Os cientistas estão cansados de avisar, mas ainda há quem tape os ouvidos para os alertas sobre as mudanças climáticas. Uma pesquisa recentemente publicada nos Estados Unidos mostrou que a proporção de norte-americanos convencidos de que o homem é responsável por boa parte do aquecimento global despencou 40% desde o ano passado.
O resultado motivou pesquisadores da Columbia University a tentar entender por que, mesmo sabendo dos riscos ao planeta, algumas pessoas não conseguem processar essa informação. A pesquisa The Psychology of Climate Change Communication foi feita com base em enquetes realizadas em grupos tão diversos como fazendeiros africanos e eleitores conservadores dos Estados Unidos.
As principais autoras do estudo, Debika Shome e Sabine Marx, concluíram que, para os leigos, as questões climáticas parecem confusas, opressivas e ligadas a negociações políticas. Boa parte da culpa aponta as pesquisadoras, está na forma como a mídia trata o tema. Para elas, é preciso aproximar o aquecimento global da realidade do público.
“Os psicólogos estão cientes das dificuldades que indivíduos e grupos têm em processar e responder efetivamente às informações que envolvem complexos desafios sociais e de longo prazo”, dizem as pesquisadoras, no estudo. “O público precisa ser capaz de interpretar e apresentar respostas aos avisos da ciência”, afirmam.
Nova-iorquinos, por exemplo, certamente se importarão muito mais com o fato de o aumento do nível do mar ameaçar inundar as estações de metrô do que saber que em Bangladesh a população corre riscos graves.
Elas explicam que, tanto aqueles que acreditam no poder devastador do aquecimento global quanto os céticos costumam interpretar variações eventuais de temperatura como uma evidência contra ou a favor da teoria das mudanças no clima. “Ambos vão ignorar fatos que contradizem com o modelo mental que possuem sobre mudanças climáticas”, diz o estudo. Dessa forma, deixam de compreender que não é uma chuva fora de época ou um aumento de temperatura que evidenciam o aquecimento global, algo muito mais complexo e com consequências em longo prazo.
A boa notícia é que modelos mentais não são estáticos. As pessoas podem mudar suas convicções ao receber informações corretas e sólidas. Por exemplo, quando os comunicadores falam às pessoas, eles podem influenciá-las a procurar formas eficientes de energia porque, assim, elas pagarão contas mais baixas no futuro.
Enquete
O site do Correio perguntou aos internautas se eles acreditam que os participantes da 15ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15) chegarão a algum acordo, em dezembro, na Dinamarca. Veja o resultado:
Não 66,67% (41 pessoas)
Sim 33,33% (21 pessoas)
O entendimento vem de acordo com o nível cultural e intelectual de cada pessoa. A aprendizagem, o conhecimento e a sabedoria surgem da necessidade, da vontade e da perseverança de agregar novos valores aos antigos já existentes.
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