quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Mudanças climáticas em pauta na Embrapa Cerrados

Terminou em 20/11/09, em Brasília, o workshop “O Cerrado no contexto das mudanças climáticas globais” A abertura do evento foi feita pelo diretor-executivo da Embrapa, Kepler Euclides Filho. Segundo ele, é preciso buscar cada vez mais uma integração de esforços relativa ao tema, para que se chegue a uma produção mais rápida e melhor. “Temos muita informação técnico-científica, é de extrema importância que ela chegue à sociedade”, afirmou. O pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária e coordenador de projetos na área de mudanças climáticas e seus impactos na agricultura, Eduardo Assad, traçou um histórico dos trabalhos da Plataforma de Mudanças Climáticas da Embrapa, implantada com o objetivo de coordenar as atividades realizadas na empresa sobre o tema. Ele informou que está sendo estudada a criação de uma unidade virtual da empresa focada no assunto. Em sua palestra Mudanças Climáticas: modelagem, mitigação e adaptação para a agricultura, afirmou que ao utilizar boas práticas, a agricultura deixa de ser considerada vilã. “Ela passa de emissora a sequestradora de carbono”. Segundo Assad, as prioridades de pesquisa estão relacionadas ao desenvolvimento de modelos com vistas a definir e quantificar futuros impactos das mudanças climáticas sobre a agricultura e seus consequentes cenários; influência das mudanças climáticas sobre pragas e doenças, avaliação da eficiência e adaptação de sistemas de produção frente aos novos cenários agrícolas, dentre outras. Entre as prioridades estratégicas ele pontuou a agregação e interação de projetos em andamentos nas diversas instituições de pesquisa no país sobre o tema; e estabelecimento de ações de transferência de tecnologia para adoção por parte dos agricultores de técnicas limpas e mitigadores dos efeitos do aquecimento global, além de outros temas. Estoque de carbono O estoque de carbono no solo pode ser semelhante entre áreas nativas e áreas de pastagens, se estas forem bem manejadas. A conclusão é do pesquisador da UnB, Alexandre de Siqueira Pinto, também presente no primeiro dia do workshop. Para estudar o modelo da dinâmica de carbono do solo nos biomas Cerrado e Amazônia, o pesquisador simulou sistemas de pastagens, tanto produtiva quanto não, de integração lavoura-pecuária, e integração lavoura-pecuária com plantio direto. No Cerrado, de acordo com os estudos do pesquisador, o sistema integração lavoura-pecuária com plantio direto foi o que apresentou menor perda de carbono no solo. Na Amazônia, as pastagens mais produtivas conseguiram recuperar o carbono disponível na mata nativa. Enquanto, a maior perda de carbono foi com as pastagens com menor produção. Contribuir com alternativas para mitigação dos efeitos das emissões de gases na atmosfera também tem sido uma preocupação do setor produtivo. O gerente de mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Marco Olívio de Oliveira, afirmou que as mudanças climáticas têm exigido uma busca permanente de soluções. A OCB junto com algumas cooperativas agropecuárias desenvolve os programas de MDL – Mecanismos de Desenvolvimento Limpo – Florestal para recuperação de áreas degradadas e de Mercado de Carbono. As ações propostas pelo governo para a redução de emissões de gases de efeito estufa foram comentadas por Thais Juvenla, do Serviço Florestal Brasileiro. Ela apresentou um histórico sobre a legislação brasileira que busca a mitigação dos efeitos da mudança do clima. Para controlar esses efeitos neste século é necessário reduzir as emissões em 17 giga toneladas (gt) até 2020. Calcula-se que 12 gt deverão ser reduzidos em países em desenvolvimento, dos quais 5gt em florestas.

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