Uma das principais bandeiras da arquitetura brasileira, a construção sustentável, entrou definitivamente na agenda da Copa 2014. Em 4 de agosto passado, o Comitê Organizador do Mundial recomendou que as cidades-sede adotem nos estádios a certificação de sustentabilidade ambiental através do LEED, Leadearship in Energy and Environmental Design (Liderança em Design de Energia e Meio Ambiente).
Comumente a sustentabilidade vem unida ao desenvolvimento e ao meio ambiente. Oficialmente, o conceito de desenvolvimento sustentável foi usado pela 1ª vez na Assembléia Geral das Nações Unidas, em 1979.
Algumas controvérsias têm surgido em relação a soluções sustentáveis em áreas tropicais. O Conselho Brasileiro de Construção Sustentável – CBCS ao mesmo tempo em que se articula analisa o direcionamento na vinculação com o LEED. A arquiteta Heloise Amado cita como alternativa a certificação francesa Aqua / HQE, mais adaptada à construção civil brasileira, sem deixar de apontar que ainda não possuímos um sistema de certificação que reflita com propriedade a realidade do país. Segundo a arquiteta, integrante da CBCS, o LEED não foi feito para áreas tropicais. E não sei até que ponto os americanos se proporiam a adotá-lo. “Em Manaus é possível reduzir o calor com um sombreamento, cita Heloise”, mas o LEED trata essa questão de forma secundária.
A adesão do COL à construção sustentável foi bem recebida por Vicente de Castro Mello, coordenador do Fórum dos Arquitetos da Copa.
Para ele, a recomendação veio “tarde demais”, já que os arquitetos tiveram até meados de setembro passado para entregar à FIFA (Federação Internacional de Futebol) o detalhamento dos projetos junto ao estudo de viabilidade econômico-financeira.
Em Fortaleza, foi dada a partida do ciclo de debates sobre a Copa 2014. O encontro terminou na última quarta-feira, dia 11 de novembro, em evento que abordou temas como segurança, meio ambiente, estádios, saúde, energia, turismo e mobilidade, tendo em vista o Mundial que ocorrerá no Brasil.
O Estádio Olímpico Governador Plácido Aderaldo Castelo de Fortaleza conhecido como “Castelão” ou “ Gigante da Boa Vista” receberá jogos da Copa, com capacidade superior a 60.000 lugares. A energia eólica poderá ser empregada na geração de energia durante a Copa.
Em Minas Gerais aconteceu encontro entre Aécio Neves e 15 empresários britânicos no Banco de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais (BDMG). A reunião de negócios foi uma forma de estruturar investimentos para que a Copa 2014 em Belo Horizonte seja bem sucedida.
Reciclagem dos Estádios já existentes e outros a serem construídos
ESTÁDIO - ALTERAÇÕES CONSTRUTIVAS - CAPACIDADE (Nº DE TORCEDORES)
Salvador - O projeto vai aproveitar 50% do anel inferior do Fonte Nova e o anel superior seria totalmente novo com 36 camarotes - 55.000
Manaus - Capacidade ampliada para 60.000 torcedores. Nova cobertura metálica - 60.000
Belo Horizonte - O Mineirão terá o campo rebaixado. Moderna cobertura, estacionamento com 2.000 vagas - 74.300
Rio de Janeiro - O Maracanã terá nova cobertura. Museu no Parque Júlio Delamare - Não informado
São Paulo - O Morumbi teria ampliação para 66.952. Novas cadeiras na arquibancada. Estacionamento para 4.800 vagas - 66.952
Brasília - O Mané Garrincha está projetado para ser construído em 3 anos. Capacidade ampliada para 76.232 torcedores. Novo vestuário e nova cobertura - 76.232
Fortaleza - O Castelão terá cobertura verde, estacionamento para 4.200 vagas, remoção do fosso. Torcedores a 21 metros do gramado - 50.000
Natal - O Complexo de Natal a arena será erguida numa área de 45 hectares. Haverá bosques, hotéis e teatro, estacionamentos subterrâneos, prédios comerciais, shoppings. Terá parceria público-privada e 300.000 m² para o comércio - Não informado
Recife - Construção de um bairro “Cidade da Copa”, lojas restaurantes, Centro de Convenção, estacionamento para 6.000 carros - 46.154
Curitiba - O Arena da Baixada terá nova cara. O anel seria fechado e as obras estariam prontas em 2 anos - 41.375
Porto Alegre - O Beira Rio terá capacidade ampliada para 60 mil torcedores e nova cobertura metálica. Edifício para estacionamento - 60.000
Cuiabá - O Estádio Verdão terá capacidade para arena totalmente coberta, estacionamento para 15 mil veículos. Dois centros de treinamento nas localidades do Lago de Manso e na Chapada dos Guimarães - 40.000
O Senado vai elaborar normas visando a dar padrões de sustentabilidade ambientalmente adequados aos serviços e as obras que serão executadas para a Copa 2014 e para a Olimpíada de 2016. O grupo contará com a participação de representantes dos ministérios do Meio Ambiente, de Minas e Energia, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Ciência e Tecnologia. Participarão também da Conferência Nacional das Indústrias (CNI), Universidade de Brasília (UnB), a Universidade de São Paulo (USP), além da Eletronorte e da Eletrobrás. A coordenação do grupo ficará a cargo do consultor do Senado Hipólito Gadelha Remígio. Ainda farão parte do colegiado os presidentes das associações brasileiras de Energia Alternativa e Meio Ambiente (Abeama), de Empresas de Energia Renovável ( Abeer) de Energia Eólica e de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento(Abrava).
Esperamos que os articuladores responsáveis pela Copa explorem o bom senso e o desenvolvimento sustentável, na verdadeira acepção da palavra.
O entendimento vem de acordo com o nível cultural e intelectual de cada pessoa. A aprendizagem, o conhecimento e a sabedoria surgem da necessidade, da vontade e da perseverança de agregar novos valores aos antigos já existentes.
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