas nos portos brasileiros tem sido a ocorrência do mexilhão dourado. O mexilhão dourado é um bivalve da família Mytilidae de no máximo 4 cm de comprimento trazido por água de lastro. Possui uma forma larval, que é livre e, na fase adulta vive fixo a qualquer substrato duro, formando agregados e cobrindo extensas superfícies. O mexilhão é originário dos rios da China. Foi introduzido nos estuários da foz do rio da Prata na Argentina, em 1991, através da “água de lastro” dos navios que fazem o comércio entre países asiáticos e a Argentina. O mexilhão chegou ao Pantanal, onde foi observado em 1998, incrustado nos cascos das embarcações que trafegam no sistema Paraguai-Paraná, entre Argentina e Brasil. O mexilhão entra no sistema de refrigeração dos motores das embarcações impedindo que a água circule, causa aquecimento do motor e, pode levá-lo a fundir, caso já registrado no rio Paraguai. Isto tem causado desconforto entre as comunidades e empresários, principalmente os do setor elétrico. Temos no Brasil uma extensa rede hidrográfica e uma grande quantidade de reservatórios para a geração de energia. O prejuízo, tanto ambiental como econômico, será incalculável se medidas de controle da dispersão através de novas tecnologias não forem tomadas. O efeito das incrustações do mexilhão dourado tem sido observado em estações de captação e tratamento de água (tubulação e bombas), sistemas de resfriamento das hidrelétricas e entupimentos em tubulações em geral, aumentando o custo de manutenção na indústria e geradoras de energia elétrica. No ambiente, o mexilhão ocupa todo o espaço que lhe for disponível e pode alterar a composição de espécies de invertebrados do ambiente aquático. Com as alterações na cadeia alimentar, a captura de certas espécies de peixe pode ser prejudicada. Problemas semelhantes ocorrem nos Estados Unidos e no Canadá, países onde o mexilhão-zebra se disseminou. Métodos mais modernos sugerem o uso de filtros na operação de captação das águas de lastro. Outro problema comum é o ar que se respira na orla marítima. O ar não é tão puro como se pensa. Os poluentes emitidos por navios são responsáveis por em torno de 58 mil mortes ao ano, originando doenças como câncer e problemas no coração. Um estudo intitulado “Environmental Science and Technology”, publicado pela revista da Sociedade Norte- Americana de Química, mostra que os três portos mais vulneráveis por intenso comércio do mundo, Xangai, Cingapura e Hong-Kong, vão sofrer grande impacto com as emissões provindas dos navios, uma vez que os poluentes não ficam restritos às áreas marítimas e sim, também, às terrestres. Legislações ambientais adotadas em todo o mundo têm reprimido todo tipo de poluição da água, do ar e do solo. Exemplo disso é o contínuo emprego das normas ISO 9000 e ISO 14001. A Convenção Internacional MARPOL prevê que a água de estiva (estiva é a área do navio situada no fundo do casco, onde os efluentes líquidos e resíduos oleosos são recolhidos, juntamente com outros resíduos de sistemas e equipamentos em espaços de máquinas) deve ser tratada a fim de reduzir a concentração de óleo antes de ser lançada ao mar. Algumas companhias marítimas adotam o sistema de concentração de óleo antes de ser lançada ao mar somente se o teor de óleo for inferior a 15 ppm garantido por monitoramento contínua das empresas. Regulamentos da MARPOL estabelecem que o esgoto tratado (água de descarga de banheiros e águas residuais de pias médicas) só pode ser lançado ao mar a uma distância superior a 4 milhas da costa mais próxima, enquanto a distância para o esgoto não tratado deve superior a 12 milhas. Em algumas Companhias, a água dos navios é parcialmente fornecida por fontes externas; a maior parte é obtida diretamente a bordo, utilizando instalações de dessalinização para a produção de água potável. Um selo que distingue a conscientização ambiental consolidada é aquele conferido à companhia marítima que cumpre normas ambientais de prevenção de poluição do ambiente marinho, e é, na verdade, mais rigoroso do que as disposições vigentes da Convenção Internacional MARPOL. O selo conferido à empresa chama-se “Green Star”. O Green Planet Award é o selo de mais alto nível de aprovação ecológica no setor de turismo e viagens, pela gestão e pelo desempenho ecológico. O setor demonstra uma grande evolução em conceitos ambientais e novas tecnologias para reduzir as emissões de poluentes no oceano, terra e ar.
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
UE define áreas de investimento em energia de baixo carbono
Painéis fotovoltáicos na Alemanha
A Comissão Europeia (órgão Executivo da União Europeia) definiu em 07/10/2009, seis domínios para o desenvolvimento de tecnologias energéticas com baixas emissões de dióxido de carbono até 2020, em um trabalho conjunto com a indústria e pesquisadores na luta contra as mudanças climáticas.
As energias eólicas e solares, redes de eletricidade, bioenergia, captura e armazenamento de carbono (CAC) e cisão nuclear sustentável são as áreas em que os agentes envolvidos se mostraram mais interessados e dispostos a trabalhar em conjunto.
Quanto à energia eólica, a pesquisa deve ser dirigida a acelerar a redução de custos e a resolver problemas de integração nas redes energéticas.
Neste domínio, o objetivo é que, até 2020, um total de 20% da eletricidade da UE seja produzido a partir do vento.
Em relação à produção a partir de energia solar, esta precisará ser mais competitiva e conquistar mais mercado, cumprindo uma meta de gerar 15% da eletricidade do bloco europeu até 2020.
Já no que diz respeito às redes de eletricidade, a Comissão Europeia quer criar um verdadeiro mercado interno.
Sobre a bioenergia, a UE deve apostar na produção em larga escala de biocombustíveis, especificamente de segunda geração, sendo que, em 2020, ao menos 14% do “mix” energético devem ter como fonte a bioenergia sustentável.
Também deve ser desenvolvida tecnologia que permita reduzir os custos e otimizar a captura e armazenamento de carbono.
Em relação à energia nuclear, será preciso investir em uma geração de reatores mais seguros, que otimizem o uso de combustível e reduzam a produção de resíduos radioativos – os de quarta geração, que só deverão estar disponíveis no mercado em 2040.
Também nesta quarta-feira o Executivo da UE decidiu investir mais 50 bilhões de euros, até 2020, no desenvolvimento das tecnologias energéticas de baixa emissão de carbono, baseadas em fontes renováveis, no âmbito da luta contra as mudanças climáticas.Um comunicado divulgado nesta quarta pelo Executivo da UE informa que o bloco europeu deverá aumentar de 3 bilhões para 8 bilhões de euros o investimento anual em pesquisa de tecnologias energéticas.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Perda dos predadores primários contribui para o colapso de ecossistemas
A perda de predadores primários está causando uma explosão dos predadores secundários (mesopredadores) ao redor do mundo. Nesta imagem, o extermínio de lobos pode permitir que as populações de coiotes aumentem que, por sua vez, pode suprimir populações de gatos selvagens, levando ao aumento de roedores, etc. Estes efeitos em cascata são mal compreendidos, mas estão causando perturbações em ecossistemas ao redor do mundo, dizem cientistas.
No mundo todo, o declínio catastrófico de predadores primários, como lobos, pumas, leões ou tubarões, está desencadeando enorme aumento nas populações dos predadores secundários, os “mesopredadores”, causando grandes perturbações econômicas e ecológicas.
É o que conclui um novo estudo, publicado na revista Bioscience, Oct 2009. O estudo constatou que, na América do Norte, todos os maiores predadores terrestres tiveram suas populações drasticamente reduzidas ao longo dos últimos 200 anos, enquanto os mesopredadores expandiram suas populações em 60%. O problema é global, crescente e grave, dizem os cientistas.
Segundo os pesquisadores, em partes da África Sub-Sahariana, os leões e leopardos foram dizimados, permitindo um aumento das populações do mesopredator mais próximo da escala, os babuínos. Em alguns casos, as crianças estão sendo mantidas em casa, fora da escola para proteger as hortas familiares de invasões babuínos.
A extinção dos grandes predadores, em muitos casos, foi visto como favorável aos seres humanos, com medo de ataques pessoais, perda de animais em rebanhos ou outras preocupações. No entanto, de acordo com os pesquisadores, os impactos nos ecossistemas e as perdas econômicas podem ultrapassar os problemas apresentados pelos predadores primários original.
No caso da eliminação dos lobos, muitas vezes é estimulada por fazendeiros, que temem os ataques aos seus animais. No entanto, isso levou a um grande aumento no número de coiotes e chacais. Os ataques de coiotes, por exemplo, aos ovinos é mais comum e frequente do que com lobos e o controle de suas populações têm sido extremamente caro, custando centenas de milhões de dólares.
Os problemas não se limitam aos ecossistemas terrestres. Os tubarões, estão em sério declínio devido à pesca excessiva. Em alguns lugares, que levou a uma explosão na população de raias, causando, redução na produção de vieiras e mariscos.Os danos econômicos são maiores porque os grandes predadores são carnívoros, mas os mesopredadores muitas vezes são onívoros, podendo podem causar danos significativos em diversas culturas agrícolas. segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Especialistas estimam que a elevação do mar em 2 metros é inevitável
A maioria dos cientistas espera um aquecimento do planeta de pelo menos 2º C, provavelmente mais.
Uma elevação de pelo menos dois metros no nível dos oceanos é praticamente inevitável, disseram especialistas numa conferência realizada na Universidade Oxford em setembro de 2009.
“O ponto da questão do nível do mar é que ele começa muito devagar, mas uma vez que tenha ganhado impulso, é praticamente impossível de deter”, disse o especialista Stefan Rahmstorf, do Instituto Potsdam da Alemanha. Reportagem da Agência Reuters.
“Não há um modo que eu consiga ver para parar essa elevação, mesmo se fôssemos à emissão zero”.
Rahmstorf disse que o melhor resultado seria que, após a estabilização das temperaturas, os mares subissem a uma taxa contínua “pelos próximos séculos”, sem acelerar.
A maioria dos cientistas espera um aquecimento de pelo menos 2º C, provavelmente mais, como resultado da mudança climática provocada por atividade humana. No último século, a temperatura média global subiu em torno de 0,7º C.
Rahmstorf estimou que, mesmo se o aquecimento parasse em 1,5º C, a elevação de 2 metros no nível dos oceanos ainda ocorreria nos próximos séculos, levando alguns países insulares a desaparecer.
Sua melhor estimativa é de uma elevação de 1 metro neste século, pressupondo um aquecimento de 3º C, e até 5 metros nos próximos 300 anos.
“Não há nada que possamos fazer para parar isso, a menos que consigamos resfriar o planeta. Isso exigiria retirar o dióxido de carbono da atmosfera. Não há modo conhecido de se fazer isso na escala necessária, hoje”.
Cientistas explicam que o derretimento das geleiras é um processo que acelera a si mesmo, porque com menos gelo na superfície da Terra, menos radiação do Sol é refletida de volta ao espaço, e o planeta se aquece mais, derretendo mais gelo.sábado, 3 de outubro de 2009
Estudo estima que a Amazônia pode ficar 10ºC mais quente até 2060
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Estudo britânico estima que temperatura da Terra pode subir 4ºC em apenas 50 anos
Carga rodoviária responde por metade das emissões do transporte no Brasil
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